Despedida de Schumacher divide opiniões entre pilotos
Webber desdenha do segundo adeus do heptacampeão em Interlagos; Massa acredita que Michael só "ficou velho"
Em 2006, ele lutava pelo título com Fernando Alonso na última prova da temporada e tinha um final apoteótico para a carreira, perdendo a disputa, mas fazendo uma grande prova para terminar em quarto depois de ter um pneu furado. Seis anos depois, a segunda aposentadoria de Michael Schumacher promete ser bem menos badalada. No mesmo GP do Brasil em que se despediu pela primeira vez, o alemão de 43 anos luta, a partir das 14h, pelo horário de Brasília, para se classificar entre os 10 primeiros em Interlagos.
A Mercedes, equipe que defende desde sua volta à categoria, em 2010, vive má fase e não pontuou nos últimos cinco GPs. Porém, mesmo sem grandes expectativas, o piloto mais vencedor da história da categoria se diz feliz com a despedida. “Acho que já tenho uma experiência e, por isso, estou mais relaxado sobre as coisas que vão acontecer. Acima de tudo, não estamos brigando por nenhum campeonato, comparado à última vez. Mas vou tentar aproveitar o máximo possível e não sinto tristeza alguma”, analisa.
Ex-companheiro de Schumacher na Ferrari, Felipe Massa acredita que a idade pesou para o insucesso destes últimos três anos de carreira do alemão. “Ele é um piloto excepcional, que tem praticamente todos os recordes da Fórmula 1. Acho que as pessoas muitas vezes acabam esquecendo das coisas que ele fez e muita gente acaba pensando que ele não era tudo isso, mas a verdade é que ele era. Mas concordo que, todos nós, quando chega uma certa idade, acabamos perdendo um pouco o reflexo, o jeito de trabalhar. Este é um esporte que é muito preciso.”
O brasileiro justificou a queda de rendimento de Schumacher por sua idade. “A gente não vê um jogador de futebol de 43 anos no melhor nível da carreira. Mas não acho certo quando a gente lê que o Schumacher não era aquilo que ele demonstrou, só que ele ficou velho, o que é totalmente natural. Temos de aceitar da mesma maneira como tenho certeza de que ele aceita hoje.”
Diferentemente de sua primeira parte de carreira, em que foi campeão por sete vezes, venceu 91 corridas e marcou 68 poles, Schumacher conquistou apenas um pódio nos três anos em que correu com a Mercedes. "Tentei encerrar de forma bem-sucedida essa missão. Não funcionou desta vez, mas estou bem feliz em terminar aqui e partir novamente para uma vida diferente", afirmou Schumacher.
Para alguns, como o também alemão Sebastian Vettel, fã confesso do heptacampeão, os últimos anos de insucessos não interferem no mito. “É um sonho pilotar com ele, os últimos três anos foram muito especiais. Ele sempre será uma inspiração para mim.”
Rival na disputa pelo título de 2006, Fernando Alonso disse que foi um “privilégio” dividir a pista com o alemão. “Os recordes de Michael ficarão na história da Fórmula 1, talvez por muito tempo, e estivemos lá, perto dele no grid”, salientou o espanhol. “Tivemos boas brigas e tenho grande respeito, constantemente aprendendo com alguém que mudou um pouco este esporte.”
Mark Webber, por outro lado, acredita que esta segunda fase da carreira de Schumacher mancha seu legado e compara com o jogador de basquete Michael Jordan. “Ele foi um grande nome para o esporte, obteve muitas coisas no esporte. Mas acho que seguiremos em frente rapidamente segunda-feira de manhã. As coisas são assim. Sua segunda carreira não foi como a primeira, assim como aconteceu com Michael Jordan. A despedida de seis anos atrás foi especial, mas essa não é.”
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