Últimas notícias

Verstappen aceita carros de F1 mais lentos para que o 'show' melhore

Piloto da Red Bull expressou sua opinião sobre o que a Fórmula 1 precisa fazer para melhorar a competição

Max Verstappen, Red Bull Racing RB15

Francois Tremblay

Max Verstappen deu sugestões para tornar a Fórmula 1 mais atrativa, tendo em vista as novas regras que entram em vigor em 2021. O domínio absoluto da Mercedes na era dos motores híbridos diminuiu o interesse do público pela categoria máxima do automobilismo. Atualmente, um grupo de trabalho dirigido por Ross Brawn está estudando possíveis melhorias para o esporte. O holandês tem sua própria opinião do que deveria ser feito.

Leia também:

“O grande problema que temos como pilotos é que não podemos apertar quando estamos atrás de alguém, porque os pneus superaquecem e não podemos seguir os rivais de perto porque perdemos carga aerodinâmica”.

As alterações nas regras para 2019 deram espaço para aerofólios dianteiros mais simples, o que unido a outros ajustes menores facilitaria que os carros seguissem uns próximos aos outros. Embora a carga aerodinâmica que se perde nas perseguições tenha sido minimizada, seguimos vendo corridas em que aquele que vai à frente desacelera o ritmo e o de trás não consegue ultrapassar.

O piloto da Red Bull lamentou isso: “Ao final, essas são coisas mais importantes entre as que temos que trabalhar para que a Fórmula 1 seja melhor para os fãs. Em certas pistas podemos ir um segundo mais lento do que realmente poderíamos ir, e mesmo assim ninguém nos ultrapassará, simplesmente porque não podemos perseguir uns aos outros”.

Verstappen defende que há diferentes maneiras de abordar esse problema e admite que aceitaria inclusive carros mais lentos se isto melhorasse o espetáculo: “Em 2015 e 2016 dissemos que os carros eram muito lentos, que tinham pouca aderência e que patinavam muito. Então fizeram os carros ficarem mais largos e com mais pressão aerodinâmica. Porém há outras formas de criar essa carga sem perder velocidade quando persegue alguém. Creio que deveriam pensar nisso”.

“Agora há as quebras de recordes nas pistas, mas eu não acredito que se trate disso. Se queremos apenas ir cada vez mais rápido, que coloquem um robô no carro. Não, também precisa ser divertido para os fãs. Se reduzirmos a velocidade em um ou dois segundos, tudo bem, não importa, se nós pudermos seguir o carro da frente”.

Na busca por novas regras, há uma importante batalha de egos e interesses, com cada escuderia buscando seu próprio benefício. O jovem piloto vê claramente que a FIA deveria ser totalmente imparcial e decidir por conta própria: “A Mercedes está contente com as regras atuais e não acredita que as coisas deveriam mudar muito. Outras equipes que não estão indo tão bem querem mudar tudo, embora suas opiniões tenham menos peso na discussão”.

“Se você tem um motor Ferrari como equipe cliente, então está com a Ferrari. E se tem uma equipe com motor Mercedes, então está com a Mercedes. Há muita política por trás disso. Deveria haver apenas uma pessoa na FOM ou na FIA que diga: ‘Ok rapazes, vamos fazer isto’”.

Por último, quando perguntaram se crê que a chave para o sucesso da F1 são as poucas ultrapassagens, o holandês defendeu: “Algumas corridas que são divertidas, porém em geral é difícil ultrapassar. Esperemos que possam fazer algo a respeito”.

