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Líder de projeto para levar F1 ao Rio tem encontro com Bolsonaro

Reunião vem após rumores de que a cidade carioca está perto de tirar o GP do Brasil de São Paulo

Projeto do Autódromo  do Rio de Janeiro

Nesta quarta-feira, o Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), teve encontro oficial com JR Pereira, CEO do Rio Motorsports, consórcio que pretende realizar o GP do Brasil de Fórmula 1 na capital fluminense de 2021 em diante. 

Também participaram da reunião Luiz Eduardo Ramos, Ministro-Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, e Marcelo Reis Magalhães, Secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, sede do Governo Federal em Brasília.

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A conversa foi registrada na agenda oficial de Bolsonaro. Embora o assunto não tenha sido divulgado, a reunião serviu para que se discutissem as negociações para levar o GP do Brasil para o Rio. Desde 1990, a prova acontece ininterruptamente no circuito de Interlagos, em São Paulo.

Desde o ano passado, as duas cidades travam uma disputa para receber a etapa brasileira da F1 no futuro. Embora a capital paulista já tenha um autódromo pronto e bastante popular, falta à 'candidatura' paulistana o aporte financeiro que os cariocas dizem ter.

Por mais que tenha contrato para mais um GP em 2020 - a realização da etapa ainda não está confirmada em função do coronavírus -, São Paulo tem o 'ônus' de de ser uma das duas provas da F1, junto de Mônaco, que não pagam taxa para a categoria para sediar uma corrida.

Os promotores da etapa de Interlagos querem uma renovação de longo prazo com a F1. Porém, enfrentam a concorrência fluminense, que tem exclusividade de negociação com a Liberty Media, dona da categoria, no presente momento. O Rio teria oferecido cerca de US$ 65 milhões (R$ 353 milhões). Já São Paulo teria feito proposta de US$ 20 milhões (R$ 109 milhões). Segundo o jornal Estadão, os cariocas estariam perto de desbancar os paulistas.

Os obstáculos

Entretanto, os planos do Rio Motorsports de realizar um GP do Brasil já em 2021 na 'Cidade Maravilhosa' esbarram em uma série de questões legais a serem resolvidas antes da liberação para as obras no terreno cedido pelo Exército em Deodoro, zona norte do município. O maior dos empecilhos é o fato de que a assinatura do contrato entre a Prefeitura e o consórcio foi barrado devido à falta de aprovação de um estudo de impacto ambiental (EIA-Rima).

Para que isso seja aprovado, é necessária uma audiência pública sobre o estudo, o que iria acontecer no começo do ano. Porém, a ocasião foi suspensa devido ao coronavírus. Foi marcada uma audiência pública virtual, também foi suspensa por decisão judicial.

Além disso, o projeto enfrenta resistência de grupos ambientais e políticos contrários à utilização do terreno. Há questionamentos sobre as consequências da obra no ecossistema da Floresta do Camboatá, local onde a pista seria feita. Há, também, a questão do prazo de construção. Especialistas estimam que o período necessário para a conclusão das obras é superior a um ano, de modo que a candidatura carioca teria de correr contra o relógio.

Clã Bolsonaro quer F1 no Rio

De todo modo, a ideia de JR Pereira tem forte apoio político do presidente. O mandatário é paulista, mas fez sua carreira política no Rio e um de seus filhos, Flávio Bolsonaro, é senador pelo estado. Outro herdeiro de Jair, Carlos Bolsonaro é vereador na capital. Todos já defenderam publicamente a construção do autódromo em Deodoro. A iniciativa também tem contrato para receber a MotoGP em 2022, mas as obras ainda parecem longe de começar.

Além disso, a Secretaria de Esporte do Rio de Janeiro aprovou, em novembro, o projeto para a realização da prova por dez anos na na capital, autorizando captação de R$ 302 milhões em incentivos fiscais para o GP do Brasil de F1 em 2021 e 2022.

Seriam R$ 151 milhões por evento, mas, como o valor começará a ser pago antes, não haverá estouro do limite de R$ 138 milhões anuais previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O valor será investido para pagar parte da taxa à Liberty Media para a realização da prova.

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