Análise técnica: o que as fotos mostram sobre o acidente de Grosjean no Bahrein
Condição do piloto mostra o avanço que a F1 fez em termos de segurança, mas ainda deixa algumas dúvidas
A saída de Romain Grosjean do fortíssimo acidente sofrido no GP do Bahrein é uma das exibições mais públicas que a Fórmula 1 já teve do avanço na segurança do carro. O francês conseguiu sair quase ileso de uma desintegrada Haas, que se quebrou no meio, passou pelo guard-rail e ainda pegou fogo, algo que foi visto por muitos como um milagre.
Mas enquanto há mesmo alguma sorte envolvida no acidente, especialmente com o fato de Grosjean ter conseguido manter a consciência para sair do carro, a ciência e os protocolos de segurança da F1 tiveram um grande papel em sua sobrevivência.
A F1 e a FIA estão investigando o que aconteceu e as circunstância do caso serão profundas e extensas, com os resultados devendo levar meses para sair com a análise de vídeos, fotos e evidências físicas.
A Haas, por exemplo, já deixou claro que vai deixar a célula de sobrevivência de Grosjean intocada até a FIA fazer sua investigação. Gunther Steiner disse no domingo: "Vamos deixar como está porque não queremos tocar nisso no momento e precisamos ver o que todos querem fazer".
"Não há motivos para apressar nada porque não tem como usar aquele carro novamente. Então, para o momento, fica como está e vamos construir um novo carro para a semana que vem".
Mas enquanto as respostas sobre o acidente podem levar algum tempo para sair, as fotos da batida e suas consequências já podem oferecer indicadores sobre os fatores que estiveram no caminho para salvar a vida de Grosjean.
A estrutura da batida
Ficou claro que o bico do carro e a estrutura de batida da Haas se desintegrou assim que atingiu a barreira.
Conforme o carro era retirado, é possível ver como que os Spars de proteção contra impacto lateral, registrado na imagem principal da nota, foram esmagados pela carga, sendo que é exatamente para isso que eles foram projetados: reduzir a força de um acidente.
Considerado que o carro de Grosjean, que pesa 746 kg, bateu nas barreiras a 221 km/h, com uma força estimada de mais de 50G, havia uma quantia enorme de energia para se livrar.
The remains of the car of Romain Grosjean, Haas VF-20
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Apesar de pouco reconhecível, a célula de sobrevivência permaneceu praticamente intacta apesar do impacto. Mas notem, na seta vermelha acima, como o chassi parece se abrir a frente do halo.
Halo e Santantônio
Com o chassi atravessando a barreira, parece que o halo foi se descascando, ajudando a proteger a cabeça de Grosjean, que não atingiu o metal.
Já o dano ao santantônio indica que esse pode ter sido o ponto de parada contra a barreira. Na imagem acima, é possível ver que ele segue no lado da pista, sem entrar em direção à barreira. Isso é possivelmente o que causou a forma de V na barreira à esquerda.
Assim que o carro foi removido, o dano ao santantônio ficou mais visível e mostra claramente as forças tremendas que a parte do carro recebeu. A parte da frente sofreu um furo, mas sua estrutura se manteve intacta.
The remains of the car of Romain Grosjean, Haas VF-20
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Assim que foi retirado da barreira, o estado da célula de sobrevivência também ficou mais claro, com o dano indicado pela setas vermelhas na imagem abaixo. A abertura na frente ficou exposta pelo fato do painel não estar mais na seção superior do chassi.
The remains of the car of Romain Grosjean, Haas VF-20
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Considerando a exposição que o halo teve à barreira, ele permaneceu relativamente intacto, mas o dano mostra o nível da força que ele precisou aguentar. A carenagem do halo foi destruída, mas por ser apenas um painel laminado, isso já era esperado.
Marshals remove the wreckage after a huge crash for Romain Grosjean, Haas VF-20, on the opening lap
Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images
A situação do motor
Um dos aspectos mais dramáticos do acidente foi o modo como o carro automaticamente se partiu ao meio, com a célula de sobrevivência atravessando a barreira e a parte de trás, onde fica o motor, permanecendo no lado da pista.
Ferrari F60 chassis, fuel tank and KERS battery (bottom)
Photo by: Giorgio Piola
Há seis parafusos que prendem a unidade de potência e, efetivamente, toda a extremidade traseira do carro à célula de sobrevivência. As indicações são de que esses parafusos se soltaram devido às tremendas forças em jogo, e o robusto segmento do motor acabou parando mais adiante na pista.
Marshals remove the wreckage after a huge crash for Romain Grosjean, Haas VF-20, on the opening lap
Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images
O incêndio provavelmente foi causado pela ruptura do próprio tanque de combustível ou pela ruptura das linhas de combustível com o impacto. As imagens parecem mostrar que os conectores foram puxados diretamente para fora do tanque.
E mesmo que todo o combustível do carro não tenha explodido com o incêndio, parece (acima) que o tanque está vazio e esmagado nesta imagem, quando os fiscais estão colocando o carro no guincho. Um painel também está faltando.
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