O recém-eleito presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, está confiante de que Lewis Hamilton não abandonará a Fórmula 1 após sua polêmica derrota pelo título de 2021 em Abu Dhabi no mês passado.

O heptacampeão perdeu um oitavo campeonato mundial recorde depois de ser ultrapassado por Max Verstappen na última volta da corrida de Yas Marina, após um reinício tardio pelo controle da corrida que foi contestado pela Mercedes.

A escuderia alemã inicialmente protestou contra o procedimento de recomeço após o safety car e considerou um novo recurso, mas acabou encerrando qualquer ação depois que a FIA anunciou que iniciaria uma investigação completa sobre o que aconteceu em Abu Dhabi.

Hamilton não falou publicamente desde uma breve entrevista no parque fechado após a corrida e não colocou nenhuma postagem nas redes sociais desde o dia anterior à decisão do título.

O chefe da Mercedes, Toto Wolff, disse que tanto ele quanto Lewis estavam "desiludidos" com os eventos em Abu Dhabi e que "esperava muito que ele continuasse correndo". Ben Sulayem foi eleito o novo presidente da FIA no mês passado, e já planejou fazer mudanças no livro de regras da F1 para evitar uma repetição dos eventos nos Emirados Árabes.

Questionado durante uma coletiva de imprensa antes do Dakar se ele estava com medo de que Hamilton não corresse no próximo ano, o agora mandatário da federação disse: “Não, eu não acho que ele desistirá".

"Vou fazer a sua pergunta: Lewis declarou que não vai correr? Não exatamente. Sendo um piloto, você se declara, e não deixa os boatos [falarem]. Estou confiante de que ele voltará. Ele é uma grande parte do automobilismo e, claro, da F1, a nova era pode aumentar suas vitórias e conquistas, e também Verstappen estará lá."

"Estou muito confiante de que veremos uma temporada muito desafiadora no próximo ano", acrescentou.

Lewis Hamilton, Mercedes, 2nd position, is interviewed after the race

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Ben Sulayem enfatizou a necessidade da FIA ser "proativa ao invés de reativa" na resolução dos regulamentos esportivos para garantir que não se repitam as polêmicas de Abu Dhabi.

"Vou estudar o caso e será decidido como seguir em frente sem pressão de ninguém", disse o emiradense. "É meu trabalho e dever proteger a integridade da federação, mas não significa que não olhemos para as nossas regras e, se houver alguma melhoria [a fazer], a faremos."

"Eu disse na minha primeira entrevista coletiva que este não é o livro de Deus. Isso foi escrito por humanos. Ele pode ser melhorado e alterado por humanos. Então, é isso."

Na primeira coletiva como presidente, Ben Sulayem disse que poderia não haver "perdão" a Hamilton se ele tivesse violado as determinações da FIA ao se ausentar da entrega de prêmios no final da temporada em Paris no mês passado. O dirigente revelou que havia entrado em contato com o britânico, mas ainda não tinha notícias do mesmo.

"Mandei mensagens para ele", comentou. "Acho que ele não está pronto para funcionar 100%. Você não o culpa. Eu entendo sua posição, sendo um piloto - é claro que ele está em um nível diferente."

"No entanto, a regra está lá. Para mim não é particular, sobre um competidor ou determinada equipe. Em geral, existem regulamentos que devemos respeitar, e a integridade da FIA também. Não posso julgar ninguém a menos que obtenha os fatos corretos."

"Sinto que, claro, não estar presente no jantar de gala, é algo que a escuderia e Lewis sabiam sobre as consequências, mas no final do dia, você também é humano. O estresse e a pressão estiveram presentes."

"Estou confiante de que tudo ficará resolvido. Não podemos pensar em nosso passado. Temos muito em que pensar. Somos o povo do futuro", finalizou.

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