Haas: início da temporada 2020 decidirá o futuro da equipe na F1
Após ano difícil em 2019, equipe dos Estados Unidos terá dias decisivos no começo de 2020
Dono da equipe Haas de Fórmula 1, o norte-americano Gene Haas afirmou que o início da temporada 2020 decidirá o futuro do time dos Estados Unidos na categoria máxima do automobilismo mundial.
Há muito tempo, o dirigente deixa claro que só está interessado em continuar investindo na F1 se sua equipe puder ser competitiva. Além disso, ele está preocupado com os novos regulamentos a serem implantados na categoria em 2021.
Com a F1 entrando em uma nova era, Haas sabe que, caso opte por permanecer na elite do esporte a motor, terá que se comprometer por um período de cinco anos, como todas as outras equipes.
Em uma entrevista exclusiva ao Motorsport.com durante a corrida de domingo da NASCAR em Fontana, Haas disse que está lidando com todo o investimento necessário para a permanência na F1.
"Estou apenas esperando para ver como esta temporada começa. Se tivermos outro ano ruim, não seria tão favorável [ficar]. Tem que ser avaliado. Fazer mais cinco anos seria um grande compromisso", afirmou.
Na avaliação do dirigente, a passagem de sua equipe na F1, que começou em 2015, tem sido boa para os negócios em geral - mas ele está preocupado com o impacto da revisão das regras em 2021.
"Isso nos deu muito reconhecimento no mercado europeu e também em muitos mercados asiáticos. Trouxemos muitos clientes para as corridas. Tudo deu certo. Mas com os novos regulamentos chegando em 2021, a grande questão é quanto isso vai custar”, ponderou.
"Há tanta mudança acontecendo na Fórmula 1, você realmente precisa se perguntar se realmente vale a pena tentar implementar todas essas mudanças. Eu sei que todo mundo acha que as mudanças são boas, mas elas são caras”.
"É semelhante ao que está acontecendo aqui [na NASCAR, com os carros de nova geração]. Essas mudanças que implementam, e acho que o fazem com a melhor das intenções, são extremamente difíceis economicamente".
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Apesar da implantação de um limite de orçamento na F1, Haas não vê seus próprios custos diminuindo. Questionado sobre se o retorno esportivo valia o investimento financeiro, Haas disse: "Definitivamente não vale a pena financeiramente, posso lhe dizer”.
"O modelo de negócios não favorece as equipes menores. Como todos sabem pela maneira como o dinheiro foi distribuído, 70% vai para as três principais equipes e 30% para as outras sete equipes. Não é um bom modelo econômico”, criticou.
"Na nossa condição, você recebe apenas cerca de um terço do que realmente custa para ter uma equipe na Fórmula 1. Portanto, do ponto de vista de um modelo de negócios, não é tão bom assim”, seguiu.
"Obviamente, cada equipe tem um motivo diferente pelo qual faz tudo isso. Parte disso é o patrocínio. No caso da Ferrari, eles fazem isso há 60 anos”, exemplificou o dirigente, que compra os motores italianos na F1.
“Eles levam para casa dinheiro suficiente para realmente atingir o limite [de orçamento] de US $ 175 milhões, mas muitas das outras equipes operam com um quarto disso. Então como você pode ter uma equipe de corrida com esse tipo de disparidade?", questionou.
"Nosso carro certamente não foi o mais rápido", disse Haas sobre os testes de pré-temporada. "Acho que a única boa notícia foi que não éramos muito mais lentos que as Ferraris, mas as Ferraris não estavam no topo”.
"É um desafio. É um esporte difícil. É extremamente caro. Consome tempo e coloca uma enorme quantidade de estresse nas equipes. Não é realmente benéfico para as equipes que não estão entre os quatro ou cinco primeiros”, sentenciou.
Romain Grosjean, Haas F1 Team, Gene Haas, Owner and Founder, Haas F1 Team and Kevin Magnussen, Haas F1 Team at the unveiling of the Haas VF-20
Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images
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