Galeria: Os inventos mais importantes da história da F1

Efeito Solo
A ideia do chefe da Lotus nos anos 70, Colin Chapman, era tentar fazer o carro funcionar como um aspirador de pó. Ele entendeu que se as laterais do carro alcançassem o solo, a carga aerodinâmica aumentaria de forma exponencial, criando uma área de baixa pressão que ‘colaria’ o carro no chão. Depois do sucesso em 1978, a F1 proibiu a solução por segurança, já que os carros faziam as curvas em velocidades muito altas.
Motor turbo
A Renault inovou na F1, introduzindo o revolucionário motor para o mundial de 1977, levando para as pistas o primeiro motor turbo da história da categoria. A nova tecnologia permitia velocidades maiores do que a dos motores aspirados e rapidamente todos passaram a utilizar a solução, até sua proibição em 1988.
Chassis de fibra de carbono
Em 1981 a McLaren decidiu apostar na construção de um chassi de fibra de carbono, substituindo o alumínio. Mais leve e resistente, os carros se tornaram mais velozes e fez a equipe vencer três mundiais seguidos de 1984 a 1986. Pelo menor peso e pela segurança, pouco a pouco todos os times adotaram o material.
Suspensão ativa
No começo dos anos 90, a Williams aperfeiçoou um conceito trazido pela Lotus nos anos 80 e introduziu a tecnologia da suspensão genuinamente ativa na última prova de 1991. Com esse avanço, o time conquistou os títulos das duas temporadas seguintes. Em 1994 a invenção foi proibida.
Troca de marchas no volante
Parecia algo ruim na época, mas a invenção introduzida pela Ferrari em 1989 revolucionou a F1. O time colocou alavancas de troca de marchas atrás do volante, facilitando e dando agilidade ao trabalho dos pilotos. Quatro anos depois todos já usavam a solução.
Pedal de freio extra
Em 1997 a McLaren voltou a vencer após três temporadas de jejum. A grande vantagem da equipe foi a adição de um pedal de freio adicional para controlar apenas os freios traseiros e assim controlar melhor a tração do carro. A FIA proibiu a ideia no ano seguinte.
Amortecedor de massa
Uma das armas que deram os títulos de 2005 e 2006 à Fernando Alonso e Renault, foi o sistema de suspensão que que consistia em um peso suspenso dentro do carro, reduzindo o efeito das oscilações das pistas. Em 2006 a FIA mudou seu entendimento sobre a peça, considerando que era um dispositivo aerodinâmico móvel e proibiu sua utilização.
Difusor duplo
Com as restrições aerodinâmicas impostas em 2009, os engenheiros da Brawn GP inventaram um difusor duplo para acelerar a passagem do ar por baixo do carro. A alteração dava cerca de meio segundo por volta de vantagem para o time. A peça foi proibida no ano seguinte.
Conduto F
Em 2010 a McLaren inventou o precursor das asas móveis, um duto para desviar o ar que era usado para refrigerar o piloto para a asa traseira, fazendo o carro ganhar velocidade. Nas retas os pilotos tapavam a entrada de ar com o joelho, fazendo o ar fluir pelo duto e ganhar velocidade. A solução foi proibida, mas a FIA introduziu as asas móveis no ano seguinte.
Difusor soprado
Em 2010 a Red Bull passou a utilizar os gases do escapamento para aumentar a estabilidade dos carros, apontando a saída para o difusor. A peça fazia com que o carro saísse com maior velocidade das curvas. A solução foi proibida em 2011.
Sistemas híbridos
Pensando em se adaptar às questões de sustentabilidade, a F1 introduziu em 2014 os motores que utilizam dois sistemas para gerar energia elétrica e aumentar a potência do motor. A MGU-K utiliza a energia cinética e a MGU-H utiliza o calor dos freios. Juntas as tecnologias produzem cerca de 20% da potência dos motores híbridos.
11

Faça parte da comunidade Motorsport

Join the conversation
Artigo anterior Vettel: Fórmula 1 de hoje "não é o esporte pelo qual me apaixonei"
Próximo artigo Bottas: Resultado do Canadá é um alerta na briga por título da F1

Principais comentários

Ainda não há comentários. Seja o primeiro a comentar.

Cadastre-se gratuitamente

  • Tenha acesso rápido aos seus artigos favoritos

  • Gerencie alertas sobre as últimas notícias e pilotos favoritos

  • Faça sua voz ser ouvida com comentários em nossos artigos.

Motorsport prime

Descubra conteúdo premium
Assinar

Edição

Brasil