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Ultrapassagem de Piquet faz 30 anos; veja reação da imprensa

Considerada a maior ultrapassagem da história da F1 está perto de completar 30 anos, mas será que a imprensa da época a relatava assim?

Ayrton Senna

Ayrton Senna

XPB Images

Nelson Piquet
Nelson Piquet
Ayrton Senna
Pódio: vencedor Nelson Piquet, Williams, segundo colocado Stefan Johansson, Ferrari, terceiro colocado Ayrton Senna, Lotus
Ayrton Senna, Lotus with Gérard Ducarouge
Ayrton Senna
Ayrton Senna
Ayrton Senna, Lotus 98T-Renault
Ayrton Senna, Lotus 97T-Renault
Ayrton Senna
Ayrton Senna
Nelson Piquet, Williams

O local da próxima etapa da F1 no próximo domingo é marcante para o fã brasileiro. No dia 10 de agosto de 1986 se completa 30 anos de uma das corridas mais comentadas entre torcedores, pilotos e jornalistas. O GP da Hungria teve dobradinha brasileira, com Nelson Piquet em primeiro e Ayrton Senna em segundo. Mais do que isso, durante a prova aconteceu o que muitos consideram a maior ultrapassagem da história da F1. 

 

Independentemente da qualidade da manobra, se ela é - de fato - a maior da história, o Motorsport.com Brasil revisitou três das maiores publicações diárias do Brasil: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Será que os jornais, no calor do momento, na segunda-feira, 11 de agosto de 1986, classificavam assim a ultrapassagem de Piquet em cima de Senna?

A Folha de S. Paulo destacou a dobradinha brasileira, que já havia acontecido também na Alemanha e Brasil, e o fato do GP da Hungria ser o primeiro a ser realizado em um país do "bloco socialista". Em uma área separada da matéria - cujo crédito era "Da reportagem Local" - intitulada "Show dos brasileiros", o jornal se referiu à manobra de Piquet sobre Senna assim:

"Desde a largada Piquet e Senna fizeram uma disputa à parte, distanciando-se do resto dos competidores e revezando-se na liderança. Os dois agora aumentaram a suas chances de conquistar o título já que Senna está em segundo lugar no campeonato com 48 pontos, um a mais que Piquet, em terceiro. Senna saiu na frente e perdeu a ponta para Piquet na 11° volta, voltando a ocupá-la na 35°, quando este trocou pneus. Piquet voltou quase trinta segundos atrás e depois de duas ultrapassagens empolgantes em que chegou a atravessar seu Williams na pista, conquistou definitivamente a primeira posição."

O O Globo também deu grande destaque à dobradinha entre Senna e Piquet. Aquela segunda-feira também era o "Day After" do título carioca do Flamengo. Mesmo assim, a publicação dedicou meia página da capa de seu caderno de esportes, com o título "Piquet é primeiro, Senna o segundo; festa brasileira na Fórmula 1", com a foto do momento da ultrapassagem do piloto da Williams, além de charges dos dois tricampeões da categoria.

O O Estado de S. Paulo não circulou na segunda-feira pós prova, deixando toda a repercussão para a terça-feira, 12 de agosto de 1986. Com mais tempo, o jornal publicou o relato da prova do repórter Wagner Gonzalez, que esteve na Hungria. O último parágrafo foi dedicado à manobra de Piquet.
No bloco abaixo, o então correspondente em Paris, Reali Júnior, falava da "Guerra declarada" entre os dois pilotos brasileiros. O saudoso jornalista falava em "ponto de quase ruptura" e as declarações de Piquet após a prova.

"Meu carro era o mais rápido e deveria vencer sem riscos. A próxima vez que ele tentar me ultrapassar num Grande Prêmio vai terminar a corrida no ônibus da Lotus."

Roberto Godoy, da Agência Estado, também teve espaço para comentar a famosa ultrapassagem, com um texto intitulado "Manobra impossível". Nele, o jornalista tenta buscar explicações com o engenheiro aeronáutico Ronaldo de Assis, que esteve na Lotus por dois anos.

"Até domingo uma saída daquelas, sob derrapagem controlada, alterando o ângulo da curva, em uma trajetória absolutamente irregular, era considerada teoricamente ressonante, ou seja, o carro virtualmente seria disparado para fora da pista como uma flecha lançada por um arco", relatou Assis.

 

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