Análise

F1: Ferrari teve corridas 'limpas' em apenas 1/3 da temporada; abandono de Sainz nos EUA aumenta lista problemática

Escuderia não sofreu por estratégias, falta de confiabilidade ou falhas de seus pilotos em apenas seis das 19 etapas disputadas, com mais recente em Austin

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, the field as Carlos Sainz, Ferrari F1-75, spins in the first corner

Max Verstappen conquistou o título da temporada 2022 da Fórmula 1 com cinco rodadas de antecedência e a Red Bull se tornou campeã de construtores - após nove anos de espera - com quatro corridas para o fim. Esses números podem sugerir um amplo domínio da equipe de Milton Keynes neste ano, entretanto, se voltarmos ao começo do campeonato, o cenário era outro: Charles Leclerc e Ferrari apareciam fortemente como candidatos ao título.

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Além dos pontos perdidos pelas quebras de seu carro, Verstappen via Leclerc capitalizar o grande potencial do Ferrari F1-75, que saiu da pré-temporada como um dos modelos mais competitivos do ano - alguns jornalistas chegaram, inclusive, a apontá-lo como superior ao monoposto da Red Bull.

Entretanto, o que se viu no decorrer do campeonato foi o rápido 'derretimento' do pacote Ferrari/Leclerc, que passou a ser amplamente batido pelo conjunto rival até em etapas nas quais a escuderia italiana parecia imbatível sob a liderança do piloto de Mônaco - um dos exemplos mais simbólicos foi no GP da Espanha, em que Charles rumava para uma vitória tranquila e precisou abandonar com problemas na unidade de potência, sagrando Verstappen como vencedor.

Além das quebras, a escuderia italiana ficou marcada por falhas de estratégia e também teve de lidar com falhas do próprio Leclerc, somados a problemas envolvendo Carlos Sainz - o mais recente, em Austin, onde abandonou após um toque ainda na primeira curva do GP.

The burned out car of Carlos Sainz, Ferrari F1-75, after a fire causes his retirement

The burned out car of Carlos Sainz, Ferrari F1-75, after a fire causes his retirement

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

Mas, para além da falta de inspiração de sua dupla de pilotos, somada a problemas de confiabilidade e a estratégias mais do que questionáveis, quantas corridas 'limpas' a Ferrari teve até o momento, disputados 19 de 22 GPs neste ano?

Neste sentido, consideram-se corridas 'limpas' aquelas em que o time não teve quebras e nem erros estratégicos, bem como provas sem acidentes e erros crassos de seus representantes - ritmo aquém do esperado e classificações/Sprints ruins, por exemplo, não entram nesta conta.

Para simplificar a análise, o Motorsport.com convencionou que apenas corridas seriam contabilizadas. Abaixo, você confere o 'saldo' da Ferrari na temporada, levando-se em conta as atuações de seus dois pilotos:

1. GP do Bahrein: sem incidentes e com dobradinha liderada por Leclerc;

2. GP da Arábia Saudita: sem incidentes e com pódio duplo, com Leclerc à frente, em segundo;

3. GP da Austrália: Leclerc venceu, mas Sainz cometeu erro na primeira volta e abandonou;

4. GP da Emilia Romagna (Ímola): Sainz abandonou após ser atingido, sem culpa, por Ricciardo, mas Leclerc errou contra Pérez ao tentar ultrapassagem, terminando apenas em sexto;

5. GP de Miami: sem incidentes e com pódio duplo, com Leclerc à frente, em segundo;

6. GP da Espanha: além do caso supracitado de Leclerc, Sainz erra na largada e depois abandona;

7. GP de Mônaco: Ferrari erra nos pits de Sainz e Leclerc, comprometendo vitória que parecia certa;

8. GP do Azerbaijão: abandonos de Sainz (problema hidráulico) e Leclerc (unidade de potência);

9. GP do Canadá: sem incidentes, mas Leclerc é só quinto, enquanto Sainz termina em segundo;

10. GP da Grã-Bretanha: Ferrari arrisca, não pára Charles e ele cai de líder para quarto no fim;

11. GP da Áustria: Sainz abandona com motor pegando fogo, mas Leclerc compensa e vence;

12. GP da França: Leclerc abandona ao bater sozinho enquanto liderava, enquanto Sainz é penalizado por unsafe release em cima de Albon;

13. GP da Hungria: erro de estratégia da Ferrari, colocando pneus duros no carro de Leclerc;

14. GP da Bélgica: Ferrari para Leclerc para trocar pneu e fazer a volta mais rápida, mas ele não consegue o giro mais veloz e é punido por excesso de velocidade no pit, perdendo a quinta posição. No começo da prova, sobreviseira de Max fica presa no duto de freio de Charles. Sainz é terceiro;

15. GP da Holanda: Sainz tem uma parada demorada porque os pneus não estavam prontos, além de ser punido por unsafe release. Leclerc é terceiro;

16. GP da Itália: sem incidentes, com Leclerc em segundo e Sainz em quarto;

17. GP de Singapura: sem incidentes e com pódio duplo, com Leclerc à frente, em segundo;

18. GP do Japão: Sainz bate, Leclerc é punido e cai de segundo para terceiro, tornando Max bi da F1;

19. GP dos Estados Unidos: Sainz é tocado por Russell ainda na primeira curva e abandona pouco tempo após a largada. Leclerc é terceiro, mas não evita conquista de construtores por parte da Red Bull.

 
 
 
 
 
 
 

 

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Guilherme Longo
Fórmula 1
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