F1: Como Norris salvou sua temporada para se tornar o favorito ao título
"Estou aqui apenas para tentar vencer neste fim de semana e essa é a mentalidade que terei nas próximas semanas. Nada muda por causa dos pontos que eu tiver"
No dia 31 de agosto, tudo parecia estar perdido. Um vazamento de óleo tirava o britânico Lando Norris do GP da Holanda, o que o deixava 34 pontos atrás do companheiro de McLaren, o australiano Oscar Piastri, que venceu em Zandvoort.
O resultado do título de 2025 parecia, portanto, inevitável. Piastri era o piloto em forma, tinha acabado de conquistar sua sétima vitória do ano depois de cinco pódios consecutivos e estava pilotando como nunca. Mas as coisas mudam na Fórmula 1.
Norris gosta de frear tarde e abrir as entradas das curvas, enquanto o carro é mais 'passivo' nas curvas para priorizar a saída. O resultado foi que Norris 'se atrasou' para entrar no ano, enquanto Piastri 'saiu voando' com quatro vitórias nas seis primeiras provas, em comparação com apenas uma vitória de seu companheiro de equipe. "É difícil não fazer um trabalho melhor do que o que eu estava fazendo no início da temporada - eu certamente tive dificuldades", admitiu o inglês.
Mas esses comentários foram feitos no contexto de uma situação completamente diferente. Agora, ele chega para o GP de Las Vegas, a antepenúltima etapa da temporada 2025, com 24 pontos de vantagem na tabela.
Lando Norris, McLaren, Oscar Piastri, McLaren
Foto de: Joe Portlock / LAT Images via Getty Images
Piastri não conseguiu vencer desde Zandvoort, tendo conquistado apenas um pódio, enquanto Norris o derrotou em todos os seis GPs nesse período, inclusive com duas vitórias. "O resultado de onde estou agora vem de um lado mental", explicou Norris nos Estados Unidos.
"Estou nessa posição por causa do início da temporada, tipo, estou quase mais feliz por ter tido um início de ano bem ruim. Esses momentos difíceis certamente me permitiram ser um pouco mais positivo em relação a mim mesmo, me permitiram me concentrar e comecei a trabalhar muito mais em todas essas coisas para melhorá-las, o que me levou a estar nesta posição muito mais forte", ponderou o britânico da McLaren.
O piloto de 26 anos tem sido bastante aberto sobre o lado mental do esporte profissional desde sua estreia na F1 em 2019. Certa vez, ele disse que as pressões de ser um novato aos 19 anos "muitas vezes afetaram" e como ser aberto sobre esses tópicos pode realmente beneficiar os outros.
Mesmo neste ano, Norris disse que às vezes duvidava de si mesmo no início da campanha e que "se preocupava demais" com o que as pessoas diziam nas rodadas iniciais. Portanto, essa é uma área em que Norris sabia que precisava trabalhar, e as melhorias graduais significam que o vencedor de 11 GPs não vê o GP da Holanda como o ponto de virada definitivo na luta pelo título da categoria máxima do automobilismo.
"Mesmo se você voltar às minhas entrevistas pós-corrida em Zandvoort, eu estava bastante otimista, não otimista ou feliz com o que aconteceu, mas com a posição em que estou, lutando pelo campeonato mundial, eu não estava muito desanimado com a situação", ressaltou ele.
"Obviamente, fiquei triste e insatisfeito, mas não foi como se eu tivesse chegado e estivesse desanimado com tudo. O ritmo da corrida ainda estava razoavelmente forte, então acho que foi antes disso. Todos se referem a Zandvoort como sendo o momento que mudou as coisas - mas já antes de Zandvoort acho que comecei a estar no caminho certo", afirmou o inglês, que também tem larga vantagem contra Max Verstappen -- 390 pontos a 341 tentos do holandês.
Lando Norris, McLaren, Oscar Piastri, McLaren
Foto de: Clive Rose / Getty Images
"Foi um grande passo para trás em termos de posicionamento. Naquele momento, a mudança já havia começado. Então, acho que, quando terminamos Zandvoort, tive um pouco mais de tempo para me concentrar", seguiu ele, que agora é perseguido pelo companheiro de McLaren e pelo rival da Red Bull.
Norris também reconheceu "o bom grupo de pessoas" ao seu redor, o que permitiu que o líder do campeonato agisse de forma mais positiva, já que uma antiga característica sua era ser extremamente autocrítico após uma sessão na pista -- há poucas pela frente: pós-Vegas, GPs de Catar e Abu Dhabi.
Mas o trabalho fora da pista não pode receber todo o crédito por sua reviravolta, já que algumas mudanças benéficas foram feitas em seu carro, como uma nova suspensão no Canadá. Portanto, foi uma combinação de muitas coisas que salvou a campanha de Norris, mas ele tem plena consciência de que o panorama do campeonato "também pode mudar muito rapidamente", como demonstraram as rodadas recentes.
Mas mesmo que Piastri vença todos os GPs até o final e Norris termine em segundo em cada um deles, o britânico ainda será o campeão. Isso se assemelha a 2016, quando o alemão Nico Rosberg enfrentou uma situação semelhante. Então, sendo o homem calculista que é, o alemão jogou o jogo da porcentagem, buscando o segundo lugar nas quatro corridas finais para, por fim, vencer seu rival na Mercedes, o britânico Lewis Hamilton.
Quando perguntado se tentará algo semelhante, Norris disse: "O que me fez tão bem nos últimos finais de semana foi andar bem, sem problemas, sem o caos atrás. É quase uma aposta mais segura em termos de pressão. Portanto, acho que essa não é a mentalidade certa. Vim para cá neste fim de semana para tentar vencer. Vou para o Catar para tentar vencer. Ainda trato isso como se não estivesse em um campeonato".
"Estou aqui apenas para tentar vencer neste fim de semana e essa é a mentalidade que terei nas próximas semanas. Nada muda por causa dos pontos que eu tiver", completou ele antes do GP de Las Vegas. O Motorsport.com faz a cobertura completa da etapa via site e Motorsport.tv Brasil no YouTube.
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