Análise
Fórmula 1 GP de Miami

F1 - Análise técnica: agora é a Red Bull que 'copia' a Aston Martin

Além da guerra de desenvolvimento já travada até Miami, punições e benefícios relacionados a teto de gastos e túnel de vento podem ter efeitos interessantes

Red Bull Racing RB19 side pods comparison, Azerbaijan GP

Análise técnica de Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

O Red Bull RB19 de Adrian Newey introduziu um sistema de resfriamento inspirado no Aston Martin AMR23, cujo design foi feito por um de seus velhos conhecidos, Dan Fallows, que deixou o time taurino de Fórmula 1 para migrar para a equipe de Silverstone.

O editor recomenda:

Ter Fallows, engenheiro de aerodinâmica e antigo braço direito de Newey, como diretor técnico da Aston Martin facilita a compreensão: a filosofia de design do AMR23 é guiada por decisões outrora já tomadas em Milton Keynes, embora alguns aspectos que evoluíram em Silverstone tenham ido muito além das soluções vistas no impressionante RB19, que domina a cena neste início da atual temporada da F1.

Red Bull RB19

Red Bull RB19

Photo by: Giorgio Piola

Mesmo comparada com a da Red Bull (ilustração acima), a 'barriga' da Aston é sem dúvida a mais extrema: não se buscou apenas a exasperação do Efeito Coandă, que leva ao 'piso' inferior um fluxo de outras pressões 'aprisionado' na parte frontal acima do chassi, direcionando-o para o difusor...

Red Bull RB19: ecco le bocche dei radiatori più strette apparse a Baku

Red Bull RB19: ecco le bocche dei radiatori più strette apparse a Baku

Photo by: Uncredited

Aston Martin AMR23, dettaglio della bocca dei radiatori molto stretta

Aston Martin AMR23, dettaglio della bocca dei radiatori molto stretta

Photo by: Uncredited

Não é só isso: a Aston teve coragem de criar entradas de radiador largas, mas muito estreitas, especialmente na borda externa, onde são mais afuniladas (acima). A RBR propôs solução menos cônica para não comprometer o resfriamento do motor (foto acima e foto-destaque desta matéria).

Em Baku, a equipe técnica liderada por Pierre Waché na Red Bull forneceu um pacote aerodinâmico que foi rumo à direção do AMR23, propondo entradas de radiador mais estreitas com lábio inferior mais alto, o que é útil para aumentar o fluxo de ar sob os bicos do carro.

O objetivo, portanto, é melhorar a eficiência aerodinâmica, claro, mas sem afetar a confiabilidade da unidade de potência. E tivemos a prova disso em Miami, apenas uma semana depois. Na Red Bull, eles não se limitaram a "miniaturizar" as entradas de ar, mas também revisaram a dinâmica dos fluidos: menos fluxo de resfriamento requer mais extração de calor.

Red Bull RB19

Red Bull RB19

Photo by: Giorgio Piola

Em Miami, portanto, esperávamos um RB19 com aberturas visíveis cortadas nas laterais, ou seja, na 'raiz' do capô, mas não foi o caso. Apesar da temperatura do ar na casa de 30 graus e do asfalto na casa de 46 graus, a Red Bull se permitiu uma configuração muito 'fechada' (acima) mesmo no circuito de rua da Flórida, contentando-se com uma única ventilação aberta, enquanto a Aston, ao contrário de Baku, teve que recorrer a uma ventilação muito grande na lateral, como se vê abaixo.

Aston Martin AMR23

Aston Martin AMR23

Photo by: Giorgio Piola

Não sabemos quão diferente é a capacidade de dissipação de calor da unidade de potência do Mercedes F1 M14 E Performance em comparação com a do Honda RBPT H001, mas as diferenças visíveis parecem bastante marcantes.

Na verdade, a Red Bull tem um slot que libera o ar quente dos radiadores montados acima do turbo de 6 cilindros, na continuação da aleta do capô. Parece claro que as equipes estão trabalhando para direcionar as saídas de ar quente em áreas que menos afetam a eficiência da traseira e, em particular, da asa traseira, elemento muito importante para criar desempenho quando se abre a asa móvel.

Aston Martin AMR23

Aston Martin AMR23

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

De acordo com rumores que vazaram da Aston, os engenheiros aerodinâmicos de Fallows também estão ocupados olhando para um sidepod substancialmente 'fechado' para reduzir o arrasto do carro e melhorar a velocidade máxima, que continua sendo o aspecto mais deficitário no projeto.

Na equipe verde, que também tem o italiano Luca Furbatto no comando, há o objetivo de explorar bem as horas de túnel de vento a mais às quais o time tem direito por ter ficado em sétimo no campeonato de construtores de 2022, em função das regras desportivas da categoria máxima.

Será curioso ver o que a Aston será capaz de produzir para Ímola e Montreal na tentativa de alcançar a Red Bull, que está muito à frente, antes que o time taurino sofra os efeitos da punição que recebeu pela quebra do teto de gastos no passado. Aguardemos os próximos capítulos...

Faça parte da comunidade Motorsport

Join the conversation
Artigo anterior Indy detona F1 por GP de Miami: "Não roube" a nossa existência
Próximo artigo F1: Em meio a rumores envolvendo Shakira, Hamilton fala sobre possibilidade de correr na IndyCar

Principais comentários

Cadastre-se gratuitamente

  • Tenha acesso rápido aos seus artigos favoritos

  • Gerencie alertas sobre as últimas notícias e pilotos favoritos

  • Faça sua voz ser ouvida com comentários em nossos artigos.

Edição

Brasil Brasil