Análise técnica: a novidade radical da Mercedes em seu bico
Do ponto de vista de desenho, a Mercedes tem tido carros agressivos nos últimos anos, mas, em 2017, elevou ainda mais este patamar de complexidade.
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
A introdução de um novo bico na quinta etapa do campeonato mostra o nível de planejamento que há nestes pacotes de desenvolvimento em grande escala, já que é preciso passar pelos testes de impacto para que se possa utilizar a peça em um fim de semana de GP.
Um teste de impacto foi necessário desta vez, já que o bico é muito mais estreito do que seu predecessor, sendo mais fino na porção central antes de se curvar para fora no encontro com o chassi.
O desafio em desenhar um bico mais fino é uma façanha, já que ele precisa passar pelos testes de impacto sem que isso represente um ganho de peso.
O desejo da equipe em reduzir a largura do nariz deve-se a uma outra solução radical que foi colocada em prática no W08 na Espanha – marcada em uma das fotos abaixo com uma seta vermelha.
Não vimos nada deste tipo sendo usado antes, pelo menos não em torno do bico, com seu desenho criando uma superfície aerodinâmica significativa, o que conduz e alivia o fluxo de ar que passa por ali.
Claro, essa estrutura está em uma área particularmente sensível no carro, ajudando a conduzir o vórtice Y250 e limitando o impacto do arrasto do pneu dianteiro por sua estrutura semelhante a um túnel e com o efeito aerodinâmico que a peça indubitavelmente possui.
É importante neste momento mostrar uma imagem desta “capa” por trás, ilustrando a razão pela qual alguns a compararam com um minidifusor.
Claramente ela não está perto o bastante do chão para cumprir exatamente com o mesmo propósito, mas o vórtice que é gerado na beirada do difusor talvez é gerado também nesta peça.
Também é importante perceber a geometria da peça pelo lado de dentro, com o ar sendo direcionado por baixo do nariz e sobre a superfície que o divide e força o fluxo a se encontrar novamente na linha central.
A aleta montada na parte de trás (seta vermelha), que é uma evolução da asa anteriormente usada pela equipe, também se encaixa neste conceito de fluxo de ar, o que guia o ar para a parte de baixo do chassi até a estrutura aerodinâmica em torno dos defletores.
Vale a pena notar que, com isso, o sensor que mede a altura do carro também foi removido para o centro da aleta para melhorar a performance dessa superfície.
Pequenos detalhes
Um dos menores detalhes que foram revistos no W08 na Espanha foi a aleta montada à frente da suspensão dianteira. Um elemento único já havia sido usado na Austrália, mas, na Espanha, a equipe modificou o conceito, adotando, agora, algo formado por duas peças.
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