Pilotos da F1 temem que vitórias sejam desvalorizadas com corridas de grid invertido
Ricciardo, Verstappen e Pérez afirmaram que a F1 não pode pensar em coisas artificiais para aumentar o espetáculo
Após o GP da Itália, o diretor esportivo da Fórmula 1, Ross Brawn, revelou que a categoria pode revisitar os planos de corridas de classificação com grid invertido para 2021. Mas parte dos pilotos da categoria demonstraram preocupação com a medida, temendo que isso desvalorize as vitórias no futuro.
A F1 tentou algo similar para 2020, mas teve seu projeto bloqueado pela Mercedes, já que era necessária aprovação unânime. Mas, com a mudança nas normas de governança para o próxima temporada, a proposta pode ser aprovada mesmo com a rejeição de duas equipes.
A ideia não tem apoio universal dos fãs e vários pilotos falaram contra a medida, destacando como uma das maiores preocupações a possibilidade da mistura do grid podendo desvalorizar as vitórias.
Daniel Ricciardo disse: "Eu fico preocupado com a adição de um modo artificial de mexer no grid, e todos os pilotos conquistarem vitórias, isso não mudaria o valor que uma vitória na F1 tem atualmente? Acho que essa é a questão, e ela é complicada".
"É difícil porque queremos corridas melhores, mas ainda estamos falando da F1 e acho que ela ainda tem valor. Isso poderia ser diminuído com grids invertidos".
Sergio Pérez apoiou a visão de Ricciardo que as vitórias não teriam o mesmo valor do que nas corridas com o formato atual.
"Eu vi o comentário de Toto Wolff, falando que a F1 não é o WWE. E eu concordo. Acho que, no momento, a F1 está trabalhando para diminuir a diferença entre as equipes para 2022 e, com sorte, isso acontecerá".
"Não acho que a F1 precisa de algo artificial como esse. Não acho que, se você vencer uma corrida com grid invertido, a sensação será a mesma. Não é uma boa ideia para o esporte".
Max Verstappen disse que não faz sentido para as equipes da F1 gastarem milhões para criar o carro mais rápido para os chefes fazerem eles largarem no fundo.
"Não gosto. É um modo artificial de criar um espetáculo, e isso não é a F1. O carro mais rápido merece estar na frente. É para isso que todos trabalham. Pra que manipular? No fim do dia, os carros devem terminar nas mesmas posições, mas isso não é a F1".
"Ela precisa ser sobre performance pura e é para isso que trabalhamos. Você quer ser o mais dominante e competitivo do grid, e, para isso, você quer largar na primeira fila".
Carlos Sainz reconhece, porém, que, apesar de ter ressalvas quanto à proposta, ele tem curiosidade em saber como que funcionaria.
"Não estou decidido no momento. Estou curioso para saber como que funcionariam as corridas assim. Tenho a curiosidade para ver uma vez como que funciona e se isso mexe nas coisas".
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