Stewart: críticas a Halo lembram conservadorismo dos anos 60
Tricampeão diz que reações à proteção de cockpit que será introduzida em 2018 parecem às críticas que ele próprio sofreu quando lutou para aumentar a segurança da F1
Jackie Stewart afirmou que as atuais críticas em torno da introdução do Halo na F1 o fazem lembrar da resistência que ele próprio sofreu quando lutou para aumentar a segurança da categoria há meio século.
O tricampeão liderou uma campanha nas corridas da década de 1960 que não era muito popular entre os fãs e observadores da época.
Stewart destacou sua crença de que o uso do Halo é um preço que vale a pena pagar para manter os pilotos seguros.
“Minha visão é: se você pode salvar uma vida e se alguma dessas pessoas tivesse ido a vários funerais como eu fui e chorou tanto quanto eu ao ver amigos próximos morrerem [ela não seria contrária]”, disse o tricampeão ao Motorsport.com.
“Isso tudo acabaria porque temos tecnologia que eliminaria isso. Creio que eu não tenha nada contra o Halo. Eu leio colunistas que dizem que ‘esse é o fim da F1 para mim, não consigo lidar com isso’. Isso é como as pessoas que diziam que ‘Jackie Stewart vai matar o automobilismo’ por causa da segurança.”
“Acho que precisamos ter o máximo de segurança que pudermos. Pensar que isso está destruindo o automobilismo e a F1... O capacete fechado foi criticado porque você não conseguia ver muito o rosto dos pilotos.”
Stewart também explicou que, do seu ponto de vista, é melhor adotar uma prevenção quando se trata da segurança dos pilotos.
“A medicina preventiva é considerada mais importante do que a corretiva. E a medicina corretiva também é considerada mais cara do que a preventiva”, comparou.
“O Halo, na minha opinião, é necessário porque Henry Surtees morreu – não por sua própria roda, mas por uma de outro carro. Bem, isso pode acontecer a qualquer momento. Foi má sorte, mas por que depender da sorte?”
Stewart, vencedor de 27 corridas durante sua carreira na categoria, disse que as melhorias na segurança não são desculpas para que os pilotos ajam de maneira perigosa.
“Para mim, não faz sentido dizer que [antigamente] ‘era perigoso e, então, você precisa ser cauteloso em tempos em que homens eram homens’. Isso é besteira”, disse.
“Um piloto de corridas não mudou de [Tazio] Nuvolari ou [Rudolf] Caracciola e antes disso. No entanto, se você começar a sentir que tem liberdades porque pode ter um grande acidente e o colega vai sobreviver, você pode acabar sendo um pouco mais liberal com o comportamento ao volante.”
“Você não pode passar do ponto. Você precisa guiar de uma forma que não crie uma situação em que uma vida poderá ser tirada.”
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