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Fórmula 1 GP do Bahrein

Pilotos debatem, polemizam e minimizam violência no Bahrein

Vettel dá "bola fora" e compara país ao Brasil, fazendo assessora de equipe ter de se desculpar com a imprensa

Paddock vazio do Bahrein

Depois de muitos protestos, incertezas e um intervalo de dois anos, a Fórmula 1 retorna ao Bahrein para realizar seu GP neste domingo. Contudo, a situação esquentou antes mesmo dos carros irem para a pista.

Tudo pelo fato de os protestos sociais e políticos atingirem níveis alarmantes e preocupantes para pilotos e equipes. Um membro da Force India, inclusive, pediu para deixar o país após um coquetel molotov estourar próximo ao carro que estava.
 
Contudo, os pilotos, principais estrelas do espetáculo, não têm para onde fugir e procuram encarar a prova da melhor forma possível. Pilotos mais acostumados com situações de pobreza em seus países, como os latinos, minimizaram a situação. "Claro que a gente vê o noticiário, mas estou fazendo minhas coisas normalmente e não há problemas", conta Sergio Perez.
 
Outros fizeram declarações infelizes, como Martin Whitmarsh e, recentemente, Sebastian Vettel, comparando o Bahrein ao Brasil. "Ouvi o episódio da Force India. Acho que estar no paddock não tem problema. Há um risco saindo do paddock, mas esse risco é comum em qualquer lugar. Quando vamos no Brasil, não é o lugar que você deseja ir, mas dependendo da área não é problema", afirmou o atual bicampeão. 
 
"Estamos mais preocupados com os treinos amanhã, os carros, a temperatura dos pneus. Essas coisas nunca aconteceram comigo. Não vi ninguém jogando bombas. O esporte é o que importa aqui. Só cheguei nesta manhã e não vi muitas coisas, só as pessoas comentando". Logo após as declarações, a assessoria de imprensa da Red Bull pediu desculpas em nome do piloto aos brasileiros presentes em Sakhir que presenciaram a conversa.
 
Os pilotos brasileiros, no entanto, usaram experiências próprias, como Bruno Senna. "É como a gente faz no Brasil: tentando ao máximo não ser um alvo. No carro, não deixamos o passe [para entrada no circuito] grudado no vidro, não usamos roupa da equipe. Quando chega na pista, está tudo bem, assim como dentro do hotel. São medidas que a gente já toma no Brasil também, mas é lógico que o melhor é que fosse mais tranquilo."
 
"Óbvio que você nunca quer estar envolvido em uma situação política e infelizmente estamos no meio de uma discussão política aqui. Mas viemos para fazer nosso trabalho. A gente tem de deixar para as equipes e organizadores resolverem as diferenças que eles têm e esperar que tudo dê certo", destaca, endossado por Massa, que disse não estar lá para passear.
 
"Deu para sentir que não tinha nada de estranho ou diferente do que a gente tinha acostumado a ver aqui no Bahrein. Lógico que eu não saí para passear ou fazer compras. Cheguei ontem, mas não vi nada de errado. É importante que seja assim, a gente veio aqui para fazer esporte, não viemos para fazer nada errado, e sim para fazer algo de que todo mundo gosta, que é o esporte. Isso é o mais importante: fazer um bom evento para o país e para todo mundo.
A única coisa que eu tenho aqui é um motorista, mas nada de diferente. Fora isso, mesmo em relação à roupa, nada mudou."
 
Por fim, Fernando Alonso decidiu jogar a responsabilidade para cima da organização: "Confiamos na FIA e em todos que têm as informações em suas mãos. Se estamos aqui é porque é seguro. Cheguei hoje, fui para o hotel e para o circuito e não vi nenhum problema por enquanto.  Não é uma escolha nossa, mas confiamos naqueles que tomam as decisões. Na pista tem alguns carros a mais da polícia, mas até o momento, nada estranho."

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