Parecia o dia da volta por cima. Depois de ter iniciado o ano de 2001 muito mal, Mika Hakkinen vinha para aquela que seria sua quarta vitória seguida na Espanha. Ele tinha 40 segundos de vantagem para Michael Schumacher, em segundo. Mas, na última volta, um problema repentino no motor Mercedes deixou o piloto na mão. De forma cruel, o bicampeão foi obrigado a não completar a prova.
Com problemas nas asas dianteiras e traseiras dos dois carros durante os treinos, que se despedaçavam nas retas sem aviso, a equipe Minardi desistiu do GP da Espanha por motivos de segurança. Mark Webber e Alex Yoong ficaram expostos a acidentes no ponto mais rápido da pista – a reta principal.
O espanhol foi o responsável por levar as arquibancadas à loucura em 2003. Vindo de seus primeiros dois pódios e primeira pole position nas primeiras quatro provas do ano, ele mostrou que os espanhóis poderiam esperar bastante de seu futuro com um segundo lugar após estragar a dobradinha da Ferrari, relegando Rubens Barrichello para a terceira posição.
Após um problema no reabastecimento na Renault de Giancarlo Fisichella, o italiano foi obrigado a voltar aos pits nas últimas voltas da corrida. Isso deu a possibilidade de Takuma Sato de ascender com seu carro da Super Aguri para a oitava posição. Foi o primeiro ponto do time, que um ano antes havia sido o ‘grande mico’, competindo com um carro adaptado da Arrows de 2002.
Com problema na roda dianteira esquerda de seu carro, o finlandês Heikki Kovalainen da McLaren protagonizou uma cena bastante aterrorizante durante a corrida de 2008. Ele escapou a 210 km/h na curva 9 e se enterrou debaixo dos pneus. O piloto desmaiou no carro e sofreu uma concussão, mas não teve grandes problemas físicos e pôde correr duas semanas depois, na Turquia.
Em uma decisão polêmica, a equipe Brawn decidiu trocar a estratégia de Jenson Button após o britânico ter perdido a primeira posição para o parceiro Barrichello na largada. O brasileiro foi para três paradas e Button para duas. Com ritmo superior, Jenson passou Barrichello e ganhou a prova. O time foi alvo da insatisfação de Rubens após a corrida.
Com gravíssimos problemas de freio a partir da volta 54 de 66, Vettel chegou a sair da pista e passou a andar lentamente com seu carro pelo circuito da Espanha. Pelo rádio, a Red Bull chegou a insistir com o piloto para abandonar a prova. Mas Vettel desobedeceu a ordem da equipe e foi recompensado: Hamilton bateu a duas voltas do fim e lhe deu um terceiro lugar e 15 pontos. Se tivesse abandonado, Vettel teria sido terceiro no campeonato atrás de Fernando Alonso (que terminou quatro pontos atrás do alemão) e Mark Webber (que terminou 12 atrás).
Foi um dia de conto de fadas. Saindo da pole após uma desclassificação de Lewis Hamilton, Pastor Maldonado foi superado pelo piloto da casa, Fernando Alonso, na largada. Mas um ritmo e uma consistência fora do comum a Williams e Maldonado naquela época fizeram o piloto conseguir passar Alonso com uma grande estratégia de paradas nos pits. É até hoje a última vitória da Williams na F1 e a única da carreira do venezuelano.
Após o GP da Espanha, a Mercedes continuou em Barcelona para um polêmico teste com a Pirelli. O time testou com os carros de 2013 e os titulares Nico Rosberg e Lewis Hamilton (utilizando capacetes diferentes dos habituais). Assim como hoje, é proibido fazer testes privados durante a temporada em autódromos normais. O time foi julgado na Corte da FIA em Paris e alegou que a Pirelli havia conduzido o teste e que todos os times poderiam ter participado. A Mercedes escapou apenas com uma multa e não pôde participar do teste de jovens pilotos mais tarde naquele ano, em Silverstone.