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Coluna do Vicente Sfeir: A Stock Car pós pandemia

Colunista de mercado do Motorsport.com avalia as medidas tomadas pela Stock Car para quando o campeonato voltar, no segundo semestre

Corrida final da Stock Car em 2019

Duda Bairros

A Stock Car anunciou recentemente seu novo pacote para a temporada 2020, com os ajustes necessários à realidade do esporte brasileiro pós pandemia.

Não era uma tarefa fácil.

Ao mesmo tempo, a categoria precisava garantir minimamente as entregas contratadas para este ano e ainda proporcionar redução de custos para as equipes, já que a realidade do mercado de eventos esportivos mudou drasticamente com o impacto do coronavírus.

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Aqui estamos falando de quase vinte equipes, com realidades financeiras um tanto distintas. A categoria precisou ter o devido cuidado para não corrermos o risco de iniciar a temporada com mais de 30 carros no grid e terminar com 20 e poucos.

Entendo que, no geral, fizeram um bom trabalho com os ajustes.

Reduzir de 12 para oito datas, extinguir as atividades de sexta-feira e promover algumas “rodadas triplas” foram medidas que realmente atuam no controle de custo da categoria proporcionando praticamente a mesma visibilidade.

As rodadas triplas achei muito positivas pois restauram o interesse da mídia no sábado, que estava meio morto nos últimos anos. Me parece adequado largarem com a ordem do treino livre. Só não sei se a largada para a segunda corrida do fim de semana (a primeira prova de domingo) ser determinada pela ordem da chegada no sábado foi a melhor opção. Como o sábado é tratado como uma etapa e o domingo como outra, poderia ser realizado o quali também no domingo, antes da primeira bateria.

Outro tema que foi mencionado, ainda que “em estudos” é a adoção de descartes dos piores resultados de cada carro. Aqui pode trazer justiça maior para o campeonato, para um competidor não ficar fora da briga pelo título por quebra de motor por exemplo. Mas ao mesmo tempo deixa um pouco mais confuso para explicar a classificação do campeonato durante o ano, além de não premiar a regularidade.

Gaetano di Mauro em Interlagos

Gaetano di Mauro em Interlagos

Photo by: Jose Mario Dias

Exemplo: em 2019 nosso piloto Felipe Baptista fez sua primeira temporada em carros de corrida. Ele ganhou cinco corridas na Porsche Cup, fez 11 pódios em 12 provas e terminou todas as corridas nos pontos. Perdeu o campeonato para outro piloto que havia abandonado duas corridas e descartou zero pontos na contagem final, enquanto Felipe se desfez de 30.

O tema da equalização dos carros com a chegada da Toyota já era um tópico do regulamento antes mesmo da pandemia. E até agora não está claro como será realizado o “balance of performance”. Uma solução nesse sentido que não me agrada é a adoção de lastro, como acontecia nos antigos Brasileiro de Marcas e na última edição da Stock Light chamada Brasileiro de Turismo.

Acho que, em carros diferentes, o lastro pune demais o líder do campeonato. Em 2017 nosso piloto Gaetano di Mauro liderou o campeonato quase inteiro. Ou seja, andou o ano todo com um peso de 80 kg adicionado em seu carro. Era exatamente o peso dele equipado. Então foi como se o Di Mauro tivesse andado quase a temporada completa com um irmão gêmeo no banco do passageiro de seu carro de corrida.

E além da injustiça em velocidade, carregar peso extra também exige demais do equipamento. Carro mais pesado consome mais pneus e tem um desgaste geral maior.

Certamente há outras maneiras de equilibrar as coisas.

A Stock Car foi muito hábil nos últimos anos ao equilibrar os fatores competitividade e promoção do evento. A Corrida de Duplas e a adoção de rodadas duplas com inversão de grid são exemplos.

Costuma-se falar que a necessidade é a mãe das invenções. Nesse sentido, as dificuldades impostas pela pandemia e a criatividade dos dirigentes em achar as melhores soluções podem trazer inovações para dar mais emoção ainda à Stock Car e ao mesmo tempo conservar os atributos que tornam a categoria a principal do Brasil há mais de quatro décadas.

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