F1: FIA faz 'ameaça' à permanência de Catar e Áustria no calendário e cobra donos da categoria por mais recursos
Losail e Red Bull Ring são alvos do mandatário do órgão após novo fiasco da elite global do esporte a motor no último fim de semana; veja no Motorsport.com
O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem, afirmou que locais como Losail e Red Bull Ring precisam resolver seus problemas de limites de pista ou correm o risco de perder vagas no calendário da Fórmula 1.
Após um GP do Catar marcado pelo caos relativo aos limites da pista, com as posições do grid sendo embaralhadas e uma série de penalidades aplicadas durante a corrida, Ben Sulayem deixou claro que considera essas situações inaceitáveis, 'ameaçando' a permanência de tais circuitos.
Ele acredita que o foco da mudança não é o policiamento mais eficaz da FIA para eliminar os infratores. Em vez disso, ele diz que os circuitos que têm um problema claro com os limites, como o caso dos autódromos dos GPs de Catar e Áustria, devem fazer modificações para resolver isso.
Questionado pelo Motorsport.com sobre o que ele faria em relação ao problema dos limites de pista após o fiasco de Losail, Ben Sulayem foi enfático. "Você está absolutamente certo [sobre esse problema], tivemos o mesmo problema na Áustria, foram 1200 [infrações lá]. E tenho que dizer: parabéns aos comissários porque eles detectaram o problema. Mas essa é a solução? Não", disse ele.
"A solução é melhorar a pista em si. Sei que alguns são resistentes a isso, mas, para dizer a verdade, se não fizerem isso, não haverá corrida. É simples assim. Não podemos nos dar a esse luxo", seguiu o mandatário da FIA.
No caso do Catar, as zebras também foram um dos fatores que levaram a Pirelli a introduzir, no dia da corrida, uma regra que limitou o número máximo de voltas por set de pneus na prova, depois que uma altíssima degradação das paredes laterais das gomas foi detectada na borracha da Pirelli.
Carlos Sainz, Ferrari SF-23, passa por cima do meio-fio na curva 12-13, que foi alterado devido à separação dos pneus
Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Neste sentido, Ben Sulayem também disse que os circuitos nos quais os limites da pista são um problema devem apresentar melhores projetos de zebras. "Temos que trabalhar em uma solução", explicou.
"Podemos pensar na altura [das zebras]... mas isso danifica os carros? Talvez, haja a possibilidade de colocar caixas de brita, mas com isso temos que ter muito cuidado. Qual é a profundidade da brita? Porque você não quer que ninguém fique 'preso' na área de escape."
"E qual é o tamanho da pedra? Porque você não quer que o carro seja danificado... É um equilíbrio difícil. Mas acredito que agora não é mais uma questão de: 'Ah, vamos fazer isso?'. Temos que fazer algo. E temos que ouvir principalmente os pilotos, o feedback deles."
"Temos de fazer isso com urgência, porque isso precisa ser implementado para o próximo ano. Não podemos nos dar ao luxo [de continuar com os problemas], especialmente quando vemos isso o tempo todo."
A F1 evitou que se repetissem no Catar os dramas dos limites de pista pós-corrida do GP da Áustria, em que foram necessárias várias horas para que os comissários de pista analisassem as possíveis violações.
A FIA evitou que se repetissem os atrasos nos limites de pista pós-corrida da Áustria
Foto de: Steven Tee / Motorsport Images
Para isso, a FIA aumentou o número de comissários e introduziu processos melhores em seu Centro de Operações Remotas para garantir que estivesse mais a par de tudo. Sulayem diz que é possível fazer mais melhorias para controlar melhor as violações dos limites da pista, especialmente com a nova tecnologia, mas ele diz que a FIA precisa de mais recursos para poder utilizá-la: "O uso da tecnologia deve estar presente em muitas áreas, mas a FIA precisa de mais recursos para investir".
"Não estou escondendo nada aqui: precisamos de mais recursos. Quero dizer, trata-se de uma operação de US$ 20 bilhões e não podemos administrá-la com poucos recursos", disse ele, que sugere que é necessário um acordo melhor com a F1 para financiar adequadamente o nível de investimento que a FIA precisa fazer para realizar seu trabalho com mais eficiência. "Nosso acordo tem que ser melhor", afirma ele.
"Você precisa se lembrar de uma coisa: Nossa missão é diferente da da Liberty [Media, companhia dona da F1], mas estamos no mesmo barco. Não deveríamos estar administrando essa grande responsabilidade com poucos recursos. Somos transparentes", seguiu.
"Dizemos às pessoas que é isso que custa. As pessoas se gabam do valor de cada equipe de F1, mas a FIA deveria ser livre e ter os recursos para trabalhar da melhor maneira possível. Sempre que somos melhores, melhoramos as equipes e melhoramos o esporte", completou o presidente da FIA.
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