A temporada começou como uma grande oportunidade para a Ferrari, que foi melhor nos testes de inverno em Barcelona. No entanto, o principal nome da equipe, Sebastian Vettel, começou o ano pressionado pelos erros cometidos em 2018.
Monegasco estreava na equipe como pedra preciosa a ser lapidada, depois de um ano consistente na Sauber Alfa Romeo em 2018.
Logo no início da pré-temporada, a Ferrari deu um baile nas principais adversárias, Mercedes e Red Bull no circuito de Barcelona. Vettel foi o primeiro a liderar sessões.
Nos dias seguinte, Leclerc também mostrou força e liderou sessões. A Ferrari impressionava não apenas por sua velocidade em voltas lançadas, mas também nas simulações de corrida.
A Ferrari não era tudo isso e continuava atrás da Mercedes, esse foi o saldo da primeira prova. Na largada em Melbourne, Leclerc forçou mas perdeu para Vettel. No fim da prova, a Ferrari precisou dar ordens para o monegasco ficar atrás do tetracampeão.
No circuito de Sakhir, Leclerc surpreendeu a todos ao alcançar a primeira pole logo na segunda prova com as cores da Ferrari. Na largada, Vettel superou o companheiro, que colocou a faca nos dentes e recuperou a posição. Nas últimas voltas, uma falha fez Leclerc perder a vitória e completar em terceiro.
O monegasco passou a cometer pequenos erros no primeiro terço da temporada, o mais emblemático foi a pancada no Azerbaijão. Isso diminuiu a expectativa sobre ele e aliviou um pouco a pressão sobre Vettel.
Apesar das limitações da Ferrari, Vettel foi consistente na etapa do Canadá, onde fez a pole, sua primeira no ano, e lutou com unhas e dentes pela vitória com Lewis Hamilton. Um erro seguido de um retorno "perigoso" lhe renderam uma punição que custou-lhe 5s e a vitória da prova.
Não foi só com Sebastian Vettel que Leclerc rivalizou em 2019. O GP da Áustria marcou o que deverá ser o início de uma rivalidade entre Verstappen e o monegasco. nas últimas voltas, o holandês ultrapassou o rival da Ferrari em uma manobra que resultou em toque e venceu a corrida.
Se Leclerc retomou a boa forma, Vettel passou a errar com mais frequência. Em Silverstone, o alemão perdeu o ponto de freada e encheu a traseira de Verstappen.
Após um domínio da Mercedes e de quase um mês de férias, Leclerc e Ferrari voltaram dominantes, o que garantiu a primeira vitória da carreira do jovem prodígio. Enquanto isso, Vettel tem dificuldades para desencantar.
No GP da Itália, Leclerc partiu da pole e segurou a pressão de Lewis Hamilton por toda a corrida, garantindo sua segunda vitória seguida e primeira de uma Ferrari na Itália desde 2010, consolidando-se como novo herói da torcida ferrarista.
Enquanto o companheiro vencia, Vettel cometia erros repetidamente no fim de semana. O momento mais marcante, foi quando rodou sozinho na pista e bateu em Lance Stroll ao retornar para a pista. A imprensa italiana coroou Leclerc e crucificou o alemão.
Apesar de Leclerc ter largado na pole, a Ferrari decidiu parar Vettel primeiro para a troca de pneus, numa tentativa de impedir a chegada dos rivais e garantir uma dobradinha.
A manobra deu vantagem ao alemão, que voltou à frente do companheiro e venceu a primeira em 2019, reduzindo o peso sobre suas costas. Leclerc não gostou da decisão da equipe e reclamou depois da corrida, elevando a tensão dentro da Ferrari.
Em Sochi, a Ferrari combinou uma estratégia. Na largada, Vettel pularia na frente de Leclerc, o pole, para que a dupla pudesse disparar à frente dos rivais. Mas depois, o alemão deveria devolver a posição, o que relutou a fazer. No fim das contas, o carro de Vettel teve uma pane elétrica e abandonou, o que causou a entrada do safety car que acabou com a estratégia da Ferrari que viu a Mercedes voltar a vencer.
Após algumas provas de relativa paz e andando atrás de Mercedes e Red Bull, a dupla da Ferrari finalmente entrou em confronto no Brasil. No fim da prova, Vettel tentou retomar a posição recém perdida para Leclerc na reta oposta e os dois se encontraram.
O saldo final para a Ferrari foi um abandono duplo, reclamações dos dois pilotos no rádio e reuniões a portas fechadas em Interlagos e uma semana depois em Maranello. A equipe conseguiu evitar que os pilotos fizessem declarações polêmicas, mas será que conseguirá evitar uma guerra em 2020?