Coluna do Mamola: impressões dos testes em Valência

Da tão aguardada estreia de Jorge Lorenzo coma Ducati à mudança de Maverick Viñales: Randy Mamola analisa os dois primeiros dias de testes visando a temporada 2017 da MotoGP

Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Andrea Iannone, Team Suzuki MotoGP
Dani Pedrosa, Repsol Honda Team
Andrea Iannone, Team Suzuki MotoGP
Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing, Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Ducati Team
Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing
Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing
Marc Marquez, Repsol Honda Team
Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Ducati Team
Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Davide Tardozzi, Ducati Team Team Principal, Jorge Lorenzo, Ducati Team
Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing bike detail
Andrea Iannone, Team Suzuki MotoGP
Marc Marquez, Repsol Honda Team
Maverick Viñales, Yamaha Factory Racing

1. O sorriso de Lorenzo na Ducati

A estreia de Jorge Lorenzo na Ducati foi o principal assunto dos testes e o espanhol não decepcionou. Desde o primeiro instante no qual a garagem se abriu, vimos o rosto de Jorge com um sorriso muito maior do que em todo o ano com a Yamaha.

Muitas pessoas pensaram que as primeiras impressões após andar com a Desmosedici traria um pouco de choque. Como ele não foi autorizado a falar e não queremos especular, falaremos apenas sobre a impressão que tivemos, que foi muito positiva.

Eu estava na pista, observando-o, e era Jorge, com o estilo dele, pilotando a moto do jeito que ele pilota sempre. É verdade que, no segundo dia, ele ficou a sete décimos do tempo de Maverick Viñales, uma distância significativa em uma pista curta como é Valência. É preciso ter em mente, entretanto, que foi apenas o primeiro contato dele com a moto.

2. Viñales: muito rápido desde o início

Viñales deixou a Suzuki para ocupar o lugar deixado vago por Lorenzo na Yamaha, que possui uma moto que é uma versão melhorada da que o jovem espanhol pilotou nos últimos dois anos. Podemos dizer que as duas motos carregam o mesmo DNA, mas a Yamaha é mais ajustada.

Na terça-feira, primeiro dia na Yamaha, Viñales estava exagerando nos movimentos com a M1, mas no dia seguinte ele controlou a agressividade característica dele.

Para enfrentar o novo desavio, Viñales conta com a ajuda do experiente engenheiro Ramon Forcada, que vai ajudá-lo significativamente.

Maverick seguiu em constante evolução com a GSX-RR e, quando subiu na M1 foi rápido desde o início, mostrando que pode se adaptar perfeitamente à nova moto. Creio que não estarei errado ao dizer que ele será capaz de desafiar Valentino Rossi e Marc Márquez desde o início.

3. Iannone se destaca com a Suzuki

Nas duas últimas temporadas, tanto Viñales quanto Aleix Espargaró pilotaram a Suzuki de forma bastante agressiva, mas não tanto quanto Andrea Iannone com a Ducati. Por isso eu não fiquei nem um pouco surpreso que ele tenha sido imediatamente veloz com a GSX-RR.

A chegada de Iannone no time de Hamamatsu é muito positiva, pois trata-se de um piloto que sabe como vencer corridas. Será ele capaz de se adaptar e ser o líder que a equipe precisa? Provavelmente só a Ducati poderia responder a esta pergunta. Tenho minhas dúvidas sobre isso, mas tenho certeza de que Andrea é capaz de chegar ao limite do que ele tiver que testar.

Além disso, ele está com uma moto muito boa: adoraria que não tivesse chovido no GP da Malásia, pois tenho certeza de que Maverick teria lutado pela vitória.

Iannone é um dos, digamos, pilotos mais explosivos do grid. A batalha dele com Rossi, no último domingo, foi ótima de se ver e ali estava o motivo pelo qual ele é chamado de 'The Maniac'.

4. Rossi e um novo inimigo

Se há algo que tenho certeza de que Rossi já sabe é que ele terá muito trabalho para bater Viñales. Entretanto, a atitude dele provavelmente será diferente se comparada a de alguns anos, quando Lorenzo começou a desafiá-lo e o superou. Agora ele sabe como é e pode se preparar para isso.

Além disso, ele é uma pessoa muito esperta e domina todos os cenários psicológicos. Não podemos nos esquecer de que Valência foi apenas um teste. Se Maverick é mais veloz do que ele, Rossi fará de tudo ao alcance dele para virar o jogo, mas também será capaz de aceitar a situação.

Ao mesmo tempo, aposto que em seis meses esse relacionamento feliz entre Rossi e Viñales deixará de existir. Vimos Rossi em algumas corridas acabar não se mostrando veloz o suficiente e isso significa que ele é capaz de aceitar quando outros são mais velozes que ele e o superam.

Dito isto, creio que Valentino estará entre os primeiros e vencerá corridas - aqui, aproveito para destacar mais uma vez o nível de competitividade e a vontade que ele demonstra aos 37 anos de idade. Acredito que muitas pessoas não se deram conta do quanto somos sortudos por ele ainda estar a ativa e muitos só se darão conta disso quando ele finalmente decidir se aposentar.

5. A teoria do 'Big Bang' da Honda

Uma curiosidade que une Márquez e Rossi é que os dois pediram a mesma coisa para as respectivas equipes: melhorias na aceleração das motos. No momento, a solução apresentada pela Honda não se mostrou satisfatória para o espanhol e o mesmo pode se dizer do italiano.

Durante a temporada, Márquez teve de compensar a deficiência de aceleração da Honda entradas de curva e nas freadas, o que o fez perder a frente da moto em algumas oportunidades e cair. Ele não gosta de pilotar de maneira conservadora, mas foi obrigado a fazer isso em várias oportunidades, mostrando maturidade e adaptabilidade.

Isso não significa que ele goste disso, o que ele quer e ser capaz de entrar nas curvas e frear com a mesma agressividade e ser capaz de competir com os adversários nas acelerações.

Do que eu ouvi na pista, diria que o motor da Honda agora é um 'Big Bang' (dois cilindros acionados por vez), e isso significa apenas que a fabricante acredita que este é o melhor caminho para dar à principal estrela da companhia o melhor motor possível.

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