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Whitmarsh: “Somos bons em criar uma crise e não resolvê-la”

Chefe da McLaren critica falta de vontade política das equipes para chegarem a um acordo sobre a divisão do dinheiro

Presidente da associação das equipes e chefe da McLaren, Martin Whitmarsh, criticou a desunião dos times nas discussões sobre o novo Acordo da Concórdia. O contrato, que dita as regras de distribuição do dinheiro na Fórmula 1, venceu ao final da temporada passada e, por enquanto, não há previsão de renovação. Para o dirigente, falta vontade política para que as equipes resolvam seus impasses.

“Somos bons em criar uma crise em nosso esporte e somos bons em não resolvê-la”, criticou Whitmarsh. “Precisamos ter alguém para nos dar um pouco de paz e dizer ‘temos um Acordo da Concórdia’. Mas não tenho certeza se todos estão motivados para isso.”

Um dos desafios da categoria é desenvolver um modelo de negócios que seja bom para os grandes, ao mesmo tempo que proteja as equipes menores. “Estamos no mundo da propaganda e ao redor do mundo o gasto com isso está diminuindo. Acho que, felizmente, tomamos algumas medidas, mas será duro para algumas equipes terem um modelo de negócio viável dentro de alguns anos, não há dúvidas.”

As equipes médias e pequenas se encontraram com Bernie Ecclestone nessa semana, enquanto as maiores já tiveram suas reuniões com o CEO da FOM, que controla os direitos comerciais da F-1. Segundo Whitmarsh, não se pode culpar o dirigente e, sim, a falta de união das equipes.

Whitmarsh é o presidente da FOTA, associação dos times que ficou enfraquecida após a saída de quatro membros, dentre eles Red Bull e Ferrari, no final de 2011. “No momento, Bernie está fazendo um trabalho fantástico para os donos [da F-1, a CVC Capital]. Podemos criticar Bernie, mas ele está fazendo seu trabalho de maneira melhor do que nós. Seu dinheiro vem de nosso esporte. Como pode imaginar, isso é muito frustrante para alguns de nós, mas é exatamente isso que Bernie deveria tentar fazer. Se as equipes não são coesas para pedir uma quantia maior do que é arrecadado, então temos de nos culpar por isso. Eu certamente forcei muito nessa área e claramente não tive tanto sucesso quanto gostaria. Bernie é muito bom ao mover as peças no tabuleiro, não é?”

Whitmarsh usou o exemplo da discussão sobre as mudanças nos motores para 2014, que foram revistas diversas vezes e ainda geram discordâncias, para mostrar o quão instável é o momento político da F-1 no momento. “Somos bons nisso porque gostamos de brigar publicamente de uma maneira que não ajuda.” O chefe da McLaren, porém, garantiu que as mudanças seguirão adiante como planejado. “Não podemos voltar atrás agora.”

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Julianne Cerasoli
Fórmula 1
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