O que aprendemos do GP de Mônaco?

Por que Hamilton perdeu o primeiro lugar, os mesmos três pilotos no pódio em cinco das seis provas e os brasileiros

Largada Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 Team

Foto de: XPB Images

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W06
Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W06
Sebastian Vettel, Ferrari SF15-T
Felipe Nasr, Sauber C34

Além da importância comercial, existe um outro motivo pelo qual Mônaco ainda faz parte do calendário da Fórmula 1 e é uma das provas mais aguardadas do ano pelos fãs. Vez por outra acontece o inacreditável, o improvável, aquilo que em uma pista normal jamais poderia ocorrer.

Os exemplos na história são muitos. Desde o fim dos GPs de 1982 e 1992, passando pelo caótico GP de 1996, pela inacreditável vitória de Trulli em 2004, até chegar no fim da corrida de ontem. Isso só para citar alguns.

Mas, afinal, o que houve com Hamilton? Por que a Mercedes chamou o inglês para os pits e o fez perder a corrida quase que de graça? Na volta 64, quando o acidente entre Verstappen e Grosjean já havia acontecido, o espaço entre Hamilton e Rosberg era de 25.727s. Ambos já não andavam no ritmo normal de corrida. Foi aí que a Mercedes, para tentar garantir a vitória, tomou a decisão de trazer Hamilton para os pits.

"Nós tivemos um problema de matemática", reconheceu Toto Wolff. "Pensamos que poderíamos parar para nos proteger de Vettel, que estava com o pneu macio. Eles poderiam parar também - quando Lewis estava na Rascasse Rosberg e Vettel não haviam chegado sequer na Curva do Tabaco”, justificou o austríaco.

Olhando rapidamente os dados de pit stop da corrida, a média de tempo perdido nos boxes era de 25 segundos. Ou seja, já seria bem próximo. Para piorar, a Mercedes não se atentou que Lewis, logo antes de entrar nos pits, teria pela frente o Safety Car no setor 3. Não deu outra.

Em suma, sob qualquer ótica a chamada da Mercedes pode ser considerada um dos erros mais grosseiros da história da Fórmula 1. Mas Rosberg não teve nada com isso e venceu pela terceira vez seguida em Mônaco e pela décima na carreira. Curiosamente, assim como em 2014, Nico vê seu companheiro Hamilton sair do principado bastante perturbado psicologicamente. Desta vez nada teve a ver com ele, que foi explicito dizendo que não mereceu a vitória.

A ver como Hamilton irá se comportar em Montreal – local cheio de significado para sua carreira na F-1. Infelizmente, apesar da boa fase, o descontrole emocional do inglês jamais pode ser considerado de qualquer análise.

E o trio Hamilton-Rosberg-Vettel continua dominando os pódios da temporada. Cinco em seis, recorde histórico. Marca da previsibilidade deste campeonato.

O resto

O que dá para dizer do GP de Mônaco até a volta 64? Não muito. Era uma corrida morna, bocejante e com desfecho previsto desde a saída da Sainte Dévote na primeira volta - pelo menos quando falamos dos seis primeiros. De positivo tivemos o bom resultado da Red Bull, com os dois carros dentro do Top 5 pela primeira vez desde o GP do Japão do ano passado. O quarto foi o melhor resultado da carreira de Kvyat, que não havia se encontrado ainda neste ano. Ricciardo, com uma belíssima ultrapassagem em Raikkonen, foi o quinto.

E Button, que disse na Espanha que possivelmente a McLaren não pontuaria até o fim do ano, queimou sua própria boca. O britânico conseguiu bons quatro pontos para a McLaren-Honda em oitavo. Para os que gostam de estatísticas, é a primeira vez desde o GP da Austrália de 1992 que o time de Woking pontua com a montadora japonesa.

Mas, pelas retas de Montreal e o déficit de potência da Honda, provavelmente a festinha já tem data para terminar. O mesmo pode ser dito da Williams (ao contrário, claro), que viveu seu pior final de semana desde Brasil 2013. A equipe de Grove não havia feito um grande GP em Mônaco em 2014, mas 2015 literalmente ultrapassou todas as piores expectativas do time. Porém, estão vindo aí duas pistas boas para o carro da Williams, Canadá e Áustria, com grandes retas.

Péssimo dia também para Raikkonen, mais uma vez longe de Vettel. Kimi é o único piloto que ainda não conseguiu se classificar à frente do companheiro de equipe neste ano.

Brasileiros

Sabendo que Mônaco normalmente é uma prova de sobreviventes, Nasr fez uma corrida consciente. Ele saiu de 14º para o nono lugar, conquistando mais dois valiosos pontos. O carro da Sauber não é mais aquele promissor do início do ano. O C34 ficou no Q1, e Felipe se aproveitou das punições a Grosjean e Sainz, dos abandonos de Maldonado e Alonso e do problema nos boxes de Max Verstappen para chegar no Top 10.

Mesmo com esta sorte, Nasr vem batendo por 5 a 1 o companheiro Ericsson em grids e pontuou em metade de suas provas até aqui. Vem fazendo por merecer um lugar melhor em breve.

Já Massa teve fim de semana para esquecer, com a péssima performance da Williams e o problema da primeira volta com Nico Hulkenberg. Como disse acima, o consolo são as próximas pistas, que necessitam de menos pressão aerodinâmica e mais velocidade final, especialidades do FW37.

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