Fórmula 1 não está pronta para nova guerra entre fornecedores de pneus
Chefes de equipe descartam possibilidade de ter mais de uma marca de compostos e afirmam que isso criaria novo domínio
Única fornecedora de pneus da Fórmula 1, a Pirelli afirmou que estaria disposta a considerar competir contra fabricantes rivais se a categoria optasse por esse caminho. Entretanto, as equipes acreditam que esta não é uma opção apropriada para aumentar o equilíbrio no campeonato. Na verdade, o temor é que, caso as escuderias usem pneus de marcas diferentes, um dos compostos pode ter uma grande vantagem e criar mais uma hegemonia na F1.
A era Pirelli tem sido marcada por uma demanda pela produção de pneus de alta degradação. No ano passado, a empresa italiana renovou seu contrato com a categoria até o final da temporada 2023.
Entretanto, a F1 está preparando uma grande mudança de regulamentos para o campeonato de 2021, incluindo a mudança para pneus de 18 polegadas, com foco na redução de custos e no aumento das ultrapassagens nas corridas.
“Na geração atual da Fórmula 1, múltiplos fornecedores não se encaixam realmente no modelo”, disse o engenheiro chefe da Red Bull, Paul Monaghan. “Nós não fazemos testes todas as semanas e os pneus não são um grande diferenciador de performance, então, neste momento, se você quiser seguir com nossa filosofia atual, terá um único fornecedor”.
“Ter vários fabricantes mudaria tudo que está na mesa agora. Eu não sei se você reduziria a diferença ou se espalharia ainda mais o grid nessas circunstâncias. No momento, não estamos preparados para seguir nesse caminho”, completou.
Nos últimos anos, a F1 apostou predominantemente no modelo de um fornecedor, passando por Goodyear (1992 a 1996), Bridgestone (1999 a 2000 e 2007 a 2010) e Pirelli (desde 2011 até os dias atuais).
Diretor técnico da Racing Point, Andrew Green está convicto de que ter uma guerra de pneus seria prejudicial para o espetáculo: “A proposta de termos múltiplos fornecedores iria contra toda a ideologia que estamos tentando seguir para equilibrar o grid e melhorar o show. Você acabaria com os que tem e os que não tem uma vantagem a respeito dos pneus".
"No momento, todos temos os mesmos pneus e nós podemos fazer o mesmo trabalho, seja na ponta ou no fim do grid. Eu acho que o time que faz o melhor trabalho com os pneus deveria ser premiado por isso, então não acho que ter várias marcas seria a melhor solução para o show, para ser honesto”, avaliou.
Nas últimas seis temporadas em que houve competição entre fabricantes de pneus, de 2001 a 2006, a F1 teve um dos períodos de maior domínio em sua história, graças à parceria entre Ferrari e Bridgestone.
Tendo em vista o retrospecto recente, o chefe de equipe da McLaren, Andreas Seidl, fez um alerta: “Nós não devemos nos esquecer que, nos anos de maior batalha entre pneus, algumas vezes nós tínhamos um domínio total de um time ao longo de uma temporada inteira”.
“Então eu não estou convencido de que esta seja a melhor solução. É simplesmente importante agora que entre os times, juntos com a FIA e com a FOM, que nós tomemos nosso tempo para realmente definir claramente qual é o nosso objetivo para os pneus do ano que vem e de 2021”, ponderou o dirigente.
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