Verstappen relembra 'abandono' do pai e cobranças: "Ninguém foi mais duro que ele"

Max Verstappen completou apenas 22 anos nesta segunda-feira. A pouca idade exalta os resultados e a maturidade que o holandês vem mostrando nas pistas. Apesar de fazer parte de uma família de pilotos, o jovem nunca teve vida fácil até chegar à Fórmula 1.

Filho de Jos Verstappen, que esteve na categoria entre 1994 e 2003, e de Sophie Kumpen, belga, com boa passagem no kart, as cobranças sobre o ‘jovem’ Max sempre foram relatadas como acima do normal, com rumores até de que o pai apelava para violência física sobre o garoto.

Ainda em Sochi, onde participou do GP da Rússia, o próprio Verstappen fez questão de relembrar um dos episódios mais incríveis de sua época no kart, quando tinha apenas 15 anos, em 2012, em uma etapa em Sarno, perto de Nápoles, na Itália.

"Eu deveria ter vencido aquela corrida facilmente", disse ele ao jornal britânico The Telegraph. “Na primeira volta, alguém me ultrapassou e eu queria recuperar a posição na volta seguinte. Tentei passar em uma curva muito rápida, ele não me viu e batemos.”

“Meu pai se esforçou muito naquele fim de semana e eu joguei tudo fora. Ele estava com muita raiva e não falou comigo. No caminho para casa, faltando cerca de oito quilômetros, ele me disse alguma coisa e acabamos discutindo."

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Então, ele parou em um posto de combustível e me disse para sair. Me expulsou da van, disse que era para voltar para casa sozinho e foi embora. Liguei para minha mãe, que também estava na corrida, para vir me buscar. Durante uma semana, meu pai não falou comigo."

Tão jovem, mas tão calejado, Max admite que nada o surpreende no circo da maior categoria do automobilismo mundial. "Nunca tive surpresas na F1 porque ninguém foi tão duro comigo como meu pai", disse o piloto da Red Bull, que sempre tem a companhia de Jos (veja abaixo).

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Testemunha ocular

Campeão mundial de kart e colunista do Motorsport.com, Ruben Carrapatoso testemunhou o 'nascimento' de quase todos os nomes do atual grid da F1 no kart e também relatou como o relacionamento entre os Verstappen chamava a atenção de quem acompanhava as provas. O ex-piloto brasileiro representava a equipe ART Grand Prix e conseguiu acompanhar de perto o início de carreira do holandês em campeonatos mundiais e europeus.

"O Jos era um cara muito bom para se conversar, simples e aberto, mas quando o assunto era o filho, ele se transformava. Já vi o Max ser ultrapassado na última volta e o Jos fazê-lo voltar a pé para o hotel, por exemplo. A maioria das pessoas que acompanhava o paddock naquela época, há quase 10 anos, via esse tipo de cena várias vezes."

Pai exigente, piloto mediano

Jos esteve na F1 entre 1994 e 2003, com hiatos em 1999 e 2002. Com mais espaço em equipes pequenas, como Simtek, Footwork, Arrows, Tyrrell, Stewart, Honda e Minardi, nunca se destacou. Seu momento mais marcante na elite do automobilismo foi no GP da Alemanha de 1994, ano em que Verstappen estreou. Ele estava na Benetton ao lado de Michael Schumacher e um erro no pit stop ocasionou um dos incêndios mais icônicos da F1 (veja abaixo).

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Max Verstappen, vitorioso em grandes corridas

Em tempos de pleno domínio da Mercedes e raros lampejos da Ferrari, o piloto da Red Bull conquistou vitórias marcantes. E sempre se superou para chegar aos triunfos. Na galeria especial abaixo, o Motorsport.com relembra as vitórias espetaculares do holandês. Confira:

A corrida foi a primeira de Verstappen na Red Bull. O holandês substituiu Daniil Kvyat, rebaixado para a Toro Rosso.

Na largada, Rosberg ultrapassou o pole Hamilton, que tentou retomar a liderança na sequência. O britânico, porém, errou o bote e tirou as duas Mercedes da prova.

O caminho ficou aberto para a vitória de Verstappen, que soube administrar bem a vantagem à frente.

Com o triunfo, o holandês se tornou o mais jovem vencedor da história da Fórmula 1.

