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Ultrapassagem antológica de Piquet em Senna completa 30 anos

Relembre dobradinha brasileira na Hungria precedida por uma das maiores manobras da história da Fórmula 1

Ayrton Senna

Ayrton Senna

XPB Images

Nelson Piquet
Lotus 98T driven by Ayrton Senna
Ayrton Senna
Nelson Piquet, with Niki Lauda, Mercedes Non-Executive Chairman
Bruno Senna, Hispania Racing F1 Team drives the 1986 Lotus Renault Turbo of Ayrton Senna
Nelson Piquet, drives the Brabham BT49
Nelson Piquet, drives the Brabham BT49
Pódio: vencedor da corrida Ayrton Senna, da McLaren
Nelson Piquet

No dia 10 de agosto de 1986, a Fórmula 1 corria pela primeira vez na história no circuito de Hungaroring. Construído nos arredores de Budapeste, o GP marcava a quebra de um paradigma: pela primeira vez o campeonato mundial competiria em um país da chamada “Cortina de Ferro” – nome que se dava aos aliados da União Soviética na Guerra Fria.

Se fora da pista a corrida já seria memorável, dentro dela foi inesquecível. Desde os treinos, o domínio brasileiro já era visto com certo destaque. Se aproveitando de seu eficaz motor de classificação da Renault, Ayrton Senna marcou a pole position. Ao lado dele sairia Nelson Piquet.

Vindo de uma vitória na Alemanha com o mesmo Senna em segundo, o piloto da Williams começava uma reação no campeonato após ter vencido apenas a primeira corrida do ano, no Rio de Janeiro.

Desde seu início, a prova estava destinada a ser estrelada pelos dois brasileiros. Ayrton Senna e Nelson Piquet viraram pontinhos no horizonte dos demais pilotos, que só os viam para tomar voltas.

Mesmo com o esforço de Senna, Nelson Piquet mostrava ter o melhor ritmo. Por vezes o piloto da Williams-Honda tentou passar pelo compatriota da Lotus-Renault nos primeiros giros, mas, devido ao circuito estreito, a tarefa não era nada fácil. Mesmo assim, Piquet fez a ultrapassagem em Senna na volta 12 na primeira curva freando por dentro.

Fim de disputa? Absolutamente não. Piquet se aproveitou de um erro de Senna para abrir oito segundos na liderança, mas Senna devolveu nas voltas seguintes chegando a diminuir a diferença para três segundos. Apesar de problemas de desgaste de pneus, Piquet ainda aumentou o ritmo antes de fazer uma parada inevitável nos pits na volta 35.

Senna foi brilhante usando seus pneus melhor. Ele parou na volta 42 e saiu à frente do compatriota. Mas Piquet ainda não havia desistido.

Nelson registrou uma grande sequência de voltas rápidas e chegou em Senna de novo. Na volta 53, ele tentou passar o compatriota na mesma curva 1. Mesmo em sua terceira temporada, Senna foi esperto, posicionando seu carro no meio da pista e deixando o lado sujo para Piquet. A Williams tentou passar por dentro, mas saiu do traçado pela falta de aderência e Senna retomou a posição.

Duas voltas depois, Nelson fez mágica. Com Ayrton colocando seu carro no meio da pista de novo, Piquet o surpreendeu: foi por fora (pegando até um pouco de grama), freou no último instante, derrapou com sua Williams e fechou Senna na entrada da curva 1 com o carro de lado, assumindo assim a ponta.

Nas 20 voltas seguintes, Piquet conseguiu ser mais rápido que Senna e fechou a prova com 17s6 à frente.

Sennista ou Piquetista, o GP da Hungria de 1986 une até hoje os torcedores brasileiros. É tido como o maior duelo dos dois maiores campeões do Brasil. Fato é que o piloto mais próximo do briga dos dois, o terceiro colocado Nigel Mansell (companheiro de Piquet na Williams), terminou uma volta atrás.

Por tudo isso, o dia 10 de agosto será celebrado para sempre como um dos grandes dias da história da Fórmula 1.

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