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Tido como maior azarado da F1, Chris Amon morre aos 73

Sem vencer nenhuma corrida após ficar próximo por várias vezes, ex-piloto neozelandês não resiste a câncer

Chris Amon
Chris Amon, Matra MS120B
From left: Bruce McLaren, Henry Ford II and Chris Amon on the victory podium after the 1966 24 Hours of Le Mans
Chris Amon
1968 Ferrari 312/68 (Chris Amon): Jean-François Decaux
Ford's first win in the 24 Hours of Le Mans, 1966: the winning Ford GT-40 Mark II driven by Bruce McLaren and Chris Amon
Ford's first win in the 24 Hours of Le Mans, 1966: the winning Ford GT-40 Mark II driven by Bruce McLaren and Chris Amon
Chris Amon, Matra MS120B
Ford's first win in the 24 Hours of Le Mans, 1966: the winning Ford GT-40 Mark II driven by Bruce McLaren and Chris Amon
From left: Bruce McLaren, Henry Ford II and Chris Amon on the victory podium after the 1966 24 Hours of Le Mans
Le Mans winner 1966 Bruce McLaren, Chris Amon, Ford GT 40
#2 Ford GT-40 Mark II: Bruce McLaren and Chris Amon
Le Mans winner 1966 Bruce McLaren, Chris Amon, Ford GT 40

Tido como um dos melhores pilotos da Fórmula 1 que nunca pôde vencer uma corrida, Chris Amon morreu nesta quarta-feira em um hospital na Nova Zelândia após uma longa batalha contra o câncer.

Ele participou de 96 provas entre 1963 e 1976, conquistou 83 pontos, 11 pódios, cinco poles e três voltas mais rápidas. Mas a sonhada vitória na F1 teimou em não aparecer jamais. A fama de seu azar era tão grande, que certa vez o norte-americano Mario Andretti, campeão da F1 em 1978, chegou a dizer que Amon se tornasse coveiro, as pessoas parariam de morrer.

O fato é que Amon liderou 183 voltas em toda a sua carreira na F1.

Ele começou na categoria em 1963 pela equipe Parnell. Um ano depois pelo mesmo time ele marcou seus primeiros pontos a bordo de um Lotus 25. Mas sua carreira não engrenou até 1966, quando venceu as 24 Horas de Le Mans a bordo de um Ford GT40 ao lado do compatriota Bruce McLaren.

Isso rendeu a ele um contrato com a Ferrari na F1 no ano seguinte. No entanto, o piloto bateu seu carro de rua antes da primeira corrida e não pôde fazer a abertura do ano, na África do Sul. Quando voltou, Amon foi o único piloto da Ferrari por boa parte da temporada, após a morte de Lorenzo Bandini no GP de Mônaco e o sério acidente de Ludovico Scarfiotti na Bélgica. Ainda assim, ele conseguiu quatro pódios e foi quarto naquele ano - sua melhor temporada.

Em 1968, ele fez pole em três das quatro primeiras provas que participou, mas por problemas mecânicos não conseguiu sequer um pódio.

Nos anos seguintes ele passou por March, Matra e Tyrrell, mas sem jamais conseguir vencer. Em 1976 ele colocou um fim à sua carreira após se negar a relargar o GP da Alemanha – prova marcada pelo acidente sério de Niki Lauda (que completou 40 anos nesta segunda-feira). Ele foi demitido pela Ensign. Esta seria sua última prova na F1.

Ele voltou para sua terra natal, a Nova Zelândia, no fim do ano e ajudou a administrar a fazenda de sua família por muitos anos. Ele manteve relações estreitas com automobilismo, aparecendo em programas de televisão e comerciais, bem como fazendo um breve retorno ao volante em um carro de rally ao lado de Murray Walker (ex-narrador da F1 no reino Unido) em 2003.

Ele morreu em um hospital em Rotorua nesta quarta-feira.

Sua família disse em um comunicado: "Chris lutou contra um câncer nos últimos anos, mas não só manteve um grande interesse por Fórmula 1, mas também manteve seu maravilhoso senso de humor e risada contagiante."

Ron Dennis presta tributo

Chefe da McLaren, Ron Dennis prestou sua homenagem a Amon em um comunicado divulgado pela equipe.

"Foi com profunda tristeza que recebi a notícia nesta manhã de que Chris Amon havia falecido", disse Dennis.

"Chris largou em 96 GPs, mas não ganhou nenhum deles. É seguro dizer que ele foi o maior piloto que nunca venceu uma corrida na Fórmula 1. Ele quase ganhou algumas, mas parecia que ele sempre ficava sem sorte antes da bandeira quadriculada.”

"No entanto, ele ganhou em Le Mans, com um poderoso motor Ford 7.0 litros exatamente 50 anos atrás com seu copiloto, amigo e compatriota Bruce McLaren, que dá nome à equipe cuja qual tenho dedicado minha vida profissional.”

"Eu não via Chris há muitos anos, mas, mesmo assim, tenho memórias muito boas dele. Na verdade, eu o descreveria como um dos homens mais simpáticos que conheci na minha carreira.”

"Por todas estas razões eu quero aproveitar esta oportunidade para estender as minhas sinceras simpatias e todos os sentimentos dos 3300 funcionários da McLaren para a família e os amigos deste grande neozelandês. Um verdadeiro cavalheiro e um dos pilotos mais rápidos que já existiu: o primeiro e único Christopher Arthur Amon.”

"Que ele descanse em paz."

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