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Especial 20 melhores corridas de Ayrton Senna: segunda parte

Na semana que marca o 20º aniversário da morte do tricampeão, o TotalRace relembra os grandes feitos do piloto

Nesta terça-feira lembramos outras das grandes e abundantes façanhas de Ayrton Senna em sua carreira internacional. Obviamente o foco é a Fórmula 1, mas o brasileiro não demonstrou seu talento atrás de um volante apenas correndo pela maior categoria do automobilismo. Se ontem só tivemos clássicos, hoje enxergamos mais ainda a predestinação e talento do paulista.

Vamos lá?

15) Austrália/93 – A última vitória na Fórmula 1


Ayrton vinha de uma bem merecida vitória em Suzuka, sua primeira desde Mônaco em maio, quando ainda tinha possibilidades reais de ser campeão em uma temporada desleal pela superioridade da Williams. Eis que na classificação a primeira surpresa: A pole position. Por um erro da McLaren, Ayrton ficou na pista mais do que deveria em uma de suas tentativas. De forma dramática, Senna não conseguia ouvir os pedidos do time para diminuir o ritmo, e marcou sua primeira pole position em mais de um ano acidentalmente, pouco antes de ouvir os pedidos desesperados de Ron Dennis e Giorgio Ascanelli para voltar aos pits.

Na corrida, dominou com o melhor ritmo e em pista seca como ainda não havia se visto naquele ano. Grande destaque da prova foi para o tratamento de Senna ao aposentado Prost, segundo colocado. O brasileiro esticou sua mão ao tetracampeão no parque fechado e reverenciou o francês, o puxando para o degrau mais alto do pódio durante a premiação. Foi a última vitória do tricampeão em sua carreira.


14) Japão/91 – O melhor piloto da atualidade



Muita gente não entende a superioridade mostrada por Ayrton durante o GP do Japão de 1991. Para começar, o piloto ficou atrás de Berger na classificação. Com o campeonato em jogo, a tática da McLaren seria a mesma empregada e mal sucedida no GP da Espanha, prova anterior: Berger escaparia na ponta com Senna tentando segurar o ímpeto de Mansell. Na partida, Ayrton – que precisava de apenas 5 pontos para ser o campeão – manteve o segundo posto. Berger escapava, com o brasileiro ignorando o ataque feroz do “Red Five”. Não demorou muito para que na volta 9 o britânico acabasse errando a freada da primeira curva de Suzuka e saísse da pista, selando o fim do campeonato.

Se a Williams mostrava o melhor carro desde Barcelona, a McLaren tinha Ayrton Senna, que soube administrar com maestria o ano de 1991. Seu grand finale foi a luta com Berger. Senna chegou no austríaco, que tinha uma grande diferença de mais de cinco segundos em primeiro. Passando em uma manobra amistosa antes da 130R, Senna manteve regularmente dois segundos para o parceiro, apesar de voltas velocíssimas feitas por Gerhard. Tão velozes, que o piloto detonou seu motor Honda, com o ronco ficando muito mais grave na parte final da prova do que realmente era no início (ver prova até o fim). Depois de mostrar que poderia vencer fácil, Senna deixou o parceiro passar na última curva, zelando por um acordo firmado antes da prova, para que Berger vencesse sua primeira corrida pelo time inglês. Não havia um modo melhor do brasileiro se tornar tricampeão.


13) Nürburgring/84 - A corrida amistosa com carros de rua da Mercedes



Vinte pilotos, sendo dezesseis com passagem na Fórmula 1 - nove deles campeões mundiais somando doze títulos. Todos com exatamente o mesmo carro: um Mercedes 190E 2.3 que estava sendo lançado naquele mês. A corrida de inauguração do traçado “Grand Prix” de Nürburgring em 12/5/1984 foi um evento puramente festivo. Trazia velhas lendas como Jack Brabham, Stirling Moss, Phil Hill, John Surtees e Denny Hulme, além de nomes da ativa na época, como Alain Prost, Niki Lauda e Elio de Angelis. Senna chegou como um novato tímido e foi um dos poucos a levar a competição a sério. Se colocou na segunda posição do grid, atrás de Alain Prost. E disparou na liderança logo na largada - Prost jura até hoje que foi jogado para fora da pista pelo brasileiro. Senna venceu com 1s58 de vantagem para Niki Lauda (que havia largada em último por não ter participado da classificação) e, além de impressionar os veteranos, ganhou mais uma dose de autoconfiança no seu objetivo de se juntar um dia aos nomes dos campeões da Fórmula 1.


12) África do Sul/84 – Esgotamento após o primeiro ponto



Eis que em sua segunda participação na Fórmula 1, Ayrton leva a mediana Toleman logo ao primeiro ponto da temporada no sexto lugar em Kyalami, África do Sul. Algo heroico, por que não dizer. Em 1983, o time inglês havia passado as 11 primeiras provas do ano sem sequer um pontinho. Mas, além de ser o primeiro ponto de Senna, a corrida marcou a primeira prova inteira do brasileiro na Fórmula 1. O brasileiro estava acostumado com corridas de não mais que 50 minutos ou uma hora na Fórmula 3 inglesa.

Seu esgotamento ao final da prova de uma hora, 29 minutos e 23 segundos, vencida por Niki Lauda, era tal, que precisou ser retirado de seu carro com dores no corpo e transportado ao centro médico por não estar preparado fisicamente para a duração de uma corrida de F-1. O brasileiro chegou até a desmaiar. Senna teve espasmos musculares e a partir daí tratou com maior responsabilidade sua preparação física para as corridas.


11) EUA/86 – A vitória da bandeira do Brasil



O triunfo de Senna em Detroit no ano de 1986 não foi só o primeiro de três seguidos do brasileiro no circuito de rua norte-americano, o que deixava clara sua perícia e velocidade em pistas pouco usuais – a exemplo do principado de Mônaco, onde triunfou por seis vezes. Foi uma vitórias de talento. Na pole, o brasileiro liderou até a volta três, quando errou uma marcha e deixou Mansell passar. Cinco voltas depois, Senna passou novamente o inglês. Mas, em uma infelicidade, foi aos pits na volta 14 com um pneu furado. Voltando em oitavo, Ayrton deixou para trás no apertado circuito de 4,120 m gente como Michele Alboreto, Stefan Johansson, Alain Prost e Nigel Mansell na pista. Com o melhor acerto, Senna apenas esperou Nelson Piquet parar na volta 39 e, mesmo com os pneus mais gastos, não foi mais ameaçado até o fim da prova. Piquet até que tentou chegar no compatriota, mas acertou o muro da última chicane e foi obrigado a abandonar.

A vitória já valeria um lugar nesta lista deste modo, mas o que aconteceu ao final da prova a imortalizaria para sempre na memória dos fãs. O Brasil havia sido eliminado nos pênaltis nas quartas de finais pela França um dia antes na Copa de 1986. Com engenheiros franceses da Renault, Senna resolveu tirar sarro e carregou a bandeira do Brasil na volta da vitória, gesto que viraria sua marca registrada nos anos seguintes. O azar para os brasileiros foi que esta prova não foi exibida pela Rede Globo ao vivo, apenas em compacto naquele domingo, graças ao jogo Argentina e Inglaterra, também válido pelas quartas de final da Copa do México.


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