Racing Point: teto orçamentário na F1 pode ajudar a "nivelar o grid"
Para o chefe da equipe, o teto não ajudará a F1 apenas no lado financeiro, mas também no esportivo
Como forma de reduzir o impacto econômico na Fórmula 1 previsto após o final da pandemia, a categoria está buscando encontrar soluções para cortar os gastos, tornando o esporte mais sustentável para todos. Entre as propostas está a redução do teto orçamentário que será introduzido no próximo ano, mas essa discussão ainda está longe de um consenso.
A princípio, todas as equipes da F1 já concordaram em reduzir o teto de 175 para 150 milhões de dólares, mas há um movimento, liderado pela McLaren, para reduzir o teto para cerca de 100 milhões. Por outro lado, a Ferrari já deixou claro que não vai concordar com reduções abaixo de 145.
Chefe da equipe Racing Point, Otmar Szafnauer explicou que o teto também pode ser usado como forma de reduzir a diferença de performance entre as equipes, estimulando a competitividade no grid da categoria, algo que pode adicionar aos benefícios de longo prazo da introdução de um ambiente mais sustentável na F1.
"O que precisamos lembrar é que, com o teto, você não precisa gastar o dinheiro", disse ao Motorsport.com. "Você não precisa, mesmo se ainda estiver sobrando. Quando éramos Force India, nós gastávamos 100, 110 milhões de dólares por ano".
"Mas nesse valor estão gastos que estão excluídos do teto. Então, tirando isso, acho que estávamos gastando 70 milhões. E esse valor nos colocou em quarto no mundial de construtores algumas vezes [2016 e 2017]".
"Se deixarmos em 170 milhões, não significa que você precisa gastar tudo isso, mas significa que você precisa se virar com esse limite. Então, o teto vai ajudar a nivelar em termos de competitividade, e a performance que você consegue tirar do carro".
"Temos que ser cuidadosos ao dizer que o teto não é apenas por questões financeiras, já que ele serve também para aproximar o grid".
Perguntado sobre o impasse na negociação, Szafnauer disse que entende os diferentes lados do debate que estão criando essa situação.
"Eu entendo ambos os lados da discussão", disse. "As equipes de ponta gastam atualmente mais de 300 milhões, e ter que reduzir para 170, 150 ou até mesmo 100, não é fácil. Muitos estão dizendo que vão ter que demitir pessoas".
"Isso é difícil de fazer - e eles investiram muito dinheiro porque as regras permitiam, e davam a eles uma chance maior de vencer. Mas também entendo o lado de Zak [Brown, CEO da McLaren], que diz que precisamos de um teto realista, onde todas as equipes podem se manter financeiramente instável e talvez até lucrar um pouco - o que teria de errado nisso?".
"Então acho que o teto precisa pender um pouco para ambos os lados, e estamos a caminho disso com todos negociando e discutindo para surgir com um teto que será apoiado ou reprovado por todos".
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