MotoGP: Entenda, em números, a grandeza de Rossi no motociclismo
Sete títulos da categoria rainha, 89 vitórias e 199 pódios são apenas algumas das estatísticas do maior nome da história do esporte sobre duas rodas
A carreira de Valentino Rossi na MotoGP terminará no final do campeonato de 2021. Brilhante pela longevidade, permanecerá uma referência para gerações de pilotos graças aos sucessos alcançados na categoria. O Doutor anunciou nesta quinta-feira (5) a sua decisão de aposentar no final da temporada.
Heptacampeão da divisão máxima, ele está prestes a fechar um dos capítulos mais importantes da história do motociclismo, que marcou história, apesar da perda de rendimento observada nos últimos anos.
Recordes de sucesso e longevidade
Rossi estreou com 17 anos na 125cc e passou a maior parte de sua vida no mundial de motovelocidade, foram 26 anos. O italiano participou de 423 corridas, recorde e muito à frente do segundo, Loris Capirossi (328). Só na categoria rainha, competiu em 363 provas, enquanto ninguém jamais alcançou a marca de 250 em nenhuma das classes.
Ele, que constantemente adiou a idade de aposentadoria e já é um veterano do campeonato há vários anos, continua a batalhar aos 42 contra adversários que nem eram nascidos em seu início de carreira.
Aos 38 anos e 129 dias, voltou a vencer, um recorde desde a criação da MotoGP em 2002, embora seja "apenas" o sétimo piloto mais velho a ganhar se levarmos também em consideração as 500cc.
Em todo o caso, é ele quem conseguiu triunfar durante o período mais longo do mundial, quer tenha sido a sua carreira na categoria rainha (17 anos e 49 dias entre a sua primeira vitória e a última) ou em todas combinadas (20 anos e 311 dias).
Graças, em particular, à uma série de 11 temporadas consecutivas com pelo menos uma vitória (2000-2010), ele cruzou a linha de chegada em primeiro 89 vezes na máxima e 76 apenas na MotoGP, dois outros recordes que detém.
O número de pódios também é incomparável no campeonato. Os campeonatos de 2003, 2005 e 2008, com 16 cada, contribuíram notavelmente para alimentar essa pontuação impressionante, assim como seu recorde de 23 consecutivos entre 2002 e 2004.
Suas 21 temporadas consecutivas com pelo menos um resultado entre os três primeiros (2000-2020) também são referência. Outro recorde: o número de pontos conquistados, já que explode os contadores com 6.330 acumulados até o momento. E é preciso lembrar que ele ainda tem dez etapas pela frente antes de pendurar o capacete.
Valentino Rossi em números:
- 42 anos
- 26 temporadas no mundial (contando 125cc e 250cc), 22 nas 500cc/MotoGP
- 423 GPs, 363 nas 500cc/MotoGP
- 115 vitórias, 89 nas 500cc/MotoGP
- 235 pódios, 199 nas 500cc/MotoGP
- 65 pole positions, 55 nas 500cc/MotoGP
- 6.330 pontos, 5388 nas 500cc/MotoGP
Datas marcantes da carreira:
- 31 de março de 1996: estreia no mundial
- 4 de agosto de 1996: primeiro pódio nas 125cc, no GP da Áustria
- 18 de agosto de 1996: primeira vitória nas 125cc, em Brno
- 31 de agosto de 1997: primeiro título nas 125cc, em Brno
- 24 de outubro de 1999: Título nas 250cc, em Jacarepaguá
- 19 de março de 2000: estreia nas 500cc
- 9 de julho de 2000: primeira vitória nas 500cc, em Donington Park
- 14 de outubro de 2001: título nas 500cc, em Phillip Island
- 21 de setembro de 2002: primeiro título na MotoGP, em Jacarepaguá
- 12 de outubro de 2003: segundo título na MotoGP, em Sepang
- 17 de outubro de 2004: terceiro título na MotoGP, em Phillip Island
- 25 de setembro de 2005: quarto título na MotoGP, em Sepang
- 28 de setembro de 2008: quinto título na MotoGP, em Motegi
- 25 de outubro de 2009: sexto título na MotoGP, em Sepang
- 25 de junho de 2017: 115ª vitória (89ª nas 500cc/MotoGP), em Assen
- 26 de julho de 2020: 235º pódio (199º nas 500cc/MotoGP), em Jerez
A queda gradual
Quando iniciou a temporada de 2021, 26ª da sua carreira no mundial, Valentino Rossi anunciou claramente sua intenção de regressar à linha da frente. Decepcionado com o desempenho de 2020, afetado pela Covid-19 e com vários problemas, queria recuperar o prazer de correr e ser competitivo o suficiente para se tornar protagonista novamente.
Infelizmente, este campeonato não deu a volta por cima esperada para o Doutor. Os resultados dos primeiros nove GPs constituem o pior início da carreira: somou apenas 17 pontos e entrou no top 10 uma única vez, o que o coloca na 19ª posição da classificação geral até o momento.
Mesmo antes do declínio observado nesta temporada, as estatísticas do piloto já haviam despencado nos últimos anos. Rossi lutou pelo título da MotoGP até 2016, campeonato em que terminou em segundo, atrás de Marc Márquez. No ano anterior, a batalha foi até a última corrida, mas foi batido por Jorge Lorenzo. Desde a última briga pelo troféu, ganhou apenas duas e subiu ao pódio 14 vezes em 75 provas.
Seu último sucesso foi em 2017, quando começou com três pódios nas três primeiras etapas. A vitória veio no oitavo GP, em Assen, e permitiu-lhe continuar na briga pelo título, mas ele não se manteve no resto da temporada e ficou apenas com o quinto lugar. Da mesma forma que em 2018, embora terceiro no mundial, não conseguiu superar o ritmo estabelecido por Márquez.
A vitória em Assen, em dia 25 de junho de 2017, 115ª da sua carreira, continua a ser hoje um marco. Passaram mais de 1.500 dias desde aquela data e Rossi participou de 67 etapas, mas obteve apenas dez pódios.
O Doutor, que foi piloto do "Quarteto Fantástico" (quando a MotoGP foi amplamente dominada por ele, Jorge Lorenzo, Casey Stoner e Dani Pedrosa) viu 14 rivais diferentes vencerem.
Pilotos que venceram desde a última vitória de Valentino Rossi:
Piloto | Número de vitórias |
Marc Márquez | 27 |
Andrea Dovizioso | 11 |
Maverick Viñales | 5 |
Dani Pedrosa | 1 |
Cal Crutchlow | 1 |
Jorge Lorenzo | 3 |
Álex Rins | 3 |
Danilo Petrucci | 2 |
Fabio Quartararo | 7 |
Brad Binder | 1 |
Miguel Oliveira | 3 |
Franco Morbidelli | 3 |
Joan Mir | 1 |
Jack Miller | 2 |
Nesse contexto, a temporada de 2020 acabou sendo a pior de sua carreira entre as já concluídas, pois nunca havia se terminado tão abaixo quanto o 15º lugar que obteve. Sem nenhuma vitória, só subiu ao pódio uma vez. Durante seu tempo na Ducati, Rossi tinha média de 8,17 pontos por corrida; em 2020 era apenas 5,5 e em 2021 é 1,9 até então.
Este declínio, observado numa idade que tantos outros já teriam desistido há muito tempo, não vai apagar a riqueza da carreira do heptacampeão, uma verdadeira lenda viva do motociclismo e cujo registro continuará sendo referência para gerações de pilotos.
Conquistas de Rossi nas 500cc/MotoGP
Temporada | Vitórias | Pódios | Pole positions | Pontos | Posição |
2021 | 0 | 0 | 0 | 17 | 19* |
2020 | 0 | 1 | 0 | 66 | 15 |
2019 | 0 | 2 | 0 | 174 | 7 |
2018 | 0 | 5 | 1 | 198 | 3 |
2017 | 1 | 6 | 0 | 208 | 5 |
2016 | 2 | 10 | 3 | 249 | 2 |
2015 | 4 | 15 | 1 | 325 | 2 |
2014 | 2 | 13 | 1 | 295 | 2 |
2013 | 1 | 6 | 0 | 237 | 4 |
2012 | 0 | 2 | 0 | 163 | 6 |
2011 | 0 | 1 | 0 | 139 | 7 |
2010 | 2 | 10 | 1 | 233 | 3 |
2009 | 6 | 13 | 7 | 306 | 1 |
2008 | 9 | 16 | 2 | 373 | 1 |
2007 | 4 | 8 | 4 | 241 | 3 |
2006 | 5 | 10 | 5 | 247 | 2 |
2005 | 11 | 16 | 5 | 367 | 1 |
2004 | 9 | 11 | 5 | 304 | 1 |
2003 | 9 | 16 | 9 | 357 | 1 |
2002 | 11 | 15 | 7 | 355 | 1 |
2001 | 11 | 13 | 4 | 325 | 1 |
2000 | 2 | 10 | 0 | 209 | 2 |
* temporada em andamento
Informação adicional de Carlos Guil Iglesias
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