Raikkonen e Vettel completaram o pódio da agitada etapa espanhola.

Verstappen herdou a posição de largada de Raikkonen, que teve problemas com sua Ferrari, atrás do pole Hamilton.

Com ritmo melhor que o da Mercedes, o holandês superou Hamilton e venceu em Sepang.

Daniel Ricciardo completou o pódio na segunda vitória de Verstappen pela Red Bull.

Verstappen vibra com o triunfo na Malásia.

O holandês já se colocava como rival de Ricciardo dentro da Red Bull, dando pontapé à tensão com o australiano.

Verstappen largou em segundo, atrás do pole Vettel, que tentava sobrevida na briga pelo título com Hamilton.

Verstappen ultrapassou o tetracampeão no início da prova e despontou na liderança.

O holandês chegou a ultrapassar Hamilton como retardatário antes de vencer no Hermanos Rodríguez.

Dominante vitória de Verstappen no circuito mexicano, no qual ele voltaria a vencer no ano seguinte.

Bottas chegou em segundo, à frente do conterrâneo ferrarista Raikkonen.

Na corrida do ano passado em Spielberg, Verstappen largou em quarto.

Logo no começo da prova, o holandês ascendeu uma posição, superando Raikkonen.

No fim das contas, as duas Mercedes abandonaram e Verstappen triunfou. Nesta foto, ele conversa com o pai Jos no Red Bull Ring.

Mais uma grande vitória de Verstappen, que já vivia forte tensão com o ex-companheiro Ricciardo.

Raikkonen chegou em segundo, à frente do companheiro Vettel.

Em sua segunda vitória no México, Verstappen largou em segundo, atrás de Ricciardo.

O holandês despachou o então companheiro no começo da prova e despontou na liderança após sofrer ataque de Hamilton.

Verstappen conseguiu abrir distância para o britânico e rumou para mais uma dominante vitória.

Vettel chegou em segundo e Raikkonen completou mais um pódio em sua extensa carreira.

Festa com champanhe para Verstappen, consolidado como primeiro piloto da Red Bull.

As coisas começaram ruins para Verstappen, que caiu de segundo para sétimo após péssima largada. No entanto, ele se recuperou e brilhou com várias ultrapassagens. A foto acima antecede o bote do holandês sobre Vettel a 20 voltas do fim da prova em Spielberg.

Logo após, Verstappen não tomou conhecimento de Bottas e assumiu a segunda posição.

A 3 voltas do fim, o holandês foi com tudo para cima de Leclerc. Com direito a toque entre os pilotos, Verstappen conseguiu ultrapassar para vencer no Red Bull Ring.

A manobra foi mais um motivo de delírio para a torcida da Red Bull na casa da equipe. Os trajes laranjas comprovam a idolatria ao holandês.

O pódio mostra Leclerc contrariado. O monegasco não concordou com a manobra do vencedor. Após três horas de reuniões, os comissários decidiram que o 'lance' foi normal e confirmaram a vitória do holandês.

Verstappen teve uma largada ruim e caiu para a quarta posição após se classificar em segundo para a prova de Hockenheim. Mas logo nas primeiras voltas o holandês conseguiu ultrapassar Kimi Raikkonen e assumir o terceiro posto.

Na sequência, o piloto da Red Bull passou a perseguir a dupla da Mercedes. No entanto, o vem e vai da chuva acabou bagunçando o grid e o holandês chegou a ficar mais para trás após as trocas de pneus.

Mas uma série de incidentes com os rivais, aliado às boas decisões da Red Bull na escolha dos pneus para cada momento da 'corrida maluca' e a constante entrada do safety car, permitiram que Verstappen assumisse a ponta, enquanto os adversários colecionavam erros.

Após assumir a liderança, o holandês foi preciso em sua pilotagem. Sem cometer erros e ainda anotando a melhor volta da corrida, Verstappen precisou apenas manter o controle da distância sobre os rivais para garantir a segunda vitória em 2019.

Foi a sétima vitória do "Mad Max" e a 61ª da Red Bull. E mais uma vez, o jovem holandês superou os rivais em uma prova cheia de emoção. De quebra, a Honda faturou a segunda vitória como fornecedora de motores desde o retorno à categoria.

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