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F1: Entenda como uma das grandes forças da Mercedes é também uma de suas principais fraquezas

O gerenciamento de pneus vem se mostrando um dos claros campos de batalha entre Mercedes e Red Bull neste início de 2021

Valtteri Bottas, Mercedes W12

Valtteri Bottas, Mercedes W12

Steve Etherington / Motorsport Images

A Mercedes saiu de Ímola ainda na liderança de ambos os Mundiais da Fórmula 1, mas não existe uma ilusão dentro da equipe de que a diferença para a Red Bull deixou de existir.

Lewis Hamilton conquistou a pole para a Mercedes no sábado, auxiliado pelos erros de Sergio Pérez e Max Verstappen. Mas uma largada excelente do holandês colocou a Red Bull no controle da corrida, levando à primeira vitória do ano, com uma brilhante, mas sortuda recuperação de Hamilton após um raro erro.

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Andrew Shovlin, diretor de pista da Mercedes, admitiu após a corrida que era um "alívio" seguir na liderança dos Mundiais de Pilotos e Construtores, e que ainda existe um déficit de performance para a Red Bull que precisa ser superado.

"Eles vão vencer esse campeonato se não melhorarmos o carro rapidamente", disse Shovlin. "Esse é o nosso pensamento, somos os caçadores".

Christian Horner, chefe da Red Bull, disse após a corrida que acredita que a luta pelo título será definida por ganhos marginais de cada equipe, com um claro campo de batalha em 2021 sendo o gerenciamento de pneus.

A Mercedes pode ser sofrido com a instabilidade traseira do W12 como resultado dos cortes de downforce, mas a equipe trabalhou para resolver isso nas primeiras corridas. Valtteri Bottas disse na sexta que estava bem mais feliz com o carro, dando ao finlandês a esperança de lutar contra a Red Bull.

Mas o final de semana de Bottas mudou bastante na classificação devido a um problema diferente. Após fazer um tempo no Q1 que o daria o quarto lugar no grid, seu ritmo despencou, deixando-o apenas em oitavo no grid.

Após a classificação, Bottas disse que estava sofrendo na entrada de curvas, anunciando um novo problema, diferente do visto no Bahrein, que a Mercedes relacionou ao aquecimento de pneus.

O problema foi ainda mais notável na corrida, com Bottas sofrendo para colocar os pneus na janela de temperatura ideal em meio ao clima frio, deixando-o preso atrás de Lance Stroll. George Russell conseguiu se aproximar de Bottas graças aos seus pneus slick, colocados duas voltas antes de Bottas, antes da corrida dos dois chegar ao fim na chegada à curva dois.

Isso marcou uma mudança na sorte da Mercedes. Tradicionalmente, a equipe tinha performances melhores em condições mais frias e, nos carros mais recentes, sofria mais em climas quentes. Agora, o problema é o oposto.

"Ao longo dos anos, sofríamos em climas quentes, e o frio normalmente era bom, porque tínhamos um bom aquecimento de pneus", disse Bottas. "Estamos tentando desenvolver o carro mas sem superaquecer os pneus. Mas, obviamente, com a negativa de que, se precisamos aquecê-los rapidamente, alguns carros devem fazer melhor do que nós".

"Para mim, pessoalmente, comparado com Lewis, a classificação é muito próxima, que em alguns momentos funciona, como o tempo que fiz no Q1 em comparação ao Q3. Ali eu consegui fazê-los funcionar".

"É uma questão de um ou dois graus na superfície ou na temperatura do pneu. É difícil de explicar. Obviamente a temperatura de pista foi desafiadora, já que tudo dependia da quantidade de nuvens, então talvez tenha sido um fator".

Shovlin disse que o problema com o aquecimento de pneus era algo que a Mercedes tinha que se livrar para ajudar Bottas a superar esse início difícil de temporada.

"A questão da temperatura de pneus, geralmente é uma diferença muito pequena que causa um grande impacto na aderência. Infelizmente, com Valtteri, ele estava no lado errado e isso comprometeu sua posição de largada. Tempos que trabalhar isso com ele, ajudá-lo a entender".

Sparks trail behind Valtteri Bottas, Mercedes W12

Sparks trail behind Valtteri Bottas, Mercedes W12

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

"Na corrida, ele estava sofrendo para acompanhar e ultrapassar, porque estava perdendo a dianteira esquerda, mas a traseira também não estava forte e, novamente, o problema foi o aquecimento".

"Na transição para os médios, o aquecimento o fez ficar preso entre vários carros com alguns retardatários. Max estava ali como líder, passando, e isso levou à sequência que acabou com o seu abandono".

"Acho que os negativos se resumem a esse problema de aquecimento nessas condições. e precisamos encontrar uma solução. Caso encontremos, o resto deve funcionar normalmente".

Mas enquanto o aquecimento de pneus pode ser um calcanhar de Aquiles do W12, seu gerenciamento de pneus como um todo é uma das áreas que a Red Bull deve estar atrás da rival.

No Bahrein, Hamilton conseguiu manter seus pneus duros vivos por metade da corrida e se segurar, graças à controvérsia do limite de pista, para bater Verstappen, que tinha pneus mais novos.

Horner sentiu que uma situação similar aconteceu em Ímola no final do primeiro stint com pneus intermediários. Hamilton estava cerca de cinco segundos atrás de Verstappen, e reduziu consideravelmente a diferença nas voltas antes da parada para colocar pneus slick.

Verstappen estava falando com seu engenheiro volta atrás de volta, perguntando quando era o momento de parar, e conseguiu uma vantagem de uma volta em relação à Mercedes ao entrar mais cedo. Isso fez com que a diferença aumentasse novamente para cinco segundos, até o erro de Hamilton na Tosa.

Lewis Hamilton, Mercedes W12

Lewis Hamilton, Mercedes W12

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

"O ritmo era obviamente muito próximo da Mercedes e acho que há pontos fortes e fracos dos carros em áreas distintas", disse Horner".

"Acho que se você olhar na performance dos intermediários, estávamos mais rápidos no começo do stint, eles foram mais rápidos no fim. O padrão de consumo dos pneus parece bem diferente entre os carros".

"Assim que eles colocam o mesmo tipo de pneus, com caminho livre, a Mercedes se mostrou muito, muito competitiva. Tanto que eles levaram a volta mais rápida. Está bem apertado e tudo depende de tirar tudo do carro prova a prova. Mas, novamente, a Mercedes parece estar mais forte no final dos stints".

Shovlin explicou como a Mercedes trabalhou no balanço entre o aquecimento rápido dos pneus e a manutenção dos compostos em stints maiores, deixando uma dúvida sobre o tamanho da vantagem que a Red Bull teria.

"É sempre uma questão de encontrar o meio termo entre o aquecimento e o stint longo. Se encontramos o ponto ideal, precisamos checar mais. O que vimos com os intermediários mostram que sim, a Red Bull tem um aquecimento melhor, mas Lewis tinha aquele dano na asa".

"Nos médios, não está muito claro. Acho que nosso aquecimento foi bom comparado com o deles".

Com a F1 a caminho do verão europeu, pode ser que as condições mais quentes ajudem naturalmente alguns dos problemas de aquecimento, podendo particularmente ajudar Bottas.

Mas, por enquanto, é uma aposta que a Mercedes tenta gerenciar enquanto busca proteger sua liderança contra os rivais.

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