F1: Incertezas sobre Brasil, Austrália e Japão fazem Indianápolis, Malásia e Catar surgirem como possibilidades
Categoria busca manter a realização de 23 etapas em 2021 como inicialmente prometido
Apesar do ritmo de vacinação estar acelerado em alguns países, que começam a ensaiar uma volta a normalidade, a situação da pandemia ainda preocupa a Fórmula 1, que se mexe para manter a promessa de realizar 23 corridas em 2021. Mas o cancelamento do GP de Singapura, confirmado na semana passada, mostra os desafios que a categoria terá pela frente.
Até o momento, Singapura é o segundo GP cancelado no ano, além do Canadá, enquanto China e Turquia se encontram em adiamento indefinido e a Austrália já teve sua data remanejada para novembro.
Mesmo com o avanço da vacinação, alguns países, como a própria Austrália, seguem com normas de entrada muito rígidas, exigindo uma quarentena de 14 dias, o que inviabilizaria a realização da etapa em Melbourne devido ao calendário apertado no segundo semestre.
Outro local que possui problemas de logística no momento é o Japão. No momento, o país mantém a realização das Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio devido à pressão dos Comitês Olímpico e Paralímpico Internacionais, que buscam ao máximo evitar o cancelamento dos eventos para reverter o que seria um prejuízo bilionário.
A população japonesa protesta fortemente contra a realização dos Jogos e isso acaba refletindo na situação de outros eventos esportivos, como o próprio GP, apesar da Honda estar pressionando o governo para garantir a realização do evento, que representaria sua despedida da categoria.
Valtteri Bottas, Mercedes AMG W10
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
Além destes países, a situação da pandemia no Brasil cria mais uma dúvida. O alto número de casos e mortes, aliado com a vacinação em ritmo mais lento do que o esperado para controlar a disseminação do vírus, além da possibilidade de surgimento de novas cepas levantam dúvidas sobre a segurança do paddock.
Outro ponto que pesa em cima de alguns desses mercados é a possibilidade da prova ter que acontecer com portões fechados, o que representaria uma grande perda financeira para a F1, que visa ter público na maior parte das provas do segundo semestre para reverter o prejuízo bilionário de 2020.
Em meio a tudo, isso, a Fórmula 1 se vê em uma situação complicada para definir seus próximos passos e, segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, a categoria analisa as possibilidades para substituir essas provas caso necessário, com a Europa, os Estados Unidos e o Oriente Médio surgindo como opções.
Um local que pode voltar ao calendário em 2021 é a Turquia. Seu adiamento foi oficializado poucos dias depois da inclusão devido ao fato do país ter entrado na lista vermelha do Reino Unido, o que obrigaria sete equipes da F1 a cumprir uma quarentena ao retornar da prova.
Mas o avanço da vacinação pode levar à retirada do país da lista e, com isso, Istambul pode inclusive ocupar a data de Singapura, em meio a uma rodada tripla com Rússia antes e Japão depois, dependendo da situação do país asiático.
Em entrevista à BBC, o CEO da F1, Stefano Domenicali, comentou sobre a situação do Japão ao falar sobre a situação da etapa que substituiria Singapura.
"Não é fácil, mas temos ações em jogo dependendo de como a situação evoluir", disse. "Seria fácil dizer que estamos prontos para anunciar o substituto de Singapura hoje, mas e se o Japão não estiver ali? E somente saberemos a situação do Japão após as Olimpíadas".
Com a situação do Japão ainda em aberto por mais dois meses (a Cerimônia de Encerramento das Olimpíadas está marcada para 08 de agosto), a F1 começa a investigar as possibilidades caso necessário, e dois palcos conhecidos do esporte surgem nessa lista: Sepang, o que marcaria o retorno do GP da Malásia após três anos fora, e Xangai, sede do GP da China.
Race winner Max Verstappen, Red Bull Racing RB13
Photo by: Red Bull Content Pool
Segundo o calendário de 2021, após o Japão, a F1 teria a sequência de provas no continente americano (Estados Unidos, México e São Paulo), Austrália e a reta final no Oriente Médio, com Arábia Saudita e Abu Dhabi. Destas seis provas, três estão praticamente garantidas: Austin, Jeddah e Yas Marina.
Apesar do Autódromo Hermanos Rodriguez ser atualmente um hospital de campanha atuando no combate à Covid, a Auto Motor und Sport não coloca o GP do México como ameaça. Vale lembrar que, logo após o cancelamento do Canadá, a F1 reforçou a realização das etapas do México e dos Estados Unidos, sem citar o Brasil.
Com isso, surgem possibilidades para substituir Interlagos e Melbourne caso a F1 opte pelo cancelamento, por motivos bem distintos. Para o lugar do Brasil, seria adicionada uma segunda corrida nos Estados Unidos, seja uma nova prova no Circuito das Américas ou um retorno ao Indianápolis Motor Speedway, no traçado misto.
Já para a Austrália, a F1 considera uma nova inclusão no Oriente Médio, aproveitando a proximidade da região. Duas possibilidades surgem como as candidatas mais fortes: a segunda corrida no Bahrein ou até mesmo uma visita inédita ao Catar.
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