McLaren aposta em desenvolvimento veloz para superar a Red Bull
Paddy Lowe explicou ao TotalRace o processo de melhora do MP4-26
Uma vitória, dois segundos lugares e a vice-liderança no Mundial de Construtores. Ao final da pré-temporada, esse saldo da McLaren no início do campeonato não seria possível nem nos melhores sonhos do diretor-técnico Paddy Lowe. Mas ele tratou de manter os pés no chão e, com muito trabalho, tornou o MP4-26 competitivo praticamente da noite para o dia, como explica nessa conversa exclusiva com o TotalRace.
“Certamente foi um avanço incomum. Conseguimos fazer o carro funcionar em questão de dias, acredito eu, por conta do nosso sistema de trabalho e de nossa habilidade”, avaliou o inglês. Mesmo assim, Lowe reconhece que o salto de performance dado antes de Austrália ainda não foi suficiente para colocar o equipamento à frente do carro da Red Bull. A meta agora é conseguir um passo parecido: largo e em pouco tempo.
“Faremos isso de novo? Espero que sim. Gostaria de ter inventado uma maneira de fazer isso sempre, mas ainda não criamos algo assim. Mas esta é a nossa ambição. Temos de dar passos assim se quisermos ficar à frente da Red Bull, o que é necessário para ganharmos corridas de forma constante”, analisou.
Segundo o engenheiro, a diferença no momento está no desempenho do rival RB7 nas curvas mais velozes. “Nossa distância varia de circuito a circuito. De forma geral, eles parecem ser mais rápidos em curvas de alta que nós, mas nós conseguimos descontar um pouco disso nas curvas lentas e também nas retas”, afirmou.
Como fez nas primeiras etapas, a McLaren pretende trazer novidades na Turquia para diminuir esta distância para a Red Bull. Lowe comenta sobre a velocidade com que um carro de Fórmula 1 é desenvolvido atualmente.
“Não pretendemos fazer uma grande atualização a cada dois ou três meses. A ideia é trazer novidades a cada corrida. O tempo que leva para desenvolver cada peça é variável. Algumas estão sendo trabalhadas na fábrica há dois ou três meses e vão para o carro assim que estiverem pronta. Mas é possível inventar uma peça nova na quarta-feira e colocá-la para correr no domingo. Se funcionar no túnel de vento e for uma peça simples, você a produz em poucas horas, embarca num avião e coloca no carro. É algo muito intenso e acredito que todas as equipes de ponta trabalham dessa forma hoje em dia”, explicou o engenheiro.
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