Granado vê saída temporária da Honda do SuperBike como “prudente” e quer mudanças “minuciosas” em Interlagos

O SuperBike Brasil sofreu dois duros golpes em menos de dois meses, com as mortes dos pilotos Mauricio Paludete e Danilo Berto. Após o acidente fatal do último domingo, Honda, Yamaha e Kawasaki anunciaram suas saídas temporárias da categoria.

Um dos expoentes do campeonato é Eric Granado, com passagens pela Moto2 e que também compete na MotoE, categoria de motos elétricas. Representante da Honda no SuperBike Brasil, ele falou ao Motorsport.com sobre o episódio do último domingo.

“Eu fiquei muito chateado, ainda mais porque o Danilo Berto era um amigo de profissão e conversei com ele por várias vezes durante o final de semana”, lamentou Granado. “Ele estava supermotivado para a corrida, era um amante do esporte. Deixo aqui meus sentimentos a toda a família dele neste momento tão difícil e que o Berto descanse em paz.”

Um dos alvos das críticas é o Autódromo de Interlagos, sendo apontado como tendo uma estrutura incapaz de receber provas de moto.  

“Eu corro em Interlagos desde o início da minha carreira, aos seis anos, e tenho bastante experiência no circuito. Já corri em muitos autódromos pelo mundo e Interlagos é um dos meus preferidos.”

“As possíveis mudanças em Interlagos devem ser analisadas de forma minuciosa pelos responsáveis do autódromo em conjunto com os organizadores do campeonato.”

Quanto ao nível de pilotos, Granado vê o crescimento no grid, mas vê uma lacuna que poderia ser preenchida pelos programas de seu principal apoiador e de uma análise mais melhor da experiência de um competidor.

“O nível no Brasil tem melhorado muito na motovelocidade. Acredito que conseguiríamos pilotos mais consolidados se todos fizessem as categorias de base, como a Honda Junior Cup (para crianças) e a Copa CBR500R (todas as idades), que são fundamentais para que tenham bagagem para chegar ao nível profissional e assim conseguir pilotar uma moto de alta cilindrada como a 1000cc, que é a minha categoria.”

“Os organizadores devem realizar vistorias rigorosas nos equipamentos de segurança, outro ponto que acredito ser muito importante para a segurança nas corridas, além de analisar se o piloto tem experiência para competir.”

Suspensão “prudente”

A Honda foi a primeira a anunciar a saída temporária do SuperBike Brasil por conta da morte de Danilo Berto e foi acompanhada pela Yamaha e Kawasaki, restando apenas a BMW no atual grid. A fabricante japonesa também era a principal patrocinadora da categoria.

Mesmo agora fora da categoria, Granado vê que a medida foi prudente e ressalta o que  companhia já fez pelo motociclismo brasileiro.

“A decisão de suspender temporariamente o patrocínio ao evento (a exemplo da Honda) foi prudente, pois a real intenção certamente é garantir mais segurança aos pilotos que participam da competição.”

“A Honda tem apoiado o esporte nacional há mais de 40 anos e patrocina os principais campeonatos sobre duas rodas no país, porém prioriza a segurança em qualquer situação e isso também vale para os acordos de patrocínio.”

“Com esta decisão, espero que as mudanças sejam feitas o quanto antes, que nós possamos ter condições seguras para competir e dar nosso melhor dentro da pista”, completou.

Eric Granado

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