Entrevista

Di Grassi rebate Red Bull: Audi ganha muito mais atuando na F-E do que na F1

Após críticas de consultor da Red Bull ao campeonato elétrico, brasileiro vê “argumento meio falso” em alegações

Lucas di Grassi, Audi Sport ABT Schaeffler

Cada vez mais a Fórmula E ganha espaço no mundo do automobilismo. Desde sua idealização, Lucas di Grassi tem sido um dos maiores apoiadores e entusiastas da categoria, que quer ajudar a revolucionar a indústria automotiva nos próximos anos, facilitando o desenvolvimento de veículos elétricos.

No entanto, nem todo mundo concorda com a filosofia do esporte. Para o consultor de automobilismo da Red Bull, Helmut Marko, o campeonato é um terreno apenas para marketing e os carros são “Fórmulas 3 com uma bateria de 400 kg”. A crítica, feita nos últimos dias, foi mal digerida pelo circo da categoria elétrica, incluindo Di Grassi.

Perguntado pelo Motorsport.com no Chile sobre o tema, o brasileiro falou dos motivos da presença da Audi na F-E em vez de na F1.

“A Audi ganha muito mais aqui do que na Fórmula 1”, resumiu.

Tendo em mente o fato de a Audi querer em 2025 ter 12 modelos lançados completamente elétricos, a filosofia da F-E é tudo o que a montadora alemã necessita neste momento de sua história, segundo confirma Di Grassi.

“Como todos os carros futuros da Audi serão elétricos, a gente precisa entender quais são os fatores limitantes, quais são os materiais adequados e como desenvolver um software para o controle do motor”, seguiu.

“Tem todo esse desenvolvimento do carro elétrico que será usado no futuro. O carro a combustão você já sabe como faz, o interessante é descobrir como fazer carros elétricos serem mais rápidos, mais eficientes e mais baratos. Isso é o que fazemos aqui. Não só a Audi, mas todo mundo. Então, é muito mais um desenvolvimento comercial do que a Fórmula 1.”

Lucas também disse que a argumentação usada pelo austríaco é ambígua e aberta demais.

“O Dr. Marko falou que ele é um ‘purista das corridas’. Isso para mim é um argumento meio falso, porque isso depende muito do que isso significa para cada um. O que é ser assim, defender corridas a cavalo em vez de com carro?”

“Se ele fosse realmente um purista das corridas ele ia defender corridas de cavalos. Ou então só ter corridas com carros a combustão, sem sistema híbrido – como há na F1 hoje. Ou carros só com câmbio em H, sem borboleta sequencial – como há na F1 hoje. É um argumento meio aberto.”

“Isso é mais a opinião dele pessoal de falar: ‘olha, não quero correr de Fórmula E, já estou velho demais para isso e quero continuar fazendo corrida a combustão na F1’.”

“A F1 ainda é a categoria mais importante do automobilismo mundial, ninguém pode negar. Mas o futuro para as montadoras é elétrico”, fechou.

De Santiago, Chile - Viagem a convite da Audi

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Gabriel Lima
Fórmula E
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