Schumacher: Documentário dá pistas sobre saúde do piloto e mostra como morte de Senna o fez questionar futuro

Produzido com a bênção de sua esposa, Corinna, documentário mostra bastidores da vida do heptacampeão

Michael Schumacher, Ferrari F2001

Michael Schumacher, Ferrari F2001

Charles Coates / Motorsport Images

Nesta quarta-feira (15) a Netflix divulgou em sua plataforma o documentário "Schumacher", que reconta a trajetória de Michael Schumacher, um dos pilotos de maior sucesso da história da Fórmula 1. Conhecido por sua separação da vida profissional com a pessoal, sendo esta última sempre muito privada, o longa, feito com o auxílio de sua família, abre um pouco as cortinas para mostrar os bastidores de um gigante do esporte a motor.

Afastado da vida pública desde 2013, após seu grave acidente de esqui na França, uma das grandes expectativas do documentário era que a produção trouxesse mais informações sobre sua condição, algo que a família mantém sob sete chaves desde então.

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No geral, é possível distinguir três focos fundamentais no documentário. O repórter do Motorsport.com, Guilherme Longo, fez uma análise de cada uma dessas esferas (veja vídeo com análise no final da nota).

O primeiro é o Michael piloto, aquele que nos acostumamos a ver nas pistas ao longo de seus quase 20 anos de carreira. O documentário mostra sua origem humilde e como seus pais tiveram um papel fundamental no início de sua carreira no kart. É dessa fase de sua vida que vem a grande motivação daquele que seria um dos maiores campeões da história da F1.

Um dos pontos altos do documentário é sobre 1994, mostrando sua disputa com Ayrton Senna no início da temporada e como a morte do brasileiro fez com que ele começasse a ver os perigos do esporte, levando-o até a questionar sobre seu futuro.

Chama a atenção também o fato do documentário não fugir das polêmicas com as quais Michael se envolveu ao longo da carreira. O acidente com Damon Hill no GP da Austrália em 1994, o toque com Jacques Villeneuve no GP da Europa de 1997, além do questionamento que a Ferrari tinha sobre a continuidade da parceria no início dos anos 2000 estão presentes.

O segundo foco é o Michael pai de família. O heptacampeão sempre foi muito reservado quanto à sua família, e a expectativa era de que o documentário trouxesse mais sobre isso, o que não necessariamente aconteceu. 

Corinna Schumacher congratulates  Michael Schumacher, Benetton

Corinna Schumacher congratulates Michael Schumacher, Benetton

Photo by: Motorsport Images

Mas foi legal ver, com a ajuda dos vídeos caseiros da família e os depoimentos, os dois lados contrastantes do alemão: a imagem mais fria do piloto de F1 versus a versão mais caseira, carinhosa com as pessoas ao seu redor. E um destaque importante que o filme traz: essa frieza não era necessariamente uma forma de distanciamento das pessoas, e sim uma característica de Michael, sempre muito tímido.

Já o terceiro foco não era um dos objetivos do filme, mas certamente era o mais aguardado por todos: notícias sobre seu estado de saúde. E enquanto o documentário não trouxe uma informação clara, como já era esperado, foi possível pescar informações a partir dos depoimentos de sua esposa, Corinna, e os filhos Mick e Gina-Maria.

Corinna chama o acidente de "todo o azar que alguém pode ter na vida", afirmando que não culpa Deus pelo que aconteceu. Ela revelou ainda que sente falta de Michael, mesmo com ele presente em sua vida de forma diferente, e que preza pela manutenção do estilo de vida familiar que o heptacampeão sempre prezou.

Mick Schumacher, Haas VF-21

Mick Schumacher, Haas VF-21

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

Mas é Mick quem entrega o depoimento mais emocionante do documentário, falando sobre a falta que sente do pai e como gostaria de compartilhar com ele os momentos que vive hoje, em seu ano de estreia na F1.

"Desde o acidente, essas experiências, esses momentos que acredito que muitas pessoas têm com seus pais, não acontecem mais. Nem em menor grau. E, na minha opinião, isso é um pouco injusto".

"Acho que eu e meu pai nos entenderíamos de uma maneira diferente agora, simplesmente porque falamos uma linguagem parecida, a linguagem do automobilismo. Teríamos mais para conversar. É onde está minha cabeça agora. Na maior parte do tempo pensando que seria tão legal se isso acontecesse. Eu abriria mão de tudo isso".

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