CEO da F1 admite que Covid pode impactar 2022 e lamenta ausência da Alemanha no calendário

Stefano Domenicali diz que, no momento, não há interesse dos circuitos alemães em receber uma etapa da categoria

Starting grid atmosphere

O CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali admitiu que o surgimento da variante Omicron da Covid-19 pode trazer impactos ao calendário da categoria neste ano, podendo inclusive atrapalhar planos do esporte para o futuro. E, falando sobre os próximos anos e novas praças que podem se juntar à F1, Domenicali lamentou a falta de interesse da Alemanha por um retorno ao Mundial.

Em entrevista ao portal alemão Sport1.de, o CEO da F1 fez um balanço da realização da temporada 2021 em meio aos desafios apresentados pela pandemia.

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"Estou muito satisfeito. A F1 enfrentou vários desafios devido à pandemia. Agora é fácil olhar para trás e ver um campeonato incrível. Mas completar 22 provas assim foi uma tarefa gigantesca para todos. Mas fomos recompensados graças à emocionante luta entre Lewis e Max".

Domenicali comentou sobre como o sucesso da temporada trouxe louros importantes para a F1, como o aumento da popularidade do esporte nos Estados Unidos, e que espera uma temporada 2022 ainda melhor, mantendo o duelo entre os rivais, e, talvez, com a presença de novos.

"Realmente espero que o duelo continue, é claro. Mas também espero que outros pilotos possam intervir na luta pelo título. Atualmente temos tantos pilotos jovens e talentosos, um grid extremamente forte. Portanto, o foco agora é ver se os novos carros permitirão que mais pilotos possam lutar por vitórias e o título".

Questionado sobre planos futuros da categoria, Domenicali mencionou mercados que são de interesse para a F1, como EUA e China, mas lembrou que a pandemia pode interferir nesses projetos, e que a Covid-19 pode impactar inclusive o calendário deste ano.

"Os EUA são importantes para nós e estamos trabalhando muito para que Miami seja um sucesso em 2022. Outra região que não podemos subestimar é o Extremo Oriente, especialmente com Guanyu Zhou, que agora vai correr pela Alfa Romeo. O interesse da China está crescendo, razão pela qual a região também será nosso foco".

"Um retorno ao continente africano, no norte ou no sul, seria ótimo. Mas a rapidez com que isso funcionará também depende da situação em torno da Covid. Não devemos subestimar a pandemia. Podemos ter que ajustar o calendário novamente em 2022".

Com o debate da expansão do calendário e de possíveis novas praças que poderiam integrar o esporte, como uma segunda prova na China e uma terceira nos Estados Unidos, possivelmente Las Vegas, muitos questionam se isso colocaria em perigo os GPs mais tradicionais do calendário.

Mas Domenicali defende que os "GPs tradicionais tenham seu lugar" no calendário, e mencionou um local que gostaria de voltar a ver no esporte: a Alemanha.

"Estou desapontado e triste por não termos um GP da Alemanha neste momento. Infelizmente, não vejo nenhum interesse real da Alemanha em voltar a integrar o calendário da F1 novamente. Temos interesse do mundo todo. E ver que ninguém da Alemanha se manifesta é lamentável".

O GP da Alemanha era uma das provas mais tradicionais da F1, estando presente desde a segunda temporada da F1, em 1951. O país, que é o segundo com mais títulos na F1 graças à Michael Schumacher, Sebastian Vettel e Nico Rosberg, passou por um período em que realizava uma etapa a cada dois anos, e só voltou ao calendário em 2020 pela realização da prova de Eifel em Nurburging, que entrou devido ao impacto da pandemia no esporte.

O CEO da F1 acredita que uma forma de fazer com que o esporte retorne à Alemanha é apostar nos pilotos da casa, especialmente um jovem alemão que está começando sua carreira na categoria.

"Se eu tivesse algo a sugerir para a Alemanha, diria para investir nos pilotos. Por mais que vocês já estejam bem posicionados. Com Sebastian [Vettel] vocês têm um tetracampeão mundial e um piloto incrivelmente talentoso no grid".

"Vocês têm também Mick Schumacher, que está no início de uma carreira promissora. Não se trata apenas de dinheiro. A liquidez está aí. Trata-se de trazer de volta o interesse que a Alemanha deveria ter na F1. Para mim é uma prioridade".

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