Stroll: F1 "brincará com fogo" se Spa não mudar após morte na FRECA; Gasly lembra de Hubert
Alonso e Verstappen também deram suas opiniões; confira
Piloto da Aston Martin, Lance Stroll diz que a Fórmula 1 estará "brincando com fogo" se o circuito de Spa-Francorchamps não for alterado antes do GP da Bélgica no final deste mês. A declaração do canadense vem após o holandês Dilano van't Hoff morrer em Spa pela FRECA hoje.
O incidente envolveu uma colisão em alta velocidade e foi semelhante em natureza ao acidente que custou a vida do piloto de Fórmula 2 Anthoine Hubert, da França, na mesma parte da pista em 2019.
O fato de dois jovens pilotos terem perdido a vida no local levou Stroll e outros a pedirem mudanças para tornar essa seção do circuito mais segura. "Perdemos um jovem piloto em Spa hoje e meus pensamentos estão com ele e sua família", afirmou Lance.
"Não é justo o que aconteceu e aquela curva precisa ser analisada e mudada porque perdemos dois jovens talentos em cinco anos. Ela precisa ser mudada, aquela curva. E nós vamos correr lá em algumas semanas...".
"É horrível o que aconteceu hoje, perdemos um membro da família das corridas. Precisamos pensar seriamente no que fazer naquela curva, porque nunca é divertido passar por ela. Toda vez que passamos ali, colocamos nossas vidas em risco. E hoje vimos algo ruim acontecer, não está certo."
Dilano van't Hoff
Questionado pelo Motorsport.com sobre se o assunto havia sido abordado nas reuniões da GPDA (Associação de Pilotos de GPs de F1, cujo foco majoritário é a segurança), Stroll disse: "Discutimos o assunto, mas depois ele foi esquecido. Isso precisa ser mudado".
"É preciso fazer alguma coisa. Estaremos brincando com fogo daqui a algumas semanas... De novo. E não apenas nós, mas os garotos da F2, da F3, todos que passam por aquela curva toda semana", seguiu o competidor do Canadá.
"Mesmo que esteja seco, se alguém 'perde' o carro, é uma curva cega, você bate no muro e volta para o meio da pista. Se um carro vem em sua direção a mais de 300 quilômetros por hora, você está frito", completou Stroll.
Francês da Alpine, Pierre Gasly era amigo íntimo de Hubert e já havia solicitado medidas de segurança aprimoradas em Spa, ecoando o discurso de Stroll. "Acho que todos nós estamos chocados e extremamente tristes com o que aconteceu", disse o piloto da França.
"E isso nos faz lembrar de momentos obviamente muito tristes, como o que aconteceu com Anthoine há alguns anos. Está errado, nunca deveríamos estar em tais posições, de perder jovens talentos."
"Portanto, é claramente necessário analisar o que aconteceu exatamente e garantir que esses cenários nunca aconteçam no futuro. Porque acho que já é o suficiente perder um talento dessa forma, é obviamente muito triste."
Pierre Gasly, AlphaTauri, deposita flores em memória de Anthoine Hubert
Foto de: Jean Petin / Motorsport Images
"Eu realmente espero que todas as pessoas envolvidas na segurança e que cuidam da segurança de todos os pilotos tomem algumas medidas, porque não é a primeira vez e isso nunca deveria ter acontecido. Quero dizer, nunca deveríamos ter passado por uma situação como essa agora ou há alguns anos, isso definitivamente precisa ser revisto", completou o competidor da escuderia francesa.
Companheiro de Stroll na Aston Martin, o espanhol Fernando Alonso correu em Spa pela primeira vez há 23 anos, na F3000, e enfatizou que a visibilidade da pista em condições de chuva -- um fator no acidente de hoje, mas não no de Hubert -- é uma questão fundamental.
O bicampeão mundial da F1 observou que, nessas circunstâncias, outras pistas de alta velocidade também podem ser perigosas. "Não sei, realmente, se é a pista ou se é apenas a velocidade e a visibilidade. Acho que o mais importante é a visibilidade. Não que não sejamos capazes de pilotar em condições de pista molhada, mas é assim que os monopostos funcionam agora, a visibilidade é tão ruim que não podemos guiar em certos circuitos em determinadas velocidades", disse Alonso.
"Portanto, não sei se é um problema de Spa em si ou se é 'apenas' visibilidade ruim. Mas isso é algo que não podemos nos permitir novamente. Tem que ser a última vez que isso acontece", seguiu o piloto da Espanha.
Questionado sobre se estaria preparado para perder o tradicional setor da Eau Rouge/Raidillon, Alonso respondeu: "Sim, é claro. Ninguém quer ver nenhum acidente que seja problemático ou perigoso".
"Há circuitos de rua... se você bater em Baku, estará sempre na pista: a batida o colocará de volta na pista, mas você está a 120 km/h e a visibilidade é boa. Quando você está a 300 km/h, não consegue ver nada."
Atual bicampeão da F1, o holandês Max Verstappen, da Red Bull, também se manifestou. "É fácil culpar o circuito mas também devemos analisar como a pista estava molhada e essas coisas", ponderou.
"Mas mesmo se estiver tudo seco e alguém perder o controle do carro, aquela é uma curva cega, você bate no muro e volta para o meio da pista. São coisas que devemos analisar, o que podemos fazer para proteger os pilotos, porque foi desnecessário", completou o compatriota de van't Hoff.
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