Análise: os motivos que podem levar Lorenzo para a Ducati
A hora da decisão está chegando para Jorge Lorenzo, que busca todas as informações possíveis para se convencer de que a mudança para a Ducati é um bom negócio; Oriol Puigdemont, editor de MotoGP do Motorsport.com, analisa a situação
Jorge Lorenzo tem sido, evidentemente, o centro das atenções no paddock da MotoGP nesta temporada, que pode ser uma das mais intrigantes dos últimos anos em relação ao mercado de pilotos.
A possível saída do espanhol da Yamaha para correr pela Ducati a partir de 2017 - hipótese que está mais forte do que nunca - poderia criar um 'efeito dominó' que afetaria muitas equipes em todo o grid da classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
Tanto Lorenzo quanto a Yamaha disseram durante o final de semana do GP da Argentina que a decisão ainda não foi tomada e há tantas chances de ele permanecer quanto de passar a vestir vermelho na próxima temporada. No entanto, ninguém pode ignorar o fato de que o atual campeão da MotoGP está coletando todas as informações possíveis sobre o time de Borgo Panigale.
Yamaha ainda é de Rossi
Evidentemente, as coisas não estão bem entre Lorenzo e a Yamaha. Embora isso não seja dito abertamente por Lorenzo, o piloto se sente como um estranho na própria equipe, que se dedica totalmente a Valentino Rossi - apesar de Lorenzo ter sido o responsável pelos três últimos títulos da fabricante japonesa.
A equipe, que anunciou no final de semana do GP do Catar que Rossi fica por mais duas temporadas, também tinha feito uma oferta a Lorenzo, que preferiu ter mais tempo para pensar no assunto. A Yamaha insiste que ofereceu ao espanhol as melhores condições possíveis, mas Lin Jarvis, chefe do time, sabe que provavelmente os japoneses já perderam Lorenzo.
Por esse motivo, Jarvis já entrou em contato com Maverick Viñales, atualmente na Suzuki, para ser o provável substituto do tricampeão da MotoGP.
Se Lorenzo confirmar a mudança para a fabricante italiana, Jarvis terá que dar explicações para a cúpula da Yamaha no Japão e convencê-los de não valia a pena fazer o esforço necessário para manter aquele que muitos consideram o melhor piloto do grid na atualidade.
Será difícil arrumar uma justificativa para isso se Lorenzo bater Rossi e se sagrar campeão novamente - e pode piorar se ele conquistar bons resultados logo no início com a Ducati.
Oportunidade única para a Ducati
Os sinais que Lorenzo recebeu da Ducati até o momento são quase todos positivos, a começar pela moto - um protótipo que os italianos acreditam ser capaz de vencer corridas se pilotado por nomes como Lorenzo ou Marc Márquez.
A Ducati também sabe que ter Lorenzo disponível no mercado é uma oportunidade que não pode ser perdida. Outro fator que o espanhol tem em mente é a presença de Gigi Dall'Igna, diretor-técnico da equipe italiana, com quem o piloto trabalhou nos dois títulos da Aprilla nas 250cc, em 2006 e 2007.
Um dos poucos detalhes que poderiam jogar contra a chegada de Lorenzo à Ducati é Casey Stoner - a presença do australiano pode ser desconfortável, ainda mais se o bicampeão decidir participar de uma prova como wild card ainda nesta temporada.
Um anúncio, seja qual for, está próximo. Embora o prazo de Lorenzo para dar uma resposta para a Yamaha seja a prova em Mugello (em maio), as peças estão se movendo rapidamente. Parece improvável que não haja uma confirmação dos planos do espanhol entre os GPs das Américas, neste final de semana, e o da Espanha, no dia 24 de abril.
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