MotoGP GP da França

Pilotos da MotoGP pedem salário base em meio a insatisfação com contratos precários: "Parece que não temos proteção"

Segundo Aleix Espargaró, isso ajudaria especialmente a todos, mas principalmente os pilotos das equipes independentes

Joan Mir, Team Suzuki MotoGP

Um assunto que deve dominar as discussões na MotoGP nas próximas semanas e meses é a insatisfação dos pilotos com os contratos precários e de baixo salário que estão sendo oferecidos a eles, algo que já foi discutido com a cúpula da categoria. E para pilotos e empresários, as "estrelas do show" merecem um salário base mínimo, pelo fato deles "arriscarem suas vidas".

Na última sexta-feira, durante as atividades para o GP da França, os pilotos expressaram suas preocupações ao CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta, que detém os direitos comerciais da categoria, sobre a natureza precária dos contratos.

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O assunto surgiu em resposta à demissão repentina de Romano Fenati da equipe Speed Up da Moto2, com apenas seis corridas da temporada 2022.

Devido aos efeitos econômicos da pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia, as montadoras e equipes independentes da MotoGP estão tentando frear contratos vultosos para os pilotos.

Paco Sanchez, empresário de Joan Mir, estava tentando negociar uma renovação do espanhol com a Suzuki para 2023 antes da decisão da montadora de sair da categoria, diz que os pilotos merecem assinar contratos que contenham um salário mínimo incluso, porque "eles são as estrelas do show".

"É um negócio grande. Para mim, isso aqui é como tênis, futebol e outros grandes esportes, parte dos negócios devem ser as pessoas que são as estrelas. E os pilotos da MotoGP são as estrelas desse show. Então acho que eles merecem. Não sei se a Dorna, as montadoras, mas alguém precisa pagar um salário mínimo base".

"Não digo para pagar a todos o salário de um Marc Márquez, mas um salário mínimo de base, porque eles arriscam suas vidas. Nos esquecemos algumas vezes, mas eles brincam com suas vidas. Alguns jovens pilotos assinam, você oferecendo 100 mil euros ou zero".

Sanchez revelou durante o fim de semana na França que, antes do anúncio de saída da Suzuki da MotoGP, a primeira oferta da montadora japonesa ao campeão de 2020 era "inaceitável".

Foi apurado que Mir, que além de campeão de 2020 foi terceiro em 2021 com seis pódios no ano, foi oferecido um salário que seria um terço do valor atual, menos do que recebeu em seu primeiro ano na categoria, em 2019.

Além de discutir a introdução do salário mínimo aos contratos, os pilotos também ofereceram preocupações sobre a falta de proteção legal nos acordos, a partir do caso de Fenati.

Jack Miller, Ducati Team, Pedro Acosta, Francesco Bagnaia, Ducati Team, Dennis Foggia, Aleix Espargaro, Aprilia Racing Team, front row press conference

Jack Miller, Ducati Team, Pedro Acosta, Francesco Bagnaia, Ducati Team, Dennis Foggia, Aleix Espargaro, Aprilia Racing Team, front row press conference

Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images

Diferentemente da F1, a MotoGP não possui uma associação de pilotos, e não existe nenhuma comissão de negociação de contratos ou algo do tipo.

"Falamos sobre o salário mínimo, porque isso não afetaria, especialmente as montadoras", disse Aleix Espargaró durante o fim de semana em Le Mans sobre o que havia sido discutido na reunião da comissão de segurança.

"Todos os pilotos de fábrica estão além disso. Mas nas equipes independentes, os pilotos arriscam suas vidas da mesma forma, ou até mais. Então é preciso pensar nisso. E todos na reunião estavam bem irritados com a demissão que aconteceu na Moto2. Parece que não temos proteção".

"Se você encerrar o contrato com sua equipe atual, não tem como ir para outro time por causa disso. Mas as equipes podem fazer o que bem quiserem. Não é justo. É justo as equipes terem uma associação que as protejam, mas nós nos sentimos desprotegidos. Isso não é justo".

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