F1: Russell propõe solução banida em 1994 como opção para resolver 'quicadas' na reta

Segundo britânico, volta da suspensão ativa poderia acabar com o chamado porpoising e diminuir tempos - recurso está excluso da categoria há 28 anos

George Russell, Mercedes W13

George Russell, da Mercedes, acredita que o retorno da suspensão ativa na Fórmula 1 pode ajudar a fornecer uma solução de longo prazo para o porpoising, problema dos novos carros de efeito solo. As equipes foram pegas de surpresa nos testes de pré-temporada na semana passada pela forma como seus monopostos 'quicaram' nas retas, graças às propriedades aerodinâmicas.

O fenômeno, que também ocorreu na última vez do efeito solo na F1 - no início dos anos 1980 - é desencadeado pelo downforce empurrando o veículo cada vez mais para baixo na pista em alta velocidade antes que o fluxo de ar pare de repente – fazendo com que o mesmo suba pela perda repentina de carga.

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Esse ciclo se repete em toda a reta e foi apelidado de porpoising por ser semelhante à maneira como os golfinhos - chamados de porpoise em inglês - sobem e saem da água quando nadam.

As equipes agora trabalham em suas fábricas para tentar resolver o problema antes do início da temporada, mas a situação não foi ajudada pela proibição da F1 aos sofisticados sistemas de suspensão hidráulica que antes eram permitidos.

Russell, cuja própria equipe teve que ajustar o assoalho temporário para ajudar a limitar a flexão em Barcelona, ​​acredita que uma maneira simples de melhorar a nova geração de carros a longo prazo seria o retorno da suspensão ativa.

Falando sobre a situação, que foi destacada em um vídeo do carro de Charles Leclerc postado pela F1, o britânico destacou a possível solução como um bom caminho a seguir.

"Acabamos de ver com o vídeo de Charles o quão ruim foi para eles [Ferrari]", disse o piloto da Mercedes. "Então, acho que precisaremos encontrar uma solução. Creio que se a suspensão ativa estivesse lá, isso poderia ser resolvido em um estalar de dedos. E os carros seriam naturalmente muito mais rápidos."

"Tenho certeza de que todas as equipes são capazes de fabricá-la, então pode ser uma para o futuro. Vamos ver no Bahrein, tenho certeza de que os times terão algumas ideias inteligentes em torno dessa questão."

George Russell, Mercedes W13

George Russell, Mercedes W13

Photo by: Mercedes AMG

A suspensão ativa foi banida na F1 antes da temporada de 1994 como parte de um esforço para reduzir os auxílios aos pilotos que dominavam o esporte. No entanto, em 2014, as escuderias consideraram um potencial retorno porque sentiram que a tecnologia seria muito fácil de implementar e econômica.

Apesar de um esforço para avaliá-la, a categoria optou por não permitir a volta do recurso.

Russell crê que a suspensão ativa seria uma boa opção para os carros atuais por também ter capacidade de ajudar a diminuir os tempos de volta.

"Acho que está claro que se a tivéssemos, os monopostos seriam muito mais rápidos com a mesma aerodinâmica, porque você seria capaz de otimizar as alturas para cada velocidade de curva e otimizá-los na reta para a menor quantidade de arrasto", comentou. "Então, é uma maneira fácil de fazer os carros andarem mais rápido."

"E se você pensar no aspecto da segurança, potencialmente [é uma melhora]. Tenho certeza que há mais limitações. Não sou engenheiro, mas não teríamos esse problema na reta, com certeza."

O diretor técnico da McLaren, James Key, acha que a suspensão ativa seria algo positivo para a F1 considerar a longo prazo. No entanto, ele está cético quanto a seguir esse caminho em meio à era do teto orçamentário.

"Poderia ajudar de certa maneira", disse ele. "Daria para tentar manter o desempenho aerodinâmico máximo por mais voltas, o que seria ótimo para testes, mas também poderia, de alguma forma, contrariar algumas das frequências naturais que atingem o chassi."

"Então, novamente, não erradicaria o problema, a física ainda está lá, mas certamente ajudaria a gerenciá-lo."

"Como diretor técnico, adoraria ver o retorno da suspensão ativa pessoalmente, mas com o limite de custos, não é o melhor projeto a ser feito", concluiu Key.

James Key, Technical Director, McLaren, on the pit wall

James Key, Technical Director, McLaren, on the pit wall

Photo by: Steven Tee / Motorsport Images

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