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F1: Descubra as razões pelas quais Newey escolheu a Aston Martin

'Mago' foi abordado pela Ferrari, McLaren, Williams, Alpine e Mercedes, mas optou pela equipe de Silverstone

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Nesta terça-feira (10), a Aston Martin confirmou a chegada de Adrian Newey ao time de Fórmula 1, como já estava sendo especulado há muito tempo. Neste cenário, Lawrance Stroll celebrou como a "notícia mais empolgante" de toda a história da equipe.

O 'mago' do design dos carros recebeu acordos da Ferrari, Mercedes, Williams, Alpine e até McLaren. Porém, o que fez com que Newey escolhesse a Aston Martin? O que a equipe oferece que as outras não conseguiram?

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Durante a coletiva de imprensa que celebrou a assinatura do contrato em Silverstone, Stroll e Newey deixaram bem claro quais foram as motivações para que o britânico fizesse sua escolha.

Sentiu-se valorizado

Foi após o GP do Japão que Newey tomou a decisão de deixar a Red Bull. No entanto, ele estava indeciso sobre o que faria no futuro. Inicialmente, o engenheiro e sua esposa estavam planejando uma pausa de todo o calendário agitado da F1 - mesmo que isso significasse que ele não iria voltar ao paddock no futuro.

Porém, o amplo interesse que as equipes demonstraram em tê-lo, fez com que Newey mudasse de ideia e abrisse mão sobre as férias. Na coletiva, Stroll confirmou que diversas conversas com Adrian aconteceram em diferentes cenários, inclusive em academias de hotéis. Porém, foram as ofertas atraentes sobre o projeto que 'seduziram' o engenheiro e o fizeram se sentir verdadeiramente valorizado.

E talvez nada tenha provado isso mais do que a Aston Martin ter optado por realizar uma coletiva de imprensa completa para o anúncio, em vez de enviar um simples comunicado aos veículos. E Newey deve ter ficado ainda mais entusiasmado com as palavras positivas de Stroll.

"Bem, Adrian é indiscutivelmente o melhor do mundo no que faz", disse Lawrance. "Não há ninguém que tenha chegado perto de ganhar tantos campeonatos mundiais".

E como o próprio Newey disse sobre o homem que o convenceu a se juntar à equipe:

"A paixão, o comprometimento e o entusiasmo de Lawrence são muito cativantes. É muito persuasivo".

Red Bull RB20 front wing comparison

Foto de: Uncredited

Começar um projeto do zero

Embora Newey tenha tido muitas opções no grid da F1, um elemento que se destacou como importante para ele é algo que se aplica a toda a sua carreira: entrar em um projeto no início de sua jornada.

Na Williams, McLaren e Red Bull, ele se juntou às equipes durante as fases de construção e ajudou a levá-las à glória no campeonato mundial - ele não se juntou a elas quando já estavam no auge. Desta maneira, foi peça-chave para torná-las ainda mais competitivas.

Esse elemento de levar um projeto adiante foi claramente uma grande motivação, e o fato de se sentir parte de um grande projeto o entusiasmou. Embora tenha havido rumores de que Newey só queria trabalhar meio período na F1 em seu próximo capítulo da carreira, ele classificou como incorretas as sugestões de que só queria trabalhar três dias por semana na Red Bull.

Adrian explicou que o fato de não trabalhar integralmente no programa de F1 da Red Bull foi resultado das circunstâncias - a equipe é uma organização madura e ele esteve envolvido em outros projetos, como o Aston Martin Valkyrie e o RB17.

Aston Martin Valkyrie AMR-LMH

Foto de: Aston Martin

"É um novo desafio, um novo estímulo", disse ele. "Eu sempre faço o que acho necessário para o melhor da equipe".

Na verdade, o senso de valor que ele recebeu da equipe reacendeu uma faísca competitiva - e ele tem certeza de que está indo com tudo.

"Obviamente, quero estar no centro de tudo", disse ele. "Mudar de equipe é sempre um grande compromisso para tentar entender como todos trabalham, interagir com eles e se envolver na definição das coisas, se necessário. Isso leva tempo e exige comprometimento. Portanto, com certeza, quando eu começar, estarei totalmente envolvido - preciso estar, tenho que estar."

Proprietário da velha guarda

Quando subiu ao palco pela primeira vez em Silverstone, Newey deu uma resposta simples de uma palavra sobre o motivo de ter escolhido a Aston Martin: "Lawrence".

Se existe alguém apaixonado por seu trabalho e por conquistar bons resultados, essa pessoa é Stroll. Além disso, o pai de Lance não tem medo de investir seu dinheiro naquilo que ele acredita que dará certo.

Mas não foram apenas a personalidade e a ambição de Lawrance que conquistaram Newey. Houve outro elemento importante que foi mencionado várias vezes: o fato de Stroll ser um proprietário de equipe da velha guarda.

Assim como Newey se inspirou e prosperou em contato direto com Dietrich Mateschitz na Red Bull, Ron Dennis na McLaren e Frank Williams na Williams, ele também vê um pouco da história se repetindo com um chefe que não é apenas um empregado.

Foto de: Aston Martin Racing

"A realidade é que, se voltarmos 20 anos atrás, o que hoje chamamos de chefes de equipe são, na verdade, os proprietários das equipes", disse ele.

"Frank Williams, Ron Dennis, Eddie Jordan... Nesta era moderna, Lawrence é realmente único por ser o único proprietário de equipe devidamente ativo. É uma sensação diferente quando você tem alguém como Lawrence envolvido dessa forma, é um retorno ao modelo da velha escola."

Newey disse que ele e Stroll conversaram regularmente ao longo dos anos - na verdade, houve comentários de que esse era um projeto de três anos - com conversas em vários lugares, inclusive em academias de hotéis em todo o mundo.

Aquela visita secreta à fábrica

Um dos capítulos da história de como a Aston Martin conquistou Newey foi a tão comentada visita 'secreta' que ele fez à fábrica de Silverstone em uma manhã de domingo de junho, quando os funcionários foram orientados a não entrar.

Foi um momento para Stroll mostrar exatamente o que ele estava construindo na Inglaterra e oferecer um vislumbre do potencial que a equipe da Aston Martin poderia ter a longo prazo.

Foi interessante, portanto, que no comunicado de imprensa oficial anunciando a contratação de Newey, tenha sido feita referência à importância dessa visita para convencer os projetistas.

"Uma visita particular ao novíssimo Campus de Tecnologia AMR da equipe em junho - uma demonstração tangível da ambição ilimitada da equipe - provou ser um fator decisivo no processo de tomada de decisão."

Mas não foi apenas o fato de a Aston Martin estar construindo algumas instalações de última geração (que incluem um novo túnel de vento) que se mostrou tão importante - o que Newey gostou foi a maneira como as coisas estavam sendo construídas.

"Não é fácil construir uma fábrica nova em folha em um local sem vegetação e fazer com que ela tenha uma sensação realmente agradável, calorosa e criativa", disse ele. "Afinal de contas, é para isso que estamos aqui, para tentar ser criativos e encontrar boas soluções, especialmente com uma boa comunicação entre todos que trabalham aqui".

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Foto de: Andrew Ferraro

E no que foi quase certamente uma referência ao Centro de Tecnologia da McLaren, que foi criado na visão do antigo proprietário Ron Dennis, Newey acrescentou:

"Vi alguns prédios novos que não cumpriram exatamente isso, mas este tem uma ótima sensação. As proporções estão corretas. Ele tem todas as facilidades. Então, sim, você está absolutamente certo. Estou muito ansioso para começar a conhecer todo mundo aqui, trabalhar com eles e seguir em frente".

Participação acionária

Um elemento interessante do anúncio à imprensa da contratação de Newey pela Aston Martin foi que ele se tornará acionista da equipe.

No passado, especialmente logo após sua saída da Williams para a McLaren no final da década de 1990, surgiram rumores de que um elemento que poderia tê-lo impedido de sair era a oferta de uma participação na equipe por parte dos proprietários da equipe, Frank Williams e Patrick Head.

Portanto, além do provável salário bastante alto da Aston Martin - que, segundo rumores, gira em torno de US$ 25 a US$ 30 milhões por ano com bônus, cerca de R$220 milhões - há a promessa de uma participação acionária na própria equipe. Isso lhe proporciona um nível de segurança e comprometimento que ele nunca teve na F1 antes.

"Ter a chance de ser um acionista e um parceiro é algo que nunca me foi oferecido antes".

"Portanto, é um ponto de vista um pouco diferente. Estou muito ansioso por isso. Foi uma escolha muito natural".

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