Polêmica com Pirelli pode ter aberto portas da F1 à Michelin
Segundo especialista do Motorsport.com, FIA está cada vez mais decepcionada com a fábrica italiana
Para aqueles que davam como certa a vitória da Pirelli em cima da Michelin, para ser a fornecedora oficial de pneus da Fórmula 1 a partir de 2017, é melhor esperar mais um pouco.
Segundo Adam Cooper, jornalista do Motorsport.com e um dos mais respeitados da categoria, a FIA não tem gostado muito do que viu nas últimas semanas.
"Fontes indicam que a FIA está cada vez mais decepcionada com a Pirelli", afirmou Cooper em análise publicada nesta quinta-feira.
Além disso, há divergência de escolhas entre o presidente da FIA, Jean Todt, e o manda-chuva da categoria, Bernie Ecclestone, da Formula One Management (FOM). Para Todt, a Michelin voltaria à F1, enquanto que Ecclestone manteria a fábrica italiana.
Cooper explica como funciona o processo de escolha em que somente as duas companhias estão participando. "A FIA avalia se os requerentes são candidatos adequados e passa as informações à FOM. Bernie Ecclestone entraria na história somente no fim, fazendo considerações comerciais."
A questão principal é que com tantos problemas nos últimos GPs, a Pirelli poderia perder força nas questões técnicas e de segurança, área em que a opinião da FIA seria importante, segundo o especialista.
Mesmo assim, ainda quando se discutia a culpa dos estouros dos pneus em Spa-Francorchamps, a FOM emitiu comunicado dando apoio à Pirelli. Perguntado pelo Motorsport.com se aquele era um sinal claro de que a fábrica ganharia a concorrência, Ecclestone não titubeou.
"É claro. Não os deixaremos ir a lugar algum, eles estão fazendo um grande trabalho. Disse a vocês há algum tempo que não gostaria de ter pneus que durassem toda a corrida. Eles fazem um ótimo trabalho, partindo daquilo que solicitamos", disse Ecclestone.
Cooper lembra também de que não será uma escolha fácil, já que a Michelin também traz suas condições:
"A Michelin fez especificações de que só entraria na F1 se o formato for alterado, com o aumento da largura das rodas. As equipes estão resistentes à ideia, já que isso significaria uma reformulação total do sistema de freios e suspensão", disse o jornalista.
Outro ponto abordado pelo jornalista é em relação à degradação dos pneus. Segundo Cooper, o desgaste máximo de um pneu da Michelin chegaria a 75%, com opção de 50%, com apenas um pit stop sendo o padrão de escolha.
Como argumento, ele trouxe a opinião do diretor da Michelin, Pascal Couasnon do comportamento da borracha em Le Mans.
"Eu diria que em Le Mans temos um show incrível com os carros utilizando a mais alta tecnologia e podendo dar 100% de si por todo o tempo."
Com todos os ingredientes postos, o especialista em Fórmula 1 do Motorsport.com deixou a bomba nas mãos de quem manda no esporte: "A decisão está agora nas mãos da FIA e Ecclestone."
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