Ferrari: projeto do carro para a F1 2020 está minado nos alicerces

Jornalista italiano do Motorsport.com, Roberto Chinchero escancara o drama da escuderia na atual temporada

Ferrari mechanics at work on the grid

Ferrari mechanics at work on the grid

Steven Tee / Motorsport Images

Com doze carros na pista no final do GP da Toscana de Fórmula 1, as Ferraris cruzaram a linha de chegada nos dois últimos postos do top-10: mais uma vez, a escuderia frustrou as expectativas na temporada 2020. 

Assim, após a Ferrari ficar fora da zona de pontuação nos GPs de Bélgica e Itália, o chefe da equipe, Mattia Binotto, finalmente admitiu a crise dos vermelhos, afirmando que os problemas são mais profundos do que se pode imaginar.

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O problema com o SF1000 está nos alicerces. Após nove corridas, a fala explícita de Binotto não mente: não há atualização que possa curar os males sombrios do carro. São necessárias intervenções radicais muito mais fundamentais do que meros 'desenvolvimentos'.

Os veredictos pintam uma realidade amarga para os fãs. Afinal, Charles Leclerc e Sebastian Vettel terminaram atrás da cliente Alfa Romeo de Kimi Raikkonen. O campeão mundial de 2007 só caiu para nono por causa de uma punição de 5s por entrar bruscamente nos boxes.

As voltas mais rápidas da prova também provam o martírio da Ferrari. O 'Homem de Gelo' registrou sua melhor marca com 1min21s165, enquanto Vettel fez 1min21s202 e Leclerc ficou com 1min21s229.

Deixando as extremamente dominantes Mercedes de lado, as duas Ferraris ficaram a mais de um segundo da volta mais rápida da Red Bull de Alexander Albon e a oito décimos da Renault de Daniel Ricciardo.

“Não temos ritmo, não gerenciamos bem os pneus”, resumiu Binotto. O problema é que, corrida após corrida, a lacuna em relação aos rivais só aumenta. Assim, McLaren, Racing Point e Renault superam a escuderia com cada vez mais facilidade. E a AlphaTauri não está longe.

Além disso, não há muito que os pilotos possam fazer. Leclerc conseguiu a façanha de se classificar em quinto, mas a corrida de Mugello mostrou que o rendimento da Ferrari não permite voos maiores. E olha que o piloto chegou a brigar pela liderança nas largadas.

“A próxima corrida terá pequenas novidades, mas não serão mudanças que vão mudar drasticamente as coisas”, afirmou Binotto, confirmando que é preciso muito mais para voltar a disputar o pódio.

Por outro lado, um pequeno passo adiante ainda pode ser aproveitado na luta do 'meio-campo', que é a área de classificação em que a Ferrari atualmente navega. Certamente não é a atmosfera ideal para comemorar o 1000º GP na F1, mas lições precisam ser aprendidas.

Em 1980, a Ferrari viveu sua maior crise, terminando o campeonato em 10º. Porém, as bases foram firmadas para o futuro, culminando em vitórias de Gilles Villeneuve no ano seguinte. Conclusão: não é o presente que assusta, e sim a falta de planejamento para o futuro.

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