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Senna: gesto com bandeira após vitória completa 30 anos

Foi após vencer o GP dos EUA de 1986, em Detroit, que tricampeão festejou dando volta segurando bandeira do Brasil

Ayrton Senna, Lotus 97T-Renault
Ayrton Senna
Ayrton Senna, Lotus with Gérard Ducarouge
Ayrton Senna, Toleman
Bruno Senna, Hispania Racing F1 Team drives the 1986 Lotus Renault Turbo of Ayrton Senna
Ayrton Senna, Lotus 98T-Renault
Formula 1 area: Ayrton Senna display
Fã de Ayrton Senna

A cena está gravada na memória dos amantes do automobilismo. Era domingo, dia 22/6/86. Os brasileiros ainda estavam chateados. Na véspera, a Seleção Brasileira havia sido eliminada pela França na Copa do Mundo em uma sofrida disputa de penalidades. Mas então o domingo trouxe um sopro de alegria e esperança.

Ayrton Senna, então com 26 anos,  venceu o GP dos EUA no circuito de rua de Detroit. E logo após receber a bandeirada quadriculada veio o gesto que ficaria imortalizado. Senna encostou sua Lotus preta número 12 na pista, esticou o braço para fora do cockpit e pediu uma bandeirinha do Brasil a um torcedor. Ele, então, deu uma volta na pista festejando a vitória. O gesto tornou-se marca registrada do piloto brasileiro. 

No programa Roda Viva, da TV Cultura, Senna chorou ao comentar o episódio.

"Foi realmente um dia especial em Detroit. No dia anterior acabei fazendo a pole position às 13h50 e quando entrei nos boxes, devargazinho, após obter a pole, tinha um mecânico segurando um quadro dizendo Brasil 1 x 0 França. O Brasil tinha acabado de fazer o gol contra a França. Saí do carro e fui direto para o meu apartamento no hotel para assistir ao jogo. Fui até criticado pois faltei à conferência de imprensa. Mas queria ver o jogo. E tinha um monte de francês na equipe. Meu projetista era francês, mecânico francês. Conclusão, depois do jogo eu nem fui à garagem onde eles ficam trabalhando no carro pois eu sabia que eles iriam me alugar. Só apareci no domingo cedo na pista. E por uma grande felicidade a gente venceu a corrida. O interessante é que tinha muito brasileiro na torcida. Quando passei na linha de chegada e diminuí, eu vi um brasileiro do lado de lá da cerca com uma bandeirinha do Brasil. Foi instinto. Eu parei. Pedi para o comissário de pista pegar a bandeira do torcedor. Daí dei uma volta com ela. Foi um momento que vai sempre ficar guardado na memória". 

Naquela prova, Senna largou na pole. Na classificação, ele colocou mais de 0s5 sobre o "Leão" Nigel Mansell. Mas a corrida teve de ser de recuperação para o piloto brasileiro. Por conta de um pneu murcho, ele caiu para oitavo e teve de escalar o pelotão até cruzar a linha de chegada à frente de dois franceses, Jacques Laffite (Ligier/Renault) e Alain Prost (McLaren/TAG) após 63 voltas. Foi a quarta vitória da carreira do brasileiro.

Naquele tempo, apenas os seis primeiros pontuavam. Com a vitória, Senna recebeu nove pontos e superou Prost na tabela, com 36 contra 33 do francês, que seria campeão naquele ano. 

A vitória foi o início de uma dinastia de Senna em solo americano. Ele venceu cinco dos seis GPs dos EUA seguintes. 

 

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