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"Situação do automobilismo no Brasil já passou do ponto", diz Massa

Brasileiro vê falta de vontade dos dirigentes e revela ter perdido dinheiro com projeto de categoria-escola

A Fórmula 1 visita neste final de semana a Alemanha, um verdadeiro celeiro de craques que viu seus pilotos conquistarem nove títulos nos últimos 14 anos – cinco com Michael Schumacher e quatro com Sebastian Vettel – e que tem Nico Rosberg como líder da atual temporada. Com um o país se tornou, a exemplo do que aconteceu com o futebol, culminando com os títulos europeu e mundial do Bayern de Munique e com a conquista da Copa do Mundo, a grande potência do esporte.

Esse papel já foi do Brasil, que hoje vive uma crise pela falta de categorias de base de qualidade no país, dificultando a capacitação de novos pilotos.

[publicidade]“É muito difícil comparar futebol com automobilismo, mas nas corridas a situação já passou do ponto faz tempo”, avaliou Felipe Massa ao TotalRace. “A chance de não termos pilotos brasileiros na Fórmula 1 no futuro é muito maior do que de ter. Isso faz parte do trabalho de educação dos pilotos desde o kart. Isso vem de uma estrutura abaixo da crítica.”

Massa é testemunha desse declínio. Na virada da década de 1990 para 2000, quando foi correr na Europa, o piloto era um dos que despontava nas categorias de base e o número de competidores do país era muito maior. Hoje, são raros os resultados positivos.

“Quando eu vim para a Europa, havia brasileiros ganhando corridas e disputando campeonatos em todas as categorias aqui e nos Estados Unidos. Hoje em dia é muito difícil ver isso. A única chance é o Felipe Nasr, que é um piloto muito talentoso, mas ainda assim não terá vida fácil para chegar na Fórmula 1.”

Para o piloto, o que falta no Brasil é vontade dos dirigentes. “Não vejo pessoas com vontade de fazer. É muita coisa que tem de ser revista e é difícil encontrar a pessoa correta para começar um trabalho do zero para tentar resolver. Tem muito a ser feito.”

Massa conhece muito bem as dificuldades atuais do automobilismo no Brasil. Afinal, chegou a criar sua própria categoria-escola, a Fórmula Futuro, que encerrou as atividades no início de 2012, após duas temporadas, por falta de apoio.

“Eu tentei fazer algo para ajudar, mas não tive ajuda para ninguém. Para mim, não vai mudar nada, pois já passei da metade da minha carreira na Fórmula 1, mas vai mudar para os pilotos jovens, para o nosso automobilismo. Eu tentei fazer, mas hoje não tenho vontade nenhuma de voltar a fazer. É difícil você querer ajuda e não ter apoio nenhum. Perdi até dinheiro fazendo isso – e foi bastante.”

Apesar do futebol ter visibilidade e organização muito maiores que o automobilismo no Brasil, Massa também vê muito a melhorar, especialmente em relação à mentalidade, depois das derrotas por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo e 3 a 0 para a Holanda na decisão pelo terceiro lugar.

“No futebol, é difícil eu comentar. Por um lado, fiquei muito chateado pelo que o Brasil fez nos últimos jogos. Como torcedor, é difícil não sentir. Mas eu também fico triste por como a imprensa detonou o Brasil. Antes de começar a Copa, o treinador era o melhor, o Parreira era respeitado, que o time deveria vencer o campeonato mas agora o técnico é bandido. Temos de melhorar muitas coisas, incluindo nossa cultura, porque acho que não teve nenhum país que destruiu o futebol mesmo tendo chegado na semifinal. Acho que isso mostra que nossa educação é errada e é isso que precisamos trabalhar para melhorar em outros setores.”

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