Tradição ou negócio? Fracasso de Alonso traz opiniões distintas sobre Bump Day
Donos das principais equipes do grid da Indy defendem que times que estão no campeonato o ano inteiro tenham lugares garantidos para Indy 500 e que tradição seja interrompida
Fernando Alonso, bicampeão mundial de F1, deu adeus à tentativa de completar a Tríplice Coroa do automobilismo em 2019, após ele e a McLaren ficarem de fora da 103ª edição das 500 Milhas de Indianápolis, no chamado “Bump Day”, treino que elimina o excedente de inscritos para as 33 vagas do grid da maior corrida da Indy.
A eliminação do espanhol, que não está no campeonato de maneira integral, vem na sequência de outra dolorida desclassificação, a de James Hinchcliffe, que ficou de fora da prova do ano passado, passando pela mesma peneira. “Hinch” chegou a ficar em perigo em 2019, mas se garantiu para a largada da competição do próximo domingo.
James Hinchcliffe, Schmidt Peterson Motorsports Honda
Photo by: Geoffrey M. Miller / LAT Images
No passado recente, o caso mais emblemático aconteceu no ano de 1995, quando a Penske ficou de fora com dois carros, um deles o de Emerson Fittipaldi, além de Al Unser Jr.
Por essas e outras razões, o lendário Roger Penske é uma das vozes ativas que defendem, ao menos, a garantia de que os times que estão no campeonato de maneira integral tenham lugar no grid, ao contrário do que é hoje.
"O Bump Day é assim. Em 1995 chegamos aqui como campeões e fomos embora sem ter dois carros. E tínhamos os melhores pilotos da época", disse Penske neste domingo.
“Acho que precisamos dar um passo atrás, analisar isso e ter certeza de que as pessoas que se comprometeram com uma temporada inteira saibam que têm um lugar na Indy 500, porque o mundo mudou”, afirmou.
Mas defendendo a tradição do sistema está um peso pesado do paddock de qualquer categoria do mundo: Mario Andretti.
“Discordo respeitosamente do Sr. Penske sobre isso, porque acho que não podemos violar a tradição aqui. A tradição é tão forte e é isso que permite que esse lugar mantenha a mística. Você tem que ganhar um lugar aqui, e se você não conseguir, isso não deve ser dado como um presente.”
Mario Andretti
Photo by: IndyCar Series
Mas contra a lenda do automobilismo, está outro nome forte da Indy, Chip Ganassi que concorda com seu principal rival da categoria: "Ele sabe como é não estar aqui. Isso nunca aconteceu conosco, mas, concordo com ele. Quando você está comprometido com a categoria o ano todo, quer e deveria correr o ano todo".
Mas ter uma garantia para o grid da maior corrida da categoria do ano poderia evitar histórias de "Cinderela", como se costuma dizer nos Estados Unidos. Um exemplo mais recente foi a edição de 2018, quando James Davison, vice-campeão da Indy Lights de 2009, bateu na sexta-feira, véspera do Bump Day. Sua pequena equipe, a Byrd em parceria com a Foyt, trabalho fervorosamente na recuperação do carro para estar pronto no dia seguinte.
E ele conseguiu chegar ao grid, após ser mais rápido que Pippa Mann – que fez Alonso ir para a decisão de domingo e se garantiu neste ano - e, nada menos do que James Hinchcliffe. Se a Indy tivesse adotado a regra que garante aqueles que estão no campeonato em tempo integral, como a dupla Penske/Ganassi deseja, Davison veria seus sonhos irem embora antes mesmo de tentar.
James Davison, A.J. Foyt Enterprises with Byrd / Hollinger / Belardi Chevrolet
Photo by: Michael L. Levitt / LAT Images
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