Opinião: NASCAR acerta em não tirar vitória de Nemechek
Categoria abriria precedente que modificaria qualquer tipo de briga característica do esporte
O fim de semana reuniu as principais categorias do esporte a motor quando falamos em popularidade, com etapas da Fórmula 1, MotoGP, Indy e também da tradicional corrida de Darlington da NASCAR.
Tudo indicava que nos Estados Unidos as atenções dos carros retrô da principal série do automobilismo do país seriam divididas apenas com a penúltima prova da Indy em Watkins Glen, mas ao mesmo tempo que Scot Dixon cruzava a linha de chegada em Nova Iorque, no Canadá acontecia algo que tomaria as manchetes dos principais veículos de informação e nas redes sociais.
Cole Custer tentava se manter à frente na última volta da única etapa em circuito misto da Truck Series, quando foi pressionado por John Hunter Nemechek até os dois cruzarem a linha de chegada pelo lado de fora do asfalto, deixando os comissários em dúvida sobre quem deveria ir para o Victory Lane, até declararem a picape #8 como vencedora.
Como se não bastasse o final polêmico, Custer, inconformado com a forma de como perdeu a corrida e a vaga para o Chase, partiu para cima de Nemechek, deixando muitos jogadores de futebol americano com inveja pela desenvoltura em seu "tackle".
Independentemente das consequências, o fato é que a NASCAR agiu certo em não tirar a vitória de Nemechek, por mais sujo que pareça ser ao fã mais puro do automobilismo.
A cultura da NASCAR, gostando ou não, é esta e foi também por este motivo ela se tornou gigante dentro dos Estados Unidos. Mudar esse fato neste momento, seria como dar um tiro no pé, já que boa parte dos fãs aceitam esse tipo de embate. A estrutura dos carros permite uma corrida com mais toques, mesmo eles acontecendo à beira da bandeira quadriculada. Neste mesmo ano em Richmond, por exemplo, Carl Edwards tocou na traseira de Kyle Busch - seu companheiro de equipe - para vencer pela segunda vez consecutiva em 2016.
Mas toda liberdade tem um preço. Ao mesmo tempo que a NASCAR permite, com algumas restrições, ela também pode permitir a vingança. Tanto Edwards como Nemechk sabem que estão em débito com Busch e Custer. Além disso, o preço a pagar pode se tornar ainda mais amargo, já que ambas as categorias estão à beira de seus playoffs.
Após os casos entre Matt Kenseth e Joey Logano no ano passado, o recado que a NASCAR passou foi de que em caso de briga por posições, vale tudo. Kenseth foi punido em duas corridas após tirar Logano em Martinsville porque estava nove voltas atrás do líder e não lutava por posição.
Voltando ao caso deste domingo no Canadá, pareceu pouco inteligente da parte de um piloto já classificado para o Chase, como o de Nemechek, querer a vitória a todo o custo, nem que para isso ele compre briga com um concorrente que poderá tirá-lo de uma prova mais importante no futuro próximo. Na prática, Nemechek trocou a possibilidade de brigar pelo título por uma vitória.
A questão que fica não é se Custer vai devolver a manobra, é quando ela vai acontecer. E, sabendo como a NASCAR age, certamente será em um momento em que ambos estiverem disputando posições.
E Nemechek não poderá reclamar.
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