F1: Os vencedores e perdedores do GP dos Estados Unidos

Vencedor: Max Verstappen

Havia algo apropriado no fato de Verstappen levantar o impressionante troféu de vencedor de Austin, no formato de um Texas Longhorn. Ao surgir de uma posição aparentemente impossível, o tetracampeão certamente está agarrando a temporada de 2025 como um todo pelos chifres. A grande questão agora é se ele vai largar.

Até o próprio holandês não pode mais negar o óbvio. É claro que agora ele está na briga pelo campeonato. A Red Bull agora tem o carro a ser batido em praticamente qualquer tipo de circuito, e tem um piloto que simplesmente se recusa a ser batido.

O problema do segundo piloto da equipe de Milton Keynes está lhe custando caro na tabela de construtores, mas está ajudando na missão de retorno de Verstappen contra dois pilotos da McLaren que continuarão tirando pontos uns dos outros.

Quando Andrea Stella avisou que Max era uma ameaça antes da corrida de Baku, apesar de estar quase 100 pontos atrás de Piastri, parecia que o chefe do esquadrão de Woking estava falando sobre a oposição para manter suas próprias tropas concentradas. Agora ficou provado que ele estava certo, embora possivelmente não da maneira que ele imaginava.

Não se engane, Verstappen ainda tem muito trabalho a fazer, tendo que recuperar uma média de oito pontos por fim de semana em relação a Piastri. Mas dar ao holandês até mesmo um sopro de um quinto título pode ser letal. 

Perdedor: Oscar Piastri

Dois finais de semana depois de sua calamitosa participação em Baku, Piastri novamente perdeu mais de 20 pontos para Verstappen em um final de semana.

A participação do australiano na confusão da sprint - na curva 1 - foi amplamente discutida e, embora ele não tenha cometido um erro grave, sua redução de velocidade trouxe um certo nível de risco, como ele logo descobriu.

Em termos gerais, o que é mais preocupante do que esse pequeno, mas caro, erro de julgamento é a falta de ritmo de Piastri em Austin. Ele ficou consistentemente um passo atrás de Norris e dois passos atrás de Verstappen em praticamente todas as etapas de classificação, relatando uma falta de confiança no comportamento do seu MCL39 e na resposta aos seus comandos em um circuito de teste de confiança real.

Oscar Piastri e McLaren precisam descobrir rapidamente o que aconteceu e corrigi-lo para estabilizar sua liderança cada vez menor no campeonato. O que parecia ser uma posição confortável - desde a saída de Norris de Zandvoort - agora se tornou uma enorme panela de pressão e o maior teste para o equilíbrio de Piastri até o momento.

Será que isso faz de Norris o vencedor do fim de semana, já que agora ele está a apenas 14 pontos da liderança? Em comparação com Piastri, talvez, mas, ao mesmo tempo, Norris está apenas 26 pontos à frente de Verstappen. Isso não parece ser suficiente.

Oscar Piastri se mostra corajoso depois de um fim de semana frustrante

Foto de: Steven Tee / LAT Images via Getty Images

Vencedor: Charles Leclerc

O fim de semana da Ferrari em Austin parecia destinado ao desastre na sexta-feira. Charles Leclerc e Lewis Hamilton tiveram que se esforçar ao máximo para chegar ao SQ3 na classificação sprint, depois de um dia sem brilho para a Scuderia.

Mas o crédito é devido, a equipe trabalhou incansavelmente para voltar à frente e encontrou desempenho suficiente para superar a Mercedes, com Leclerc e Hamilton terminando em terceiro e quarto.

Uma parte significativa dos elogios deve ser dada a Leclerc, que estava se perguntando se havia perdido algum truque quando percebeu que era o único na dianteira a começar a corrida com pneus macios.

Ele não precisava ter se preocupado, pois sua vantagem em termos de pneus imediatamente valeu a pena, pois ele roubou o segundo lugar de Norris. Mas essa foi a "parte fácil". A parte difícil foi ficar à frente da McLaren, mais rápida, com pneus macios que logo passaram do seu auge.

Mas, embora as ultrapassagens não tenham sido fáceis no COTA, Leclerc fez um primeiro stint absolutamente magnífico para segurar Norris por tanto tempo, em um carro que ainda tinha muito combustível e, portanto, exigia mais dos pneus macios do que aqueles que seguiram a estratégia oposta e usaram os macios na metade do caminho. 

Perdedor: Mercedes

A Mercedes não sabia ao certo por que, de repente, estava tão competitiva em Singapura, que rendeu uma vitória para George Russell. Austin foi um fim de semana mais "normal" para a Mercedes, se é que isso ainda existe para a equipe baseada em Brackley e sua "caixa de surpresas" de um carro, como Toto Wolff o chamou.

O segundo lugar de Russell na corrida sprint parecia preparar outro fim de semana forte, mas o britânico foi então ultrapassado por Leclerc na qualificação e perdeu sua maior chance de outro pódio quando ficou atrás de Hamilton e Piastri.

Depois disso, passou uma tarde inteira olhando para a asa traseira de Piastri, que lutava contra o tempo, sem nunca conseguir se aproximar o suficiente para não estragar seus pneus.

Enquanto isso, o companheiro de equipe Andrea Kimi Antonelli também teve uma tarde frustrante depois de ser tocado por Carlos Sainz. Antonelli fez bem o suficiente para se prender ao trem liderado por Fernando Alonso que lutava pelo último ponto, mas ele também foi vítima do ar sujo.

Foto de: Zak Mauger / LAT Images via Getty Images

Vencedor: Nico Hulkenberg

Nico Hulkenberg nos proporcionou um dos melhores momentos da temporada com seu pódio, há muito esperado, em Silverstone, mas desde então o veterano alemão recebeu uma grande surra de seu companheiro de equipe novato, Gabriel Bortoleto, na classificação.

Depois de oito derrotas consecutivas na qualificação, Hulkenberg finalmente teve uma sessão mais competitiva em Singapura e continuou essa tendência com um surpreendente quarto lugar na corrida sprint de Austin e um 11º lugar no grid para o GP.

Hulkenberg admitiu que foi um estímulo muito necessário depois de ter tido mais dificuldade para conseguir um tempo com a Sauber nos treinos classificatórios antes de Singapura, e encerrou seu fim de semana em Austin com o oitavo lugar no domingo, seus primeiros pontos desde aquele famoso fim de semana em Silverstone.

Perdedor: Williams

A Williams deixa o Texas com nove pontos após o "não-pódio" de Carlos Sainz na sprint e o sexto lugar de Albon, o que parece um pouco duro. Mas a equipe também se sentiu lisonjeada com o drama da Curva 1, que tirou vários carros da frente de Sainz e Albon.

Olhando para o GP em si, a tentativa de Albon foi desfeita com uma batida nos limites da pista na qualificação, que o deixou em último lugar no grid, o que ele explicou ter sido causado por uma mudança surpreendente na balança que induziu a subviragem.

Albon rodou depois de quase bater em Bortoleto nos estágios iniciais, lamentando rapidamente a decisão de largar com os pneus duros, muito mais lentos, que quase todo mundo evitou. Depois de abandonar os pneus duros sob o safety car virtual, Albon teve uma longa tarde até o 14º lugar.

A corrida de Albon foi certamente muito mais longa do que a de Sainz, pois o espanhol fez contato com Antonelli na quinta volta. Inicialmente, Sainz expressou seu descontentamento com Antonelli por não ter deixado o piloto da Williams se intrometer, mas, a julgar pelo som de sua voz, parecia que ele também percebeu que a culpa era principalmente sua. Os comissários definitivamente entenderam e deram a Sainz uma penalidade no grid para o México.

Além do resultado na sprint, o lado bom para Sainz é que ele sai de Austin à frente de Albon na classificação direta, uma boa recuperação depois de um início complicado na Williams.

Franco Colapinto passa pelo companheiro de equipe da Alpine, Pierre Gasly

Foto de: Sam Bloxham / LAT Images via Getty Images

Vencedor: Franco Colapinto

Então, em vez disso, estamos escolhendo um piloto que terminou em 17º lugar como "vencedor"? Sério?

Veja bem, a temporada da Alpine não foi a lugar algum e continuará indo. Mas enquanto a equipe está desesperada pelo fim da temporada e pela redefinição das regras de 2026, Colapinto ainda está lutando por sua vida no segundo carro.

O argentino provavelmente terminará um ano miserável com zero pontos, mas ele ainda está se aguentando, pelo menos bateu o companheiro de equipe Pierre Gasly algumas vezes desde a Hungria e, em Austin, mostrou um pouco de luta ao ultrapassar um Gasly mais lento, apesar de ter sido instruído a não fazê-lo.

Gasly estava com pneus mais velhos, enquanto Colapinto estava sendo perseguido por Bortoleto atrás dele, de modo que a ordem de "manter a posição" não fazia muito sentido do lado de fora.

A Alpine claramente não ficou impressionada com a manobra de Colapinto na Curva 1, com o diretor Steven Nielsen dizendo que "qualquer instrução do pitwall é definitiva e estamos desapontados por isso não ter acontecido". Consideramos Colapinto bom por não ter recuado, mesmo que tenha sido em uma luta que estava tão longe das linhas de frente que foi prontamente interrompida por bandeiras azuis.

Derrotado: Isack Hadjar

Hadjar tem sido impressionante para a Racing Bulls em seus melhores momentos, mas seu acidente na classificação em Austin mostrou que ele ainda é um novato e que pode muito bem se beneficiar de mais uma temporada na equipe anglo-italiana, em vez de ser o próximo talento levado às pressas para a equipe principal, que tenta desesperadamente resolver o problema do segundo assento.

A batida de Hadjar, que marcou uma corrida frustrante até a 16ª posição, provavelmente chegou tarde demais para deixar a Red Bull com medo, já que o futuro do francês na Red Bull deve ficar claro nas próximas duas semanas.

Ele é o cara? Provavelmente. Ele é o produto final neste momento, pronto para um dos melhores lugares da F1? Hmmm.

BERNOLDI lembra CAUSOS com MAX, 'mala' ALONSO e CALADO HAMILTON, avalia BORTOLETO e + | RENAN GUERRA

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