Antonelli comenta rumores de futuro na F1: "Não tenho medo de ser julgado"

Em primeira grande entrevista ao Motorsport.com, italiano disse manterá 'os pés no chão' e focará na F2

Andrea Kimi Antonelli dirige Mercedes W12

A ascensão de Andrea Kimi Antonelli para a Fórmula 1 parece cada vez mais próxima para 2025, isso porque o jovem piloto de 17 anos está sendo cotado para substituir Lewis Hamilton na Mercedes.

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Atualmente, Antonelli corre na Fórmula 2, defendendo a Prema Racing ao lado de Oliver Bearman - confirmado na HAAS para a próxima temporada. O italiano ocupa a sétima posição na tabela de pilotos, mas tem um extenso currículo de conquistas, pódios e vitórias.

Sua chegada à F1 é surpreendente, não apenas pela pouca idade, mas porque poucos foram os pilotos recebidos com tantas expectativas e aplausos. O italiano ainda nem completou 18 anos, marca que só alcançará no dia 25 de agosto, mas já enfrenta uma grande pressão.

Antonelli ainda não foi confirmado na Mercedes, ou em qualquer outra equipe, mas o próprio Toto Wolff já disse que o italiano é a sua "primeira opção" para ocupar a vaga ao lado de George Russell. Mais do que nunca, o jovem precisa ter os ombros fortes e a cabeça no lugar para, possivelmente, chegar à F1 e ficar no lugar do heptacampeão mundial.

Agora, pela primeira vez, Kimi deu uma extensa entrevista ao Motorsport.com para abordar os assuntos e seu futuro no automobilismo.

"Acho que sempre há um certo grau de preocupação, a perspectiva de não conseguir atuar assusta todo mundo", disse Antonelli sobre a perspectiva de se tornar um novato na F1. "Minha abordagem é ver isso como uma grande oportunidade de aprender, crescer e também aproveitar o momento".

Antonelli também confessou que não tem medo de ser julgado e entende que as opiniões são importantes para seu desenvolvimento na categoria, caso a transferência venha a acontecer em 2025.

"Não tenho medo de ser julgado, sei que a Mercedes tem uma opinião clara sobre meu potencial, já nesta temporada na F2 o campeonato não começou da melhor maneira, mas não houve pensamentos negativos."

É importante relembrar que o início da temporada não foi muito fácil para Kimi com a Prema. Isso porque o italiano teve problemas com a potência do monoposto e demorou para voltar a lutar pelo pódio. Porém, após a adaptação, o carro já lhe rendeu duas vitórias na F2.

A nível de comparação, Bearman está em 15° na tabela de pilotos, após também ter problemas com a Prema, além de ter ficado de fora da rodada da Arábia Saudita, quando substituiu Carlos Sainz na Ferrari e teve sua primeira oportunidade na F1.

"Estou bastante tranquilo. Se a oportunidade se apresentasse a mim [para ingressar na F1], eu a agarraria com entusiasmo e tentaria aproveitá-la ao máximo".

"Recentemente tem havido alguma pressão sobre mim com todos os rumores sobre o ano que vem, mas sempre tentei aproveitar. Estou aproveitando as oportunidades que tenho".

Andrea Kimi Antonelli drives Mercedes W12

Andrea Kimi Antonelli drives Mercedes W12

Mesmo que a F2 seja uma boa régua para medir o desempenho e habilidade de lidar com a pressão, a Mercedes está mais animada com os testes privados que o italiano tem feito com carros antigos da equipe.

"Durante os testes de pré-temporada no Bahrein, me disseram as datas e naquele momento eu disse a mim mesmo: 'Bem, você realmente vai pilotar um carro de F1!' Foi um momento muito, muito especial, porque havia um dia e uma pista, em preto e branco".

Os primeiros testes aconteceram em abril, no circuito Red Bull Ring, quando Antonelli guiou o W12, carro de 2021 da Mercedes. Poucos meses depois, Kimi usou as pistas de Imola e Silvertone para correr com o W13, com especificações de 2022.

"Foi uma experiência realmente ótima. Eu carreguei essa excitação comigo durante a primeira volta também, mesmo que as condições não fossem as melhores, estava chovendo e à tarde até nevou!"

"Quando cheguei à pista, simplesmente abri a porta da garagem e fiquei chocado ao ver quantas pessoas estavam lá, engenheiros e mecânicos, todos correndo em um único carro".

Kimi ainda deu detalhes dos bastidores e como funcionam os testes privados. Na entrevista, o italiano confessou que demorou algum tempo para conseguir se acostumar com as exigências e perguntas feitas pelo rádio pelos engenheiros.

"E você tem que ser capaz de responder e fornecer muitas informações quando eles fazem perguntas. Demorei um tempo para me acostumar, mas agora tudo já parece normal para mim".

Andrea Kimi Antonelli, Mercedes testing at Imola

Andrea Kimi Antonelli, Mercedes testing at Imola

Photo by: Davide Cavazza

Correr nas pistas no formato de teste é bastante diferente do que acontece nos fins de semana de corridas da F1, mas Antonelli está ciente do fato. Isso acontece porque o piloto precisa entender toda a dinâmica do carro e tomar decisões em poucos segundos, porque isso pode lhe custar a vitória.

Na entrevista, o italiano de 17 anos confessou que ficou surpreso com os limites do monoposto e a resposta que recebia toda vez que tentava curvas arriscadas ou forçava o carro um pouco mais.

"Um carro de F1 lhe dá muita confiança, e uma dificuldade que tive foi encontrar o limite. Toda vez que peço um pouco mais, o carro me dá. Chegará o momento em que entenderei que não há mais nada para espremer, esse será o limite, mas é uma janela muito estreita."

"Estou ciente de que a margem de erro é muito pequena. Mas quanto mais a confiança no carro cresce, mais confortável eu me sinto".

"Eu não planejei chegar à F2 e ganhar tudo"

Ao chegar à Mercedes, Antonelli foi recebido com grandes expectativas na garagem de testes, mas ele já está acostumado com isso, afinal, após vencer a FRECA, o piloto pulou a F3 e foi direto para a F2.

A trajetória de Kimi é muito parecida com a de Max Verstappen, quando o holandês recebeu a oportunidade de pular a F2 e guiar pela Toro Rosso na F1, se tornando o piloto mais jovem do grid e, posteriormente, o vencedor de corrida mais novo.

Avaliando sua falta de experiência com a categoria de base, Antonelli disse que não tinha altas expectativas em si mesmo, diferente do que muitos observadores imaginavam. Na entrevista, ele disse que ficou surpreso quando recebeu a proposta de passar direto para a F2.

"Quando me informaram que esse era o plano, pensei que seria um grande salto, porque você geralmente vai para a F3 primeiro, mas, ao mesmo tempo, o desafio foi imediatamente atraente para mim".

"Eu não planejava vir para a F2 e ganhar tudo, eu sempre soube que sair da Fórmula Regional seria muito desafiador e sabia que tinha muito a aprender, o que ainda estou fazendo".

Andrea Kimi Antonelli, Prema Racing

Andrea Kimi Antonelli, Prema Racing

Photo by: Shameem Fahath

Antonelli também disse que tem um bom relacionamento com o chefe da Mercedes, Toto Wolff, o que lhe dá ainda mais confiança para seguir com seus passos ao sucesso e, possivelmente, ser transferido para a F1 já na próxima temporada.

"Também estou muito feliz com o relacionamento que tenho [com Wolff]. Em momentos difíceis, peço conselhos a ele e ele sempre procura uma maneira de me dar confiança".

"Vou dar um exemplo. Depois da decepcionante qualificação em Silverstone, liguei para ele porque foi um momento um pouco difícil. Conversamos muito e essa conversa me devolveu a confiança, e no dia seguinte eu venci e foi muito bom vê-lo no pódio".

Apesar do apoio do chefão, Antonelli disse que mantém os dois pés no chão sobre seu futuro na F1 e prefere focar no objetivo atual, que é desempenhar bem na F2.

"Estou muito feliz por ser considerado, mas não estou pedindo nada. No momento, meu objetivo é ir bem na Fórmula 2, então veremos".

"Eu ainda vejo isso como um sonho [chegar à F1]. Sim, eu pensei sobre isso, mas é um pensamento passageiro. Com toda a honestidade, posso dizer que para mim hoje ainda é um sonho. Vamos ver se se realiza".

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