Marciello desiste de F1 por exigência "estúpida" de dinheiro
Ex-piloto júnior da Ferrari, italiano admite que a Fórmula 1 se tornou um objetivo inalcançável devido às exigências orçamentárias
Raffaele Marciello chegou à GP2 em 2014 na sequência do título europeu de F3, mas rompeu com a escuderia após terminar em oitavo e em sétimo nas suas duas primeiras temporadas na principal porta de entrada da F1.
No terceiro ano na GP2 e o quarto lugar em 2016, Marciello admite que suas chances na F1 são inexistentes.
"Zero. Você precisa de 10 a 15 milhões de dólares, eu não tenho o dinheiro, então não há Fórmula 1 para mim. Você precisa de dinheiro sempre."
"Você deve ser realista e não sonhar com besteira, você precisa de dinheiro para a Fórmula 1, se você não tem dinheiro, você não vai para a Fórmula 1."
"Acho que fiz um bom trabalho [ao longo da minha carreira]. Ganhei a F3, muitos dos pilotos que bati estão lá agora, por isso, se eles estão na Fórmula 1, acho que eu também mereço estar."
"Mas eu vou ter uma carreira diferente em relação a eles e tenho certeza que será ótimo para mim também."
A Itália não está representada na F1 desde 2011 e Marciello acredita que a relutância das empresas italianas em apoiar pilotos tem contribuído para criar esta situação.
"Temos ajuda da nossa federação, mas talvez não tanto como outras federações e as empresas italianas não nos ajudam tanto, como o Banco do Brasil para Felipe Nasr."
"Talvez as grandes empresas deveriam nos ajudar um pouco mais, porque não precisamos de dinheiro para sempre."
"Mas 10 milhões de dólares por uma temporada, para mim, é estúpido. Se eu tivesse 10 milhões, eu não pagaria para ir à Fórmula 1, eu ficaria com esse dinheiro e tiraria férias para o resto da vida."
"Há algo errado com o sistema e é uma pena."
"Estou quase certo de que não estarei mais na GP2, porque é um pouco tolo fazer outro ano lá", continuou. "Se no próximo ano eu ganhar, ainda preciso de 10 milhões para entrar na Fórmula 1."
"Estou tentando ver se há alguma oportunidade para mim no GT, vamos ver."
"Espero que antes do Natal eu saiba o que farei no próximo ano, para que eu possa me concentrar muito bem e começar a trabalhar. Temos 90% de certeza sobre o que faremos."
Entrevistado por Oleg Karpov
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