Análise técnica: Red Bull se inspira até na 'lentidão', Mercedes refina revolução e Aston Martin busca novas soluções
Especialistas do Motorsport.com na área técnica da Fórmula 1, Giorgio Piola e Matt Somerfield explicam novidades de três das principais equipes da temporada; confira
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
Equipe dominante da Fórmula 1 2023, a Red Bull segue muito à frente das rivais mais rápidas, mas o time taurino também se inspira nas escuderias mais lentas -- no caso, a Williams -- do grid da atual temporada, como mostra o Motorsport.com.
No GP da Espanha, a marca de energéticos apareceu em Barcelona com novidades nas aletas das bordas de assoalho e também no difusor, introduzindo soluções amplamente vistas nas maquinarias concorrentes.
Provavelmente, esses designs foram identificados por Adrian Newey em suas tradicionais caminhadas pelo grid. O mago da Red Bull, então, decidiu implementar as novidades, uma vez que seus efeitos positivos já foram comprovados.
De qualquer forma, mesmo 'copiar' soluções alheias não é algo tão simples: os conceitos têm de funcionar em harmonia com o restante do conjunto do RB19. Este pacote que, aliás, já tem seu próprio cronograma de desenvolvimento para o decorrer da temporada.
Red Bull RB19, comparação de assoalho
Nas fotos comparativas acima, com a seta destacando a atualização do grupo de Milton Keynes, nota-se a novidade relativa à aleta na borda do assoalho. A ideia é melhorar o fluxo de ar que passa por essa parte do carro.
A área superior do difusor também foi modificada com um novo arranjo que se assemelha ao de muitos times adversários. A mudança, além de alterar o funcionamento do próprio difusor, também impacta no comportamento do fluxo de ar na parte de cima do carro. Veja os destaques abaixo:
Red Bull RB19, difusor
A Mercedes, por sua vez, também fez mudanças sutis -- para além do refinamento do pacote de atualizações introduzido em Mônaco -- na Catalunha, já que o elemento superior do conjunto de retrovisores foi 'simplificado' no W14 (confira na arte abaixo).
Pode parecer pouco, mas o objetivo é importante: com isso, a passagem do ar pelo conjunto dos retrovisores fica mais complementarmente harmoniosa quando se pensa no novo sidepod introduzido pela equipe de Brackley. A Mercedes também alterou a lateral do difusor, com a consequência mais apontada sendo um maior fluxo de ar pela área, de modo a melhorar a qualidade do fluxo e também o downforce localizado.
Na busca da melhor configuração para o W14, paralelamente ao trabalho para compreender melhor seu novo pacote aerodinâmico, a Mercedes testou diversas soluções nos treinos livres de sexta-feira em Montmeló -- até por isso, talvez, o primeiro dia de pista espanhol não teve tempos tão velozes.
Soluções de asa traseira de média e alta pressão aerodinâmicas foram testadas, com a última sendo usada tanto na classificação quanto na corrida. A equipe também testou uma saída de ar traseira maior com foco no resfriamento, mas depois voltou para um design 'menor' para quali e GP em si.
Mercedes W14, comparação de asa traseira e saída de ar
No caso da Aston Martin, que teve um excelente começo de temporada, o time britânico de Silverstone agora se vê rodeado de rivais que implementaram atualizações substanciais nos últimos eventos para aumentar a competitividade. A resposta? Para começo de conversa, a asa dianteira.
Na arte comparativa acima, a foto mostra um canto de spoiler de menor carga aerodinâmica, enquanto a ilustração feita com base nas etapas anteriores exibe em design de mais downforce, conforme se evidencia no ângulo da superfície mais alta da asa.
Tal tendência está mais alinhada com o que se vê no resto do grid, tanto na parte da frente quanto na de trás. Assim, abre-se mais margem para diferentes soluções na parte externa da asa, permitindo o redesenho do endplate (a borda externa da asa) e do flap presente na junção com a base da asa.
Na parte de trás do AMR23, mais aprimoramentos partindo da base da última solução de spoiler traseiro, com alterações mais significativas sendo exibidas já em Mônaco, conforme se vê no endplate.
Com a nova ranhura, altera-se também a geometria interna do endplate, com um design mais 'angulado' na comparação com o desenho anterior. A consequência óbvia é aerodinâmica mas também há impacto nas superfícies circundantes, de modo que todo o conjunto foi modificado.
Aston Martin AMR23 halo winglets
Photo by: Uncredited
Outra solução que não se via quando o carro foi apresentado é o conjunto de winglets no halo: eles são vistos no zoom do canto inferior esquerdo da arte acima, ao passo que o novo arranjo não estava presente na foto mais antiga.
A Aston Martin provavelmente apresentará uma variante mais refinada dessa solução nas próximas corridas da temporada, já que ela parece alterar o fluxo de ar ao redor da estrutura de segurança e também o downstream que 'gruda' o carro ao chão.
Aston-Honda na F1 2026: Detalhes, impacto para RBR/Mercedes e o fator Alonso
Faça parte do Clube de Membros do Motorsport.com no YouTube
Quer fazer parte de um seleto grupo de amantes de corridas, associado ao maior grupo de comunicação de esporte a motor do mundo? CLIQUE AQUI e confira o Clube de Membros do Motorsport.com no YouTube. Nele, você terá acesso a materiais inéditos e exclusivos, lives especiais, além de preferência de leitura de comentários durante nossos programas. Não perca, assine já!
Podcast Motorsport.com debate: é o 'fim da linha' para Mônaco na F1?
ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:
Faça parte da comunidade Motorsport
Join the conversationCompartